Vinte e um

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Acordei no dia seguinte totalmente cansada e cheia de olheiras. Não dormi nada esta noite, só conseguia pensar na minha filha e no que viria a seguir. Sentei-me na cama encostada às almofadas e peguei no meu telemóvel para ver as horas e vi que eram somente 07:00 horas da manhã. Levantei-me a muito custo, vesti-me, fiz a minha higiene matinal e depois de arrumar o meu quarto fui até ao quarto da minha menina que dormia tanquilamente. Aproximei-me da sua cama e sentei-me ao seu lado. Tirei alguns fios de cabelo da sua carinha e sorri ao vê-la dormir. A minha menina cresceu tanto. Parece que ainda ontem a colocaram nos meus braços pela primeira vez e hoje ela já tem oito aninhos. Meu deus, são nestes momentos que eu vejo como o tempo passa depressa sem a gente se dar conta disso mesmo. Será que ela algum dia me perdoará por lhe ter afastado do pai, do seu pai? Será que ela vai deixar de gostar de mim, de me amar? Será que ela se esquecerá de mim, da sua mãe? Senti uma lágrima escorrer no meu rosto, mas logo tratei de a limpar.

-Meu amor...-acariciei o rosto da minha filha-Filipa acorda meu anjo-beijei os seus cabelos.

-Mamã tenho sono...-resmungou.

-Eu sei princesa...-sorri com o seu resmungo-olha o papá vem buscar-te.

-A sério?-ela logo se levantou da cama com um sorriso lindo no seu rosto-vamos passear os dois?-os seus olhinhos brilharam.

Olhei para ela e sorri fraca. Adoro quando vejo a minha filha com aqueles sorrisos alegres e contagiosos, mas desta vez era diferente. Eu estava a adorar vê-la toda empolgada para ver o seu pai, mas ao mesmo tempo estava com medo, medo de a perder, de a perder para sempre. Não sei como me aguentarei longe do meu porto seguro, do meu bebé, da minha menina, da minha filha. Estava a fazer um enorme esforço para não desabar ali à sua frente. Não queria estragar a sua felicidade por erros do meu passado com o seu pai.

Depois de a ajudar a arranjar-se fomos as duas até à cozinha para tomar o pequeno almoço.

-Quando é que o papá chega?-ela perguntou sentando-se na cadeira.

Olhei para o meu relógio de pulso e vi que eram 07:50 horas da manhã. A cada minuto que passava sentia que mais um pedaço do meu coração fora arrancado do meu corpo.

-O papá deve de estar a chegar...-dei um sorriso fraco colocando o seu pequeno almoço à sua frente.

-Estás triste mamã?-ela olhou para mim.

-Não meu amor...-sorri para disfarçar toda a dor que estava a sentir naquele momento.

-Mamã...-ela olhou para mim-não queres que eu vá passear com o papá?

-Nada disso meu amor...-respirei fundo-a mamã só está um pouco cansada, só isso.

Ela continuou a tomar o seu pequeno almoço e eu aproveitei para fazer uma pequena mala onde guardei algumas das suas roupinhas, dos seus sapatos, produtos de higiene e uma fotografia de nós as duas quando fizemos um piquenique num dia ensolarado. Eu não quero que ela se esqueça de mim. Não quero que ela se esqueça que sou sua mãe e que sempre fiz o melhor para que ela tivesse uma vida estável e feliz. Juntei todas as suas coisinhas e desci quando ouvi a campainha tocar. O meu coração estava acelerado e isso, isso não era coisa boa. Eu estava nervosa e não queria abandonar o meu bem mais precioso. Pousei as suas coisas no sofá e segui até à porta, mas antes de a abrir respirei fundo e contei até dez umas três vezes, e então, só depois é que abri a porta onde por ela entrou um Liam disparado.

-Onde ela está?-entrou sem ao menos dizer bom dia, mal educado.

-Ela está....

-Papá....-Filipa saiu da cozinha e correu para abraçar o pai-tive saudades tuas.

-Eu também tive saudades tuas meu amor-ele pegou na filha sorrindo e abraçando-a apertado.

-Nós vamos passear?-ela pergunta toda animada.

-Sim meu amor, vamos passear todos os dias, queres?-ele sorriu ainda mais.

-Quero...-a minha filha abraçou-o-a mamã pode vir connosco?

Liam olhou para mim e eu olhei para ele, ambos nos encarámos em silêncio, até ele o quebrar.

-Não...-ele falou tão rude que só me apetecia chorar naquele momento-a mamã não pode, vai ser um momento de pai e filha.

-Oh...-vi que ficou triste-mas outro dia ela pode ir?

-Sim...-ele assentiu-anda vou colocar-te no carro princesa.

Liam coloca a nossa filha no carro e ajuda-a a colocar o seu sinto. Alguns segundos depois ele volta e mais uma vez ambos nos encaramos.

-As coisas dela?-ele pergunta frio e temeroso.

-Por favor Liam...-olhei nos seus olhos-não me faças isto. Eu....eu faço tudo o que tu quiseres, mas não me tires a minha filha, eu preciso dela e...por favor Liam peço-te que....

-As coisas dela?-e volta a fazer aquela mesma pergunta sem me dar atenção ao que eu dissera antes e aquilo me dava vontade de lhe bater.

Senti uma lágrima escorrer no meu rosto e então virei costas e peguei nas suas coisinhas. Andei até ele e a muito custo entreguei-lhe.

-Liam...-olhei nos seus olhos-ela é somente uma criança, ela não tem culpa do que aconteceu entre nós...não a afastes de mim por favor....é a única coisa que eu te peço...eu não vou conseguir viver sem ela. Ela é demasiado importante para mim.

Falei enquanto chorava e a sua expressão era suave. Por momentos pensei que ele iria desistir desta ideia maluca, mas aquela sua expressão carregada e de desprezo voltou e então ele olhou bem nos meus olhos.

-No que depender de mim nunca mais vais voltar a ver a Filipa-apontou-me o dedo-e isso é pouco para te punir por todos estes anos longe da minha filha.

E com estas palavras ele pega nas malas e sai de casa batendo a porta. Encostei-me à mesma e chorei desalmadamente. Ele levou-a, ele levou a minha filha. Levou-a para longe de mim. Eu nunca mais poderei ver a minha menina. Oh meu deus Filipa. Meu amor.

♥♥♥

Olá olá pessoas lindas do meu coração. Tudo bem com vocês? Ainda bem. O que é que acharam deste capítulo?

Por momentos pensei que Liam iria desistir desta ideia, mas não.

O que será que vai acontecer?

Ansiosos para o próximo capítulo?

Vá pelo menos 10 votos e eu publico o próximo capítulo amanhã.

Do que estão à espera? Mexam-se XD

Até amanhã.

Kiss ♥

(im)possible Love 02Onde histórias criam vida. Descubra agora