Capítulo 25

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Última manhã chuvosa em Paris, abri os olhos, estou ouvindo um pássaro cantar ao lado da minha janela, Poncho está dormindo tão calmo, que sinto até dó de acorda-lo. Pedro está na casa de Maite, mais cedo ela me acordou pedindo se poderia levá-lo até lá.

Duas batidas na porta.

- Com licença senhora Anahi? - era Joana - Bom dia, perdão entrar assim, mas sua mãe está no telefone, disse que é uma urgência.

- Obrigada Joana, já estou indo.. - saiu - Poncho, ei - o sacudi - Amor, acorda!

- Bom dia - disse rouco - que horas são? - selou nossos lábios.

- Dez e meia, levanta, vou descer pra atender minha mãe no telefone..- dei-lhe um leve tapa nos ombros, levantei e fui até a sala.

- Oi mamãe, tudo bem? Algum problema?

- Oi meu amor, bom dia, não tem problema nenhum, é que queria saber se você tem planos pro aniversário do Poncho..

- Ah sim, mamãe, embarco essa madrugada, contratei uma equipe de mudança porque estamos querendo ir pra casa de praia...o que você acha?

- Adorei a ideia, mas preciso ligar e avisar o caseiro que vamos pra lá, no sábado à noite?

- Sim, ou tarde..se você puder avise o pessoal, os mais próximos já sabe né - campainha - Vou desligar, acho que a Maite trouxe o Pedro, depois te mando mensagem, beijos..

- Oi meu anjo - o apanhei - já estava com saudades.. Deu muito trabalho?

- Nada.. Sabe como ele é, só chora de fome ou fralda suja. Além do mais a madrinha brinca bastante, nós comemos chocolate né meu amor?!

- Eu percebi - olhei o body de Pedro que estava todo melecado - a madrinha vai lavar essa roupa não vai? - ri, Pedro riu pra mim também, como se entendesse o que eu dissera.

- Pode deixar chatona - riu - Que horas vocês embarcam?

- Acho que o voo é 1h da manhã..

- O poncho tem sérios problemas ou não tinha opção?

- Prefiro acreditar que não tinha outra opção - rimos - Você vai até o aeroporto?

- Sim, eu e o Koko! Me avisa quando estiver próximo de sairmos? Vou indo tá?! - beijou minha testa e cheirou Pedro - Precisa de um banho esse menino - brincou.

- Tchau madrinha - acenamos, fechei a porta - Joana, arrume o banho do Pedro pra mim por favor?

- Sim senhora.

Passamos o restante do dia numa correria. Poncho levantou após meu telefonema, dei banho no Pedro que dormiu assim que mamou, e permaneceu durante todo o dia. Eu estava aflita, olhando cada canto daquele lugar, cada móvel que iria ficar, a vista do parque, cada momento que vivi em Paris. Como se nunca mais fosse voltar, um absurdo, ainda mais tendo Maite morando aqui.

- Pronta?

- Quase - suspirei, passando as mãos entre as coxas - senta aqui um pouquinho?!

- O que foi amor? - Poncho sentou ao meu lado no sofá.

- Estou insegura.

- Tá brincando? - riu.

- Não - disse seria.

- É engraçado porque estamos com nossas malas na mão, esperando a Maite e o Koko....já vamos sair e - o interrompi.

- Não disse que devíamos ficar, só estou insegura.

- Eu sei, calma. É normal, estamos mudando de país, convenhamos que um frio na barriga é o mínimo não é? - tocou a ponta do meu nariz.

- É verdade - sorri amarelo, Maite adentrou a sala.

- Vamos casal vinte? - Maite se situou.

- E aí? Ansiosos pra viagem? - Koko perguntou.

- Estamos sim, vamos indo pro carro? Annie, vou levar o Pedro tá?!

- Tudo bem Poncho..

Eles saíram e Maitê me puxou pelo braço até o canto.

- O que foi Anahi?

- Estou insegura Mai - respirei fundo.

- Ah mas isso é normal, já que vocês vão se mudar e

- Não....não é ansiedade, nem insegurança por adaptação. É por medo.

- Mas por que Annie?

- Uma sensação estranha.

- Quer adiar o voo?

- Não é por agora, é como se alguma coisa fosse dar errado no futuro - passei as mãos nos cabelos - Não sei, acho que tenho pensado demais, talvez seja coisa da minha cabeça!

- Nunca é coisa da sua cabeça - me olhou seria.

- Manuel é uma pedra no sapato. Mas não dá pra prever o futuro!

- Não sinta coisas negativas e fique imóvel, faça alguma coisa boa, o futuro vai ser bom mulher!

- Sim, o futuro a Deus pertence. Vamos?

- Vamos..

Adentramos o carro, como uma família que não deixávamos de ser, afinal, Maite minha melhor amiga de infância, praticamente irmã. Koko conquistou nossa família e nós cinco ali, junto daquele bebê que fazia tudo ter sentido e paz. Segurei as mãos de Maite no banco de trás e seguimos para o aeroporto.

PERDÃO!

Fiquei meses sem postar absolutamente nada, estou enfrentando uma fase difícil na minha vida. Mas estou inspirada a voltar a escrever, espero que isso me ajude e que vocês gostem também. Obrigada pelos views, vou dar o meu melhor, vocês são demais ❤️

Mari!

DestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora