Capítulo 02

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Alguns capítulos são proibidos para menores de 18 anos.



Já no taxi, seguimos para o bairro de Södermalm, onde as gêmeas moram. E aproveito para ver a vista pela janela do carro. O calor está agradável, nada que te deixe suando ou grudada. Temperatura amena, sol brilhando no meio do céu azul, que até parece ser pintado de tão acentuado. Desço em frente a um prédio antigo, de pouco andares e chamo pelo interfone. Logo sou questionada sobre o que desejo, hora de desenferrujar meu sueco.

Aviso que sou a nova inquilina brasileira e minha entrada é permitida. No primeiro andar, a porta me aguarda aberta, bato na hora para anunciar minha chegada. Logo encontro duas lindas moças sentadas no sofá, são idênticas e ao mesmo tempo totalmente diferentes. Mikaela é simpática e sorridente, Greta é sisuda e fechada. Exatamente como Inger as descreveu, tenho vontade de sorrir com tanta exatidão.

Conversamos por alguns minutos na sala, de modo a acertar alguns detalhes primordiais. Em todo o tempo, Greta me observa sem parar, não fala nada, apenas deixa a irmã fazer as devidas observações. Nossos olhos se cruzam, mas em nenhum momento sorri ou tenta ser atenciosa, apenas me analisa, como se tentasse descobrir algo. Fico em meu canto, sabendo que provavelmente não agradarei logo de inicio.

Mikaela me leva até meu novo quarto e pede desculpas pela irmã.

- Cecilia, me desculpe pelo comportamento seco e fechado da Greta. É uma boa pessoa, só é um pouco desconfiada com estrangeiros. Desconfio que teve alguma decepção amorosa com algum turista.

Dou risada com a sua especulação e tento não levar para o lado pessoal.

- Não tem problema. Na verdade Inger, já havia me alertado que Greta era mais reservada – ela dá uma gargalhada e murmura:

- Mais chata, você quer dizer.

- Você quem esta falando e nem a conheço direito – ela dá de ombros e pergunta se preciso de ajuda para desfazer as malas. Respondo que não e sou deixada sozinha. Observo o quarto nos mínimos detalhes e apesar de ser pequeno, é bem decorado. Pintado na cor branca acinzentado, é um charme. Com armários modernos com porta de correr e uma cama de casal, o espaço se torna ideal para minha longa estádia.

Olho pela janela e vejo que é uma rua cheia de lojas, mercadinhos e padarias ao nosso redor. Enfim, tudo que preciso para me virar por enquanto. Volto para a tarefa de arrumar as roupas e quando me dou por satisfeita, retorno a sala para socializar com minhas novas amigas.

Após uma hora sentada vendo televisão, resolvo sair, para respirar ar puro e conhecer a vizinhança. Tomo um banho e visto uma roupa leve, uma legging preta, blusa soltinha de manga curta azul e um tennis de cano baixo. Mika me dá algumas instruções sobre lugares legais para conhecer aqui perto e fico agradecida com sua gentileza e preocupação. Greta como sempre, só me olha e não adiciona nada nas observações da irmã, me regula da cabeça ao pés, dando-me a impressão de estar com inveja ou ciúmes da atenção que recebo. Enfim, pouco me importo e saiu para desbravar o bairro e as redondezas.

Tudo é lindo e diferente do Brasil. Os prédios são antigos e bem conservados, adoro este tipo de cenário. O povo sueco é discreto e reservado, não sorriem com facilidade e nem são de puxar conversa com estranhos. Entretanto, eu já conhecia toda esta personalidade e por estranho que pareça, eu gosto disso. Gosto desse jeito sério de encarar o dia a dia, tenho certeza que não irei sofrer com este tipo de tratamento. Não sou uma pessoa muito descontraída e extrovertida, então não vejo problemas com aqueles que são como eu.

Nascidos para amar (destino Suécia)Onde histórias criam vida. Descubra agora