Assim que eu apaguei, depois de alguns minutos eu acordei novamente. O Felipe estava desmaiado ainda. Eu deixei ele lá e peguei minha arma. Só tinha fumaça pra todo lugar. O barulho da explosão foi silencioso. Parecia que quem explodiu queria manter o silêncio.
Fui diretamente para a porta. Olhei pra fora e depois de ver tanta fumaça, eu finalmente vi alguém. Era um homem alto de pele morena. Aparentava ter uns 35 anos. Tinha olhos castanhos e cabelos um pouco grisalhos. Ele estava com uma calça preta de policial e com uma jaqueta de couro preta. Ele estava sozinho. Mirei a arma pra ele e fui chegando mais perto.
Ana - Quem é você ?
Xxx - Calma.. Abaixe a arma!
Ana - Abaixa a sua primeiro!
Enquanto eu chegava perto ele ia virando. Estávamos andando em círculos, até que ele parou em frente a porta e eu fiquei no lugar que ele estava.
Ana - Abaixa a arma!
Xxx - Tem mais gente aí ?
Ana - Dá pra você abaixar a arma primeiro ?
Ele fez que ia abaixar e quando eu abaixei a minha ele atirou. O tiro passou de raspão no meu braço e acertou a parede. Ele vira pra entrar mas é surpreendido pelo Caio. Ele dá uma coronhada com a arma na cabeça do cara e ele desmaia.
Ana - O que será que ele queria ?
Gui - Não sei.. Vamos descobrir..
Estamos no laboratório. O Gui está investigando o cara e o Caio estava acordando o Felipe.
Gui - Esse distintivo estava no bolso de dentro da jaqueta dele. Aqui está escrito que ele é o Policial Militar Roberto Poiolli. Ele é dos E. U. A.
Caio - E o que um policial dos Estados Unidos estaria fazendo aqui?
Ana - Ótima pergunta.. Mas para mim, isso só pode dizer uma coisa..
Eu coloco álcool em um paninho e vou direto no cara. Revisto ele e depois acordo ele com o pano. Ele começa a tossir e depois senta, assustado.
Ana - Olá, bela adormecida.
Roberto - Quem é você ? O que quer comigo ?
Ana - O que você veio fazer aqui ?!
Roberto - Não é da sua conta..
Eu ando em volta dele.
Ana - Olha, você é muito covarde para um policial dos Estados Unidos..
Roberto - Como sabe que sou policial ?
Ana - Dá próxima vez não deixe seus brinquedos tão a mostra assim..
Eu jogo o distintivo na mão dele. Ele fica de cabeça baixa.
Ana - E então, você ainda não me respondeu, Roberto!
Roberto - Eu vim aqui atrás da minha mulher. Ela é tudo pra mim..
Ana - O que sua mulher está fazendo aqui se você mora lá ? Se ela é tão importante assim..
Roberto - Quem disse que eu moro nos Estados Unidos ?
Caio - Você é PM de lá. E pelo que todos nós sabemos, você só pode ser PM de um local se você reside nele! Você tem que aprender a mentir..
Ana - Olha, eu te dou duas opcções. Ou você fala pra gente o que veio fazer aqui e porque explodiu a porta, ou eu vou ser obrigada a te jogar na rua com a arma que você estava, com apenas 3 balas. Quanto tempo será que você levará para morrer ?
Roberto - Calma, eu explico. Mas não me mandem para a rua. Esses zumbis estão por toda parte!
Ana - Te dou três segundos para começar a falar..
O Caio me dá um sorriso de canto, como de quem diz "Parabéns, puxou o seu pai".
Roberto - Tudo bem.. Eu vim para cá porque o Senhor Parker me mandou em busca da filha dele.. Eu vim com mais quatro soldados, mas infelizmente os quatro viraram zumbis..
Ana - Você disse Parker ?!
Caio - Calma, Ana..
Roberto - Sim, porque? Conhece a filha dele ?
Ana - Eu sou a filha dele ! Como nos encontrou ?!
Roberto - Um dos nossos soldados disse que morou aqui quando era pequeno.. Antes dele virar zumbi ele indicou o caminho para ficarmos mais seguros, mas infelizmente sobrou somente eu..
Ana - O soldado é o irmão do Pedro!
Caio - Ana!
Ana - O que?!
Caio - Vem aqui, agora!
Eu fui até ele e ele começou a falar baixinho comigo.
Caio - Não passa as informações! A gente nem conhece ele..
Ana - Calma.. Você está muito preocupado comigo hoje, parece até que vai acontecer alguma coisa comigo..
Caio - Nunca se sabe..
Ana - Policial Roberto, o que o senhor Parker lhe disse, exatamente ?
