Vinte

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Se é o teste que ele quer, é o teste que ele vai ter. Otário.

Depois de tomar um banho, de me arranjar e de arrumar o meu quarto, desci até à cozinha para tomar o pequeno almoço e um comprimido para a dor de cabeça. Quando cheguei à cozinha encontrei Mila a conversar com a minha mãe. Ambas estavam sentadas à mesa da cozinha e eu simplesmente fiquei ali a ouvi-las.

-Tia...?-Mila olhou para a minha mãe-como é estar apaixonada?!

-Boa pergunta-a minha mãe sorriu para a sua sobrinha-ora vejamos, estar apaixonada é...-pensou-é querermos estar ao lado da pessoa amada, é sorrirmos cada vez que a vemos, é sentir que o nosso coração vai sair do nosso peito a qualquer momento é tudo uma mistura se sentimentos, percebes?

-Foi o que tu sentiste quando viste o tio?-perguntou Mila curiosa.

-Nem sempre foi assim...-senti um pouco de desconforto na voz da minha mãe.

-Foi por tu e o tio serem primos?

-Talvez...

-Mas tu gostas dele, não é? Tu ama-lo, certo?

-Óbvio que o amo...-a minha mãe sorriu-mas quando lá chegares tu vais perceber....se é que já não chegaste-a minha mãe sorriu da cara que a sobrinha fez.

-Sabes...? Eu gosto de um rapaz lá da minha escola, mas....mas eu acho que ele não gosta de mim da mesma maneira.

-Já lhe perguntaste?

-Na verdade...-Mila sentou-se no colo da tia-na verdade eu nunca falei com ele.

-Um amor platónico então...-a minha mãe sorriu.

-Mas eu gosto dele.

Sorri com a conversa das duas. Encostei a porta e deixei-as a conversar. Não queria estragar aquele momento de tia e sobrinha, por isso resolvi ir até o jardim de minha casa. Ao chegar lá encontrei os meus tios, Kate e Sam, a beijarem-se e eu sorri. Parece que o amor anda a pairar por toda casa e para todas as pessoas, exceto para mim. Voltei para dentro de casa, para não incomodar os meus tios e, fui até ao quarto de brinquedos das miúdas onde as encontrei a brincar com o meu pai. Os três gargalhavam com as suas brincadeiras malucas. Sempre gostei de ver a minha irmã e a minha filha a sorrirem, elas são tão pequeninas, mas tão inteligentes que às vezes basta um simples sorriso de ambas para toda a gente voltar a sorrir. Virei costas para sair dali, quando fui contra alguém e caí de rabo no chão.

-Merda...-queixei-me assim que entrei em contacto com o chão.

-Oh a princesinha magoou-se?!-Liam riu de mim.

-Estúpido...-levantei-me frustada.

Passei por ele, mas ele agarrou-me no braço fazendo-me olhar diretamente nos seus olhos.

-Seria muito pedir um beijinho?-ele riu.

-Mas tu és bipolar ou quê?!-olhei ainda mais frustada para ele-nuns momentos dizes que me odeias, que eu te meto nojo e que não haverá mais nada entre nós e noutros pedes-me um beijo?!

-Mas eu só te pedi um beijo, não te pedi em casamentos.

-Otário...-saí da sua beira mais frustada que sei lá o quê....

Os dias iam passando e os meses também. Tinham passado exatamente três meses e hoje mesmo sairíam os resultados de paternidade. Era hoje o dia em que finalmente aquele palhaço irá ver com os seus próprios olhos que eu não estou a mentir quando digo que a Filipa é sua filha. Ele irá receber uma carta em sua casa com os resultados e eu não poderia estar mais nervosa. Não pelos resultados, pois eu já sei a resposta, mas pela reação que ele terá quando souber da verdade. Não sei o que ele fará a seguir. Não sei definitivamente o que se irá seguir. Eram precisamente 22:30 horas da noite e eu estava ali no sofá a ver um filme qualquer que passava no canal Hollywood. A minha filha estava a dormir e os meus pais e irmã foram jantar fora.

(im)possible Love 02Onde histórias criam vida. Descubra agora