Capítulo 14

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Quando chegamos na porta deu para ouvir umas batidas vindo do outro lado. Parecia que alguém queria dizer alguma coisa. As batidas eram leves e os ritmos se alternavam. Era um código.

Ana - Tem alguém aí ?

As batidas pararam. Esperei mais alguns minutos e perguntei novamente. Não houve mais nenhum barulho.
As pessoas voltaram para os seus lugares e eu fiquei ali com o Caio.

Caio - O que será que pode ser ?
Ana - Não sei.. Será que é alguém que precisa de ajuda ?
Caio - Talvez.. Mas e se for um zumbi ?
Ana - Creio que não. Um zumbi não bateria tão lentamente assim e se ele ouvisse nossa voz ele começaria a fazer uns barulhos estranhos, igual quando eles querem comer alguém.
Caio - Pode ser..
Ana - Estou preocupada com os outros. A chuva já está diminuindo mas eles ainda não voltaram!
Caio - Eu também estou preocupado..
Ana - E se formos atrás deles ?
Caio - Mas não podemos deixar essas pessoas aqui! Somos os responsáveis por elas..
Ana - Poxa..
Caio - Está preocupada com o Felipe, né?
Ana - Nada a ver, Caio..
Caio - Ana, eu te conheço.
Ana - Não, não é o Felipe. Eu amo outra pessoa..
Caio - Ah, jura? Quem ?
Ana - Eu amo..

Na hora que eu ia falar um barulho nos interrompe. Era a porta de ferro que da acesso a rua. Caio e eu fomos correndo com as armas para ver o que era.

Ana - Abre!
Caio - E se for zumbis ?
Ana - Para de ser medroso!
Caio - Mas e se for zumbis ?
Ana - Caralho, Caio! Não são zumbis ! Que merda..

Eu empurro ele e passo para abrir a porta. Era as outras equipes. O pessoal começa a entrar rapidamente e eu vejo três caras levando o Matheus e o Felipe no colo. Eles estão machucados. Os outros ajudam a descer as coisas.

Ana - O que houve com eles ?
Gui - Na hora da ventania o Matheus foi levado pelo vento. Felipe foi atrás dele e foi atingido por uma árvore. O Matheus teve leves ferimentos, mas acho que o Felipe quebrou o braço.
Ana - Puts...
Gui - Depois eu quero falar com você. Chame o Caio imediatamente para o laboratório, vamos tentar arrumar o braço do Felipe. Pode ter sido u deslocamento também..
Ana - Ok.

O Gui vai pro laboratório e eu vou chamar o Caio. Ele estava no quarto dele sentado na cama e encarando o chão.

Ana - Ei, precisamos de você no laboratório.. Parece que o Felipe quebrou o braço..
Caio - Agora você precisa do medroso aqui ?
Ana - Qual é, Caio. Eu estava brincando..
Caio - Não parecia estar brincando quando me empurrou..
Ana - Caio, sem sentimentalismo, ok ? Agora vem logo.
Caio - Eu só queria te proteger.. Poderia ter sido zumbis..
Ana - Obrigada pela proteção. Mas o meu instinto não estava dizendo que eram zumbis..

Ele passou por mim e foi direto pro laboratório. Eu fui atrás dele. O Felipe estava deitado na mesa. Quando ele me viu o olhar dele mudou. Parecia que ele estava chorando e tentou disfarçar.

Caio - Ana, cuida do Matheus. Ele teve alguns ferimentos leves.. Usa o que eu te ensinei..
Ana - Ta bom..

Felipe ficou me olhando. Fiquei com dó dele. O Matheus estava sentado na mesa. Ele tinha apenas alguns arranhões no braço esquerdo e no rosto.

Ana - Sente alguma dor ?
Matheus - Não..
Ana - Se lembra do que houve ?
Matheus - Uma árvore nos atingiu. Ah, estou com dor de cabeça.
Ana - Ok.

Eu limpo o sangue e faço alguns curativos. Depois vou direto pra mesa do Felipe.

Ana - O que ele tem ?
Caio - Foi apenas um deslocamento. Ele vai ficar bem..
Ana - Ok.. Mas como você vai voltar?
Caio - Esse é o problema. Distrai ele pra mim..

Eu vou na direção dele e antes que eu possa falar eu ouço o Felipe dando um grito. Me assustei na hora. Mas isso era o Caio colocando o braço dele de volta no lugar.

Felipe - Isso dói, caralho !
Caio - Sim, eu sei.. Mas tenho certeza que um coração partido dói bem mais..

O Caio olha pra mim e pisca. Ele é foda rs
Depois disso eu sai do laboratório. Tinha certeza que se eu fosse ficar ali o Felipe iria querer conversar comigo. Então eu fui para a porta fechada. Ela parece estar trancada por fora. Mas o que será que tem lá fora ?
Eu pego o machado e encaixo na fechadura e começo a girar. Giro com toda a minha força mas não consigo.

Ana - Que droga!

Eu chuto a porta. Tem alguma coisa do outro lado que está impedindo que eu abra a porta.

Felipe - Acho que ela está emperrada..
Ana - Aff..
Felipe - Quer ajuda ?
Ana - Prefiro fazer isso sozinha do que você querer dar uma de herói e acabar deslocando o braço de novo..
Felipe - Eu salvei o Matheus. Se não fosse eu, ele teria sido arremessado contra a parede..
Ana - Certo.. Você previu isso ?
Felipe - Ana, fala sério.. Ta bolada porque eu transei com a Carla ? Poxa, você tinha sumido hà uma semana com aquele filho da puta..
Ana - Não fala assim do Caio! Ele é o meu amigo!
Felipe - Amigo que quer te comer, só isso!
Ana - E se eu quiser dar pra ele, algum problema ?
Felipe - Você não é assim..
Ana - Você não me conhece..
Felipe - Eu sei que não é..

Ele segura na minha cintura e vai me encostando na porta trancada. Ele me apoia na porta e começa a me beijar. É um beijo bem safado. Em seguida ele levanta minha perna esquerda e chega mais perto. Nossos corpos ficam bem colados.

Ana - Felipe, para..
Felipe - Eu sei que você quer, Ana..

Enquanto ele me beijava e passava a mão, eu ficava cada vez mais descontrolada. Até que fomos arremessados contra a escada. A porta que estava trancada por fora tinha explodido. Eu vi muita fumaça antes de apagar...

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