Capítulo 23

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Quando eu acordo a gente já tinha chegado. Nova York é muito linda! Parece que aqui não tem mais zumbis. Tem ruas que estão movimentadas e as lojas tem gente! Aqui está tudo recuperado...
Fomos para um condomínio. As casas eram todas iguais e do mesmo tamanho. Tinha muitas casas ali. Mais ou menos mil! O lugar era realmente enorme. E o portão do condomínio era super seguro e os muros eram bem altos e tinham cercas elétricas.

Ana - Aqui é muito lindo!
Caio - Muito mesmo! Dá para recomeçar aqui!
Ana - Sim, com certeza!

Cada um ficou em uma casa. As casas eram bem pequenas. Tinham um quarto, uma cozinha, uma sala, um banheiro e o quintal. Todos os quartos tinham cama de casal. Raramente uma casa tinha dois quartos. O Caio ficou em uma casa, ele me chamou para morar com ele lá, mas como a cama era de casal ele mesmo não quis. O Caio me respeita demais e qualquer situação que faça parecer que ele tem outras intenções ele descarta rapidamente. E então eu fiquei com a casa da frente. O Felipe ficou na mesma casa que eu, porque no momento naquela rua só havia duas casas disponíveis e as outras casas devem estar cheias já com o pessoal que veio com a gente.
Na frente de todas as casas tem um alto falante. Isso é para o presidente se comunicar com a gente. Era umas três e meia da tarde quando foi anunciado que teria uma reunião às 19:30 no saguão do condomínio.
Eu ajeitei minha casa. Em todas as casas tinha os móveis necessários para sobreviver, mas não era o suficiente. Eu tenho que achar algum jeito de trabalhar para poder comprar. Aqui em Nova York as coisas estão funcionando normalmente. Parece que eles limparam total o local. Deu o horário da reunião e eu fui com o Caio. O Felipe estava tomando banho na hora que eu sai.
O saguão era enorme, e ele estava lotado. 30% da população era crianças. 10% eram grávidas. 20% eram mulheres e 39% eram homens. Havia apenas 1% dos idosos. Eles são as principais vítimas dos ataques, pois não tem muita capacidade para correr e são fracos para brigas.
Na reunião o presidente explicou tudo para nós. Ele disse que as casas eram pintadas de brancos por motivo de uma nova vida. Era o símbolo da paz. A gente poderia pintar por dentro de qualquer cor, mas por fora sempre será branco. O trabalho a gente poderia arrumar nas lojas mesmo. Ele disse que tudo está funcionando normalmente e que tem guardas por todo o local e que inclusive teria muitas vagas para guardas. Assim que as listas de emprego foram anunciadas as pessoas começaram a fazer uma confusão e quando eu fui preencher a minha, a melhor que tinha era de garçonete em uma cafeteria, o Caio preencheu a fixa de entregador de mercadorias e o Felipe em uma fábrica de bolachas.
Depois fomos para casa. Todos começariam a trabalhar no dia seguinte. Eu fiz alguma coisa para comer e fui tomar um banho. Felipe entrou no banheiro e a gente transou. O bom de morar com alguém é que você pode fazer o que quiser, a hora que quiser. Só que o que eu não contava era que o meu pai poderia aparecer lá a qualquer momento. Quando eu sai do chuveiro eu deixei o Felipe tomando banho. Ao passar pela sala para ir pro meu quarto eu dou de cara com o meu pai e um homem sentado no sofá.

*Detalhe: eu estava de toalha.

José - Oi, Ana.

O meu pai nunca me chama de filha. Eu não sei se isso é bom ou ruim, só sei que as vezes me machuca. Um dia ele me apresentou como Ana para um amigo dele, mas em momento algum ele disse que eu era a filha dele. Às vezes eu fico pensando que ele não queria que eu ficasse morando com ele ou que ele não me vê como filha. O Caio tem uma raiva enorme dele por ele ter abusado de mim. Eu não tenho raiva do meu pai por isso, eu já tentei ficar com raiva mas aí eu lembro dos momentos bons que passei com ele e a raiva passa. Eu não consigo ter raiva dele, ele é o meu pai. Caio nunca entendeu esse meu lado de pensar. Um dia ele disse que eu não tenho raiva porque eu devo ter gostado que o meu pai abusou de mim. Isso me machucou muito, mas o Caio estava bravo naquele dia e eu tinha irritado ele mais ainda. Então eu não levei a sério. E para responder sua pergunta, eu não gostei do que o meu pai fez. Eu não gosto muito de falar sobre isso, então vamos pular para outra parte da história.

Ana - Oi, pai.
José - Esse aqui é o Thomas. Ele é um militar, ele foi treinado para proteger pessoas e locais. Nessa rua tem dois guardas de vigia mas eu contratei o Thomas para ser o seu guarda pessoal.
Ana - Você contratou um cara para ficar de guarda costas para mim ?
José - Ele vai te proteger..
Ana - Pai, eu sei me virar sozinha. Sobrevivi esse tempo todo e não é agora que eu vou falhar. Eu não preciso de um guarda costas.
José - Ele é médico e cientista também. Quero que ele fique à sua disposição.
Ana - Pai, qual é? Vai dar uma de cupido agora?

O Felipe sai do banheiro e aparece só de cueca na sala, mostrando o seu corpo malhado e bronzeado.

Felipe - Ops..

Ele vai pro quarto antes que alguém se manifeste.

José - Ele é o seu guarda costas?
Ana - Não. Ele é o meu amigo e eu não preciso de um guarda costas. Obrigada por fingir se importar, agora me deixe aqui como você sempre fez. Me deixe sozinha.
Thomas - Ana, não fale assim com o seu pai..
Ana - Cala a boca, você não sabe da minha vida e não tem o direito de ficar opinando.

O meu pai levanta e sai sem falar nada. O Thomas fica olhando pra mim.

Ana - O que é? Vai ficar aí parado me olhando com cara de tonto?
Thomas - Tem razão.

Ele vai embora. Eu entro no quarto para me trocar e o Felipe começou a bater palmas.

Felipe - Mas que show foi aquele, hein! Uau..
Ana - Não enche você também..
Felipe - Porque falou com o seu pai daquele jeito?
Ana - Não é da sua conta.
Felipe - Ei, ei, calma. Me explica..
Ana - Felipe, não enche você também..

Ele me abraça e em seguida me pega no colo para começarmos o segundo roud, mas eu estou muito estressada para isso. Então eu saio de cima dele e vou me trocar. Ele fica insistindo mas eu continuo negando. Me troco, deito e durmo.

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