Capítulo 29

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Os zumbis estão entrando nas casas. Ouço gritos por toda parte. Mas como eles entraram aqui? Tem todo o sistema de segurança. Eu poderia pregar as portas de casa mas aqui não tem nem prego! Que droga.. Eu corro para o fundo da casa e subo no telhado antes de ser pega por um zumbi. Ele agarrou minha perna e eu consegui soltar mas ele estava muito forte! Que estranho.. O bom daqui é que as casas são coladas umas nas outras e isso facilitou para mim na hora de pular de telhado em telhado.
Enquanto os zumbis vão invadindo as casas eu vou pulando de casa em casa até chegar na última casa. Eu preciso ir para o saguão. Lá dentro do hospital tem uma grade de ferro que dá pra se proteger. Mas para ir até lá eu preciso andar uns 100 metros. Droga! Tem zumbis por toda parte.. Eu sento no telhado e fico observando. Os zumbis estão mais rápidos! O que será que aconteceu?
Eu vejo um carro entrando no estacionamento. O cara percebe os zumbis mas fica sem saída. Os zumbis rodeiam o carro e tentam a todo custo pegar o cara. Eu olho mais fixamente para ver quem era. É o meu pai!
Sem pensar duas vezes eu pulo no chão e vou em direção ao zumbis.

Ana - Ei, zumbis! Venham me pegar!

Eu fico gritando mas eles não saem de lá então eu começo a bater em outro carro e faz o maior barulho. Os zumbis vem atrás de mim. Eu vejo meu pai correndo até o saguão. Eu subo em cima do carro. Agora todos os zumbis vieram atrás de mim, legal. Um dos zumbis pega o meu pé e puxa. Eu caio no carro e bato a cabeça. Fez um corte. Eu fecho os meus olhos imaginando o meu fim quando eu ouço um tiro. O meu pai matou o zumbi. Logo aparece o Caio, o Thomas e o Felipe atrás atirando nos zumbis. Eu corro até eles mas vou ficando fraca por causa da batida e desmaio.

Acordo. Estou na cama do hospital.

Felipe - Uffa, ela acordou!
Caio - Deixa eu ver, sai da frente!
Thomas - Calma, gente. Assim ela vai se assustar.
José - A filha é minha, eu falo com ela primeiro. Vão pra fora.

Todos saem e fica só eu e meu pai no quarto.

José - Ana?
Ana - Porque você nunca me chama de filha?
José - Porque o seu nome é Ana..
Ana - Mas que droga é essa? Até em meio a um apocalipse zumbi você tem que me tratar desse jeito ? Porra, pai. Você esqueceu que éramos felizes? Lembra da pipoca com caramelo ? E do bolo de caneca ? Você lembra quando a gente assistia filme todos os sábados? Sabe, eu só queria saber o que aconteceu pra você ter mudado tanto assim..
José - Você sabe..
Ana - Não sei não. Você pode me explicar?

Ele abaixa a cabeça e fica andando pelo quarto. Depois de dois minutos ele finalmente fala alguma coisa.

José - Depois do que eu fiz com você eu me arrependi bastante e desde aquele dia eu jurei que não iria chegar mais perto de você..
Ana - Qual é, pai. Você estava bêbado e tinha fumado muito..
José - Mas isso não é desculpa para o que eu fiz.. Desculpa, filha.

Ele abaixa a cabeça e começa a chorar. Ele me olha e eu abro os braços para ele me abraçar mas ele sai do quarto.

Ana - Pai !

Eu começo a chorar. Aquilo doeu muito em mim mas eu compreendi o meu pai. Em seguida o Caio entrou no quarto.

Caio - Está tudo bem?
Ana - Tá sim..
Caio - Seu pai estava chorando..
Ana - É..

Ele me abraça forte.

Caio - Eu quero te proteger. Quero que fique bem, ta?
Ana - Ta bom..

Ele fica ali me abraçando. Depois de um tempo o Thomas entra no quarto.

Thomas - Gente, desculpa atrapalhar, mas é que os zumbis conseguiram entrar aqui. Temos que dar o fora agora. Ana, pegue os medicamentos necessários. Caio vá para a cozinha e pegue o necessário. A Larissa está pegando algumas roupas e cobertas e o José e o Felipe estão dando cobertura. Vamos!
Ana - A Larissa está aqui?
Thomas - Felipe foi buscá-la.

Eu levanto da cama e começo a pegar todos os remédios que eu vejo pela frente. Coloco tudo no lençol da cama e amarro. Depois vou para a cozinha ajudar o Caio. Ele coloca alguns alimentos na caixa. Panela, fósforos, velas e esqueiros. Depois de ajudar o Caio eu vou pra fora. O meu pai, o Felipe, e a Larissa já estão no carro. Eu vou correndo com o Caio. Fomos bem apertados dentro do carro. Ao chegar no portão alguém tinha que descer para abri-lo.

Ana - Eu vou !
Caio - Não!

Sem pensar duas vezes o meu pai sai do carro e corre até o portão. O Thomas fica matando os zumbis que estão em volta.

Thomas - As balas estão acabando...
Ana - Pai, vai logo!
José - Está preso! Não quer abrir!

Thomas senta no volante para facilitar a mira. Meu pai finalmente consegue abrir o portão.

Thomas - As balas acabaram.

Meu pai olha pra mim e diz desculpa silenciosamente. E eu vejo os zumbis cercando ele. Meu pai distraiu os zumbis para fugirmos.

Ana - Nãããão!

O Thomas liga o carro e a gente segue a estrada. Fiquei chorando durante meia hora. Mas sabe de uma coisa? Meu pai foi um herói. Ele se matou para nos salvar e isso me orgulha muito. Eu poderia muito bem ter me entregado para os zumbis na hora do carro ou ter deixado que eles invadissem minha casa. Mas sabe porque eu não fiz isso? Porque eu escolhi lutar. Um apocalipse zumbi é igual ao amor. Você tem que escolher entre lutar e se entregar de primeira. Eu lutei pelo Caio. No começo eu tive medo mas consegui ele. Sei que se eu tivesse me entregado de primeira isso não iria dar certo, pois nenhum relacionamento dá certo quando você se entrega totalmente logo de primeira. É igual ao apocalipse. Eu poderia ter me entregado ao zumbis mas preferi lutar. Eu escolhi lutar porque sempre escolho lutar e essa é a minha missão.

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