Capítulo 04

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Alguns capítulos são proibidos para menores de 18 anos.



Gustav me encaminha para seu departamento e lá começam as apresentações sem fim. Ao todo, são 09 pessoas que trabalham no comercial; Cinco vendedores externos, três inside sales (vendedores internos) e um gerente. Todos extremamente educados e solícitos, senti que meu desempenho, fluiria sem dificuldade com aquela equipe.

Sentei primeiramente com Olof, o gerente do departamento, para entender o processo de modo geral, depois sentaria com os vendedores internos, para ver a atividade se desenrolando e tentar traduzir isso para o programa que será aperfeiçoado. Gustav foi para sua sala, mas toda hora vinha conversar com Olof. Sentia sua presença reconfortante, sem nem mesmo olhá-lo, era como se um alerta se acionasse quando invadia a sala. Nós tínhamos sintonia, química e não podia negar que vê-lo me fazia bem, que despertava um sentimento agradável no meu interior. É como estar no paraíso e em paz consigo mesma. Havia me esquecido como é bom se sentir amada e mesmo sem palavras ditas, era isso que os olhos de Gustav me diziam.

O dia passou rápido e á tarde, um dos vendedores externos que não estava pela manhã, chegou á empresa e fomos devidamente apresentados. O mesmo é bonito, engraçado, e logo ganha minha simpatia. Apesar da boa vontade da equipe, Karl é o mais aberto a fazer amizades e o que mais se dispôs a apresentar o trabalho na íntegra. Vou aproveitar tanta disposição e assimilar o máximo de informações possíveis, preciso dessa sinergia para desempenhar com sucesso minha tarefa.

No final do dia, estava distraída e brincando com Karl, que me contava um pouco sobre a vida noturna de Estocolmo, estou relaxada e atenta à conversa. Escutei um pigarro e viro para olhar de onde vem o som. Gustav está com os braços cruzados em frente ao peito e me olha sem qualquer expressão no rosto, aguardo que ele se pronuncie e nada. Olho para Karl e vejo que esta sem graça, não entendendo nada.

- Oi Gustav, você quer alguma coisa? – o questiono, para quebrar o gelo do silêncio incomodo que se instalou na sala.

- Estou atrapalhando? – sibila Gustav cheio de ironia.

-Claro que não, como já passou do horário do expediente. Karl esta me falando um pouco da cidade – digo sorrindo, tentando mudar o clima estranho.

- É Gustav! Até me ofereci, para mostrar um pouco da cidade para ela. Afinal, ficará sozinha por aqui, será bom ter companhia aos finais de semana – Gustav continua inexpressivo.

- Que atitude altruísta Karl, os anjos no seu céu, devem estar tocando trombetas de tanta dedicação ao próximo – vejo o sorriso de Karl se desfazer e o mesmo coça a cabeça sem graça.

- Não se incomode com isso, a Cecília terá companhia até o final do ano, pode ter certeza – murmura sarcástico e sem paciência.

- Vamos Cecília, te deixo em casa – pego minhas coisas, morrendo de vergonha e me despeço de meu novo amigo com um aceno.

Sigo Gustav, que não dá um pio até a porta do elevador, nos acomodamos em seu interior. E a língua dele se destrava.

- Karl não passa de um conquistador barato, não seja ingênua, achando que estava fazendo um novo amigo.

- Não estou interessada nas investidas dele, se quiser terá somente a minha amizade. E já sou adulta e sei me defender Gustav.

- Sabe nada, esta em um país estranho, sozinha e a mercê de caras como ele. Não vou permitir que se aproveite, com a desculpa de fazer turismo – apesar da frase autoritária, achei linda sua preocupação com minha segurança e bem estar.

Nascidos para amar (destino Suécia)Onde histórias criam vida. Descubra agora