𝙒𝙚'𝙧𝙚 𝙣𝙤𝙩 𝙛𝙧𝙞𝙚𝙣𝙙𝙨 - L3ddy

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𝙂𝙪𝙨𝙩𝙖𝙫𝙤 𝙈𝙖𝙩𝙩𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙫.

     Eu nunca fui alguém ruim, nunca tive a intenção de ser pra ser sincero, mas ela virava a minha cabeça e eu faria qualquer coisa por ela, pra ter ela de novo junto de mim. O que eu sentia por ela era simplesmente intenso, e eu sentia isso a muito muito tempo. O que contei pro Lucas não era exatamente mentira, aquilo tudo era sincero, eu me arrependia porque se eu não tivesse sido um tapado e ter ficado com ele, ela iria me procurar, e a gente teria vivido finalmente a nossa história.

      Mas então aquele dia que eu a beijei, e então vi que Lucas tinha visto, eu perdi tudo mais uma vez. Ela era esperta e percebeu o que estava acontecendo mesmo ninguém sabendo do meu relacionamento com ele, e todas as minhas tentativas de tentar contornar a situação caíram por terra quando ela foi conversar com Lucas e ele simplesmente abriu o bico.

     Ela não queria mais me ver, eu podia lotar seu celular de mensagens, ficar ligando até que o sol raiasse, e talvez ela tivesse tido razão em causar tudo isso, mas o Lucas não podia ter feito isso comigo. 

     Eu sempre percebi o lance dele com T3ddy, era quase tão translucido quanto a água, eu sinceramente não sei porque eles tentavam se enganar ou enganar ao outros que não existia nada ali. Mas como o lance que tivemos nunca foi muito sério pra mim, eu nunca me importei, já tinha data pra tudo acabar, só era pra Kéfera sentir ciúmes, admitir seus sentimentos e então ele estaria livre pra viver seja lá o que fosse.

     Mas ele acabou com tudo, e eu tinha o direito de acabar com tudo entre eles também, o relacionamento dos dois estava abalado demais, e eu sabia de tudo era obvio, Jean e sua vontade de acabar com os dois também acabava tornando dele um ótimo informante, bastou uma foto e estava tudo resolvido.

     Chumbo trocado não dói.

𝙇𝙪𝙘𝙖𝙨 𝙁𝙚𝙪𝙚𝙧𝙨𝙘𝙝𝙪̈𝙩𝙩𝙚 𝙋𝙤𝙫.

- Oi filho, tudo bem? vim trazer um bolinho pra você e pro Lucas! - O tom de voz animado e alegre me lembrava que havia muita das coisas que minha mãe não sabia.

- Oi mãe! O Lucas não tá não, mas pode deixar que eu como tudinho - Respondi alto do meu quarto, para que ela pudesse ouvir, e então seus passos vieram apressados até a porta.

- Eu achei que ele ia ficar, afinal de contas, vocês não estavam de namorico? - Seu tom de voz era confuso, e então eu suspirei, não queria explicar tudo. Eu devia ter mantido a história de que éramos só amigos da ultima que ela me questionou, mas ela me conhecia bem demais pra não perceber.

- Mãe foi só um lance, nada sério, a gente meio que "terminou" - Simplifiquei o máximo possível.

     Por um momento ela me olhou desconfiada da porta, esperando por mais alguma coisa, mas então saiu. Ela não estranhou porque não era exatamente uma novidade, eu sempre saia com alguns rapazes mas nada durava muito, minha vida inteira foi assim e não era algo incomum, eu sempre contava a ela dizendo que tinha encontrado o amor da minha vida, e então no outro dia aquilo já nem mais existia.

     Mas eu não queria que com Lucas fosse assim, ao menos não era pra ser, e agora eu deveria me acostumar, meus amigos viram que tínhamos nos resolvido, e agora eu teria que explicar pra todos mais uma vez porque não estávamos