Capítulo 3

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Cinco meses depois

Hoje fazem exatamente 5 meses que meus pais faleceram, cada dia, hora, minuto, cada segundo só me faz sentir mais e mais falta deles, eu pensei que ficaria mais fácil com o tempo mas pelo contrário, está ficando cada vez mais difícil.

Sinto falta de quando mamãe ia pela manhã me acordar em meu quarto, de quando papai me dava broncas por não limpar Minha bagunça.

Agora eu me pergunto o que realmente é viver? o que vale mais, guardar momentos em recordações ou viver cada vez mais e mais? se eu pudesse voltar a cada momento que vivi com eles eu não ficaria em um canto por que não gostei de algo, não iria escolher um filme sozinha ao invés de ir em um passeio com a família.

Durante esses cinco meses eu sofri muito, lembrar de cada sorriso de mamãe, cada gargalhada de papai doí muito e doí mais ainda em saber que nunca mais irei ouvir eles, a não ser em sonhos, sim tive muitos sonhos , na verdade não foram só sonhos tive muito mais pesadelos - nos quais sempre via mamãe e papai imóveis em um caixão - passei noites acordada apenas olhando Mat dormir.

Mat...Doí cada vez que o ouço chorando chamando pela mamãe e papai, durante a primeira semana que o acidente aconteceu Mat não dormia fácil, chorava sempre. Já na segunda semana ele não queria mamar - o mesmo ficou internado por quatro dias.

Acordei muitas vezes a noite com Mat mexendo em minha camisa falando "mama " durante essas vezes não aguentei e chorei, eu não choro só por mim eu choro pelo Mat também, pensar que ele não irá ser acordado pela mamãe nos dias de aula, não aprender a andar de bicicleta com papai.

Logo após a notícia do acidente, no dia seguinte um amigo de meu pai - cujo o mesmo era advogado - entregou o testamento - o mesmo dizia que eu e Mat devíamos ficar sobre a guarda de minha tia Vero, eu não necessariamente pois já era de maior, mas o Mat deveria ficar com a tia até meus devidos 21 anos, as ações de uma empresa de papai e uma boa quantia de dinheiro para o meu futuro e o de Mat, a casa também e todos os nossos bens estavam em meu nome, mas só teria posse com meus 21 anos - Eu não queria de jeito nenhum morar na mesma casa de minha tia, a mesma era uma sem coração que só se preocupava com o dinheiro de papai, a tia Vero sumiu logo após o enterro de meus pais, apenas deixou uma carta me ameaçando - a mesma dizia que era para mim esquecer a herança ou ela levaria Mat embora para longe - se ela ao menos soubesse que eu não me interessava pela herança, apenas queria meus pais de volta.

A minha antiga casa foi vendida, minha tia falou que ia mandar uma pensão por mês para eu alugar uma casa e comprar as coisas que Mat precisa enquanto não acho emprego.

Anna esteve comigo durante esses cinco meses, vendo minha situação ela me convidou para morar com ela em seu apartamento, eu aceitei sem pensar duas vezes, sem Anna eu não teria conseguido me manter em pé durante esse tempo, a noite quando tenho pesadelos ela sempre está comigo, a mesma me ajuda a cuidar de Mat - que está com 10 meses agora.

Eu ainda não procurei um emprego por insistência de Anna, ela diz que Mat precisa mais de mim agora, mas não posso depender da hospitalidade de nna para sempre, minha tia não deu sinal de vida, também não mandou a pensão para comprar as coisas de Matheus. Eu decidi que amanhã vou atrás de um emprego e irei por o Matheus na creche.
Meu peito dói em pensar nessa possibilidade, meu ursinho acabou de perdeu os pais. Achei tão cruel ter que deixá-lo longe de mim também, porém eu preciso sustentar ele. Se não fosse por Anna estaríamos na rua.

Um Encontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora