Última manhã chuvosa em Paris, abri os olhos, estou ouvindo um pássaro cantar ao lado da minha janela, Poncho está dormindo tão calmo, que sinto até dó de acorda-lo. Pedro está na casa de Maite, mais cedo ela me acordou pedindo se poderia levá-lo até lá.
Duas batidas na porta.
- Com licença senhora Anahi? - era Joana - Bom dia, perdão entrar assim, mas sua mãe está no telefone, disse que é uma urgência.
- Obrigada Joana, já estou indo.. - saiu - Poncho, ei - o sacudi - Amor, acorda!
- Bom dia - disse rouco - que horas são? - selou nossos lábios.
- Dez e meia, levanta, vou descer pra atender minha mãe no telefone..- dei-lhe um leve tapa nos ombros, levantei e fui até a sala.
- Oi mamãe, tudo bem? Algum problema?
- Oi meu amor, bom dia, não tem problema nenhum, é que queria saber se você tem planos pro aniversário do Poncho..
- Ah sim, mamãe, embarco essa madrugada, contratei uma equipe de mudança porque estamos querendo ir pra casa de praia...o que você acha?
- Adorei a ideia, mas preciso ligar e avisar o caseiro que vamos pra lá, no sábado à noite?
- Sim, ou tarde..se você puder avise o pessoal, os mais próximos já sabe né - campainha - Vou desligar, acho que a Maite trouxe o Pedro, depois te mando mensagem, beijos..
- Oi meu anjo - o apanhei - já estava com saudades.. Deu muito trabalho?
- Nada.. Sabe como ele é, só chora de fome ou fralda suja. Além do mais a madrinha brinca bastante, nós comemos chocolate né meu amor?!
- Eu percebi - olhei o body de Pedro que estava todo melecado - a madrinha vai lavar essa roupa não vai? - ri, Pedro riu pra mim também, como se entendesse o que eu dissera.
- Pode deixar chatona - riu - Que horas vocês embarcam?
- Acho que o voo é 1h da manhã..
- O poncho tem sérios problemas ou não tinha opção?
- Prefiro acreditar que não tinha outra opção - rimos - Você vai até o aeroporto?
- Sim, eu e o Koko! Me avisa quando estiver próximo de sairmos? Vou indo tá?! - beijou minha testa e cheirou Pedro - Precisa de um banho esse menino - brincou.
- Tchau madrinha - acenamos, fechei a porta - Joana, arrume o banho do Pedro pra mim por favor?
- Sim senhora.
Passamos o restante do dia numa correria. Poncho levantou após meu telefonema, dei banho no Pedro que dormiu assim que mamou, e permaneceu durante todo o dia. Eu estava aflita, olhando cada canto daquele lugar, cada móvel que iria ficar, a vista do parque, cada momento que vivi em Paris. Como se nunca mais fosse voltar, um absurdo, ainda mais tendo Maite morando aqui.
- Pronta?
- Quase - suspirei, passando as mãos entre as coxas - senta aqui um pouquinho?!
- O que foi amor? - Poncho sentou ao meu lado no sofá.
- Estou insegura.
- Tá brincando? - riu.
- Não - disse seria.
- É engraçado porque estamos com nossas malas na mão, esperando a Maite e o Koko....já vamos sair e - o interrompi.
- Não disse que devíamos ficar, só estou insegura.
- Eu sei, calma. É normal, estamos mudando de país, convenhamos que um frio na barriga é o mínimo não é? - tocou a ponta do meu nariz.
- É verdade - sorri amarelo, Maite adentrou a sala.
- Vamos casal vinte? - Maite se situou.
- E aí? Ansiosos pra viagem? - Koko perguntou.
- Estamos sim, vamos indo pro carro? Annie, vou levar o Pedro tá?!
- Tudo bem Poncho..
Eles saíram e Maitê me puxou pelo braço até o canto.
- O que foi Anahi?
- Estou insegura Mai - respirei fundo.
- Ah mas isso é normal, já que vocês vão se mudar e
- Não....não é ansiedade, nem insegurança por adaptação. É por medo.
- Mas por que Annie?
- Uma sensação estranha.
- Quer adiar o voo?
- Não é por agora, é como se alguma coisa fosse dar errado no futuro - passei as mãos nos cabelos - Não sei, acho que tenho pensado demais, talvez seja coisa da minha cabeça!
- Nunca é coisa da sua cabeça - me olhou seria.
- Manuel é uma pedra no sapato. Mas não dá pra prever o futuro!
- Não sinta coisas negativas e fique imóvel, faça alguma coisa boa, o futuro vai ser bom mulher!
- Sim, o futuro a Deus pertence. Vamos?
- Vamos..
Adentramos o carro, como uma família que não deixávamos de ser, afinal, Maite minha melhor amiga de infância, praticamente irmã. Koko conquistou nossa família e nós cinco ali, junto daquele bebê que fazia tudo ter sentido e paz. Segurei as mãos de Maite no banco de trás e seguimos para o aeroporto.
PERDÃO!
Fiquei meses sem postar absolutamente nada, estou enfrentando uma fase difícil na minha vida. Mas estou inspirada a voltar a escrever, espero que isso me ajude e que vocês gostem também. Obrigada pelos views, vou dar o meu melhor, vocês são demais ❤️
Mari!
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Destinados
FanfictionViolento mesmo é o amor, o resto só tem cara de mal. Você acha que o destino trabalha como? Vendado? Não, o destino sabe o que faz, ele não trabalha sozinho, é ele quem dá as cartas nesse jogo, que chamamos de vida. Já ouviu falar do desejo? Ah, ess...