Roberto - Ele disse para mim buscar a filha dele. Viemos com um avião que trazia ao todo 20 passageiros.
Ana - E como pretende me levar até ele ?
Roberto - Tem um avião nos esperando pela manhã, às 06:30. No aeroporto mais próximo daqui.
Ana - Mas não vai caber todos.
Roberto - Não mesmo. Por isso eu posso levar somente você e mais um.
Caio - O que ?
Ana - Calma, Caio..
Caio - Como assim ? Teus soldados morreram ! Cabe mais quatro no avião!
Roberto - Mas viemos aqui em busca de mais pessoas. Só vou poder levar dois. Desculpe..
Ana - Que droga !
Gui - E porque o próprio Parker não veio buscá-la ?
Roberto - Ele está em uma missão resgate. Ele está resgatando sobreviventes de outras cidades..
Ana - Conheço o meu pai, ele nunca teria coragem de vir me buscar..
Roberto - Iremos sair daqui às 05:30. Acorde cedo!
Caio - E quem disse que ela vai ?!
Ana - Caio, é a minha única chance! Eu preciso ver ele.. Você pode ir comigo!! Assim você verá o seu pai também !
Caio - Melhor o Gui ir. Assim ele consegue fazer a cura pros zumbis..
Gui - Mas e as pessoas que estão aqui ?
Ana - Caio, sem você, eu não consigo..
Roberto - Acho melhor seu amigo Caio ir com você. Parece que ele é o mais íntimo.
Caio - Cala a boca. Não está decidido que ela vai!
Ana - Eu vou sim !
Caio - Não vai não !
Ana - Caio, eu vou sim !
Caio - Vamos resolver isso daqui a pouco..
Ana - Aff..
O Felipe acorda. Ele olha em volta e vê o Roberto sentado na cama. Caio está na frente dele. Rapidamente o Felipe pega a arma da minha cintura e mira na direção dos dois. O Guilherme corre e aplica um sedativo nele.
Gui - Agora ele vai dormir até amanhã.
Ana - Porque ele tentou matar um dos dois ?
Caio - Em quem ele mirou ?
Ana - Não deu pra ver direito..
Roberto - Quem é ele ?
Ana - Um amigo.
Gui - Bom, pessoal. Está ficando tarde. Vamos dormir e discutiremos isso amanhã. Ana, se você for me avise. Pode me acordar cedo, não tem problema.
Ana - Ok. A onde o Roberto vai dormir ?
Caio - O quarto 34 está vazio. A arma dele vai ficar comigo. E o canivete de bolso também. Ana, quero falar com você.
Todos se despedem e cada um foi pro seu quarto. Colocamos o Felipe no quarto dele e eu fui pro quarto do Caio ver o que ele queria. Entramos e ele sentou na cama.
Ana - Fala logo..
Caio - Eu acho melhor você não ir com ele.. A gente nem sabe quem ele é..
Ana - Caio, já vimos no próprio distintivo que ele é policial.
Caio - Sim, mas e se a identidade for falsa ?
Ana - Vamos supor que seja. Ele estaria fazendo o que aqui, então ?
Caio - Não sei, procurando um abrigo, talvez..
Ana - Um abrigo ? Então para que ele disse que o avião estaria esperando amanhã ?
Caio - Não sei, não sei. Só estou inseguro com isso..
Ana - Hoje você está inseguro com tudo..
Caio - Mas você não vai ir, né ? Você não pode ir !
Ana - E porque não, Caio ? É a única maneira de eu achar o meu pai. Você sabe disso! Eu sofro tanto por ele se afastar de mim, e na única chance que eu tenho de me reconciliar com ele você quer me impedir ?!
Caio - Eu sei, Ana. Mas eu acho que você está tomando uma atitude cedo demais!
Ana - Aaah, jura ? E quem é você para falar isso ? Você mesmo que colocou a Jaqueline dentro da casa do seu pai e você viu com os seus próprios olhos que ela quase nos matou e agora vem falar que eu estou tomando atitude cedo demais? Ah, me poupe !
Caio - Isso é diferente, Ana! Eu estava cego, estava louco por ela!
Ana - E você acha que eu não amo o meu pai? Depois de tudo o que ele fez, eu ainda o considero como pai! Ele cuidou de mim e ficou do meu lado quando minha mãe foi pra longe..
Caio - Ele cuidou tão bem de você que teve que abusar sexualmente de você! E você ainda o ama ?
Eu começo a chorar na hora.
Ana - Sim, eu o amo. Ele estava bêbado naquele dia e você sabe que ele mudou. Não precisava realmente me lembrar disso.. Você é um monstro!
Eu saio e bato a porta do quarto dele. Ele fica lá, imóvel. Vou pro meu quarto e começo a chorar. Acabo adormecendo.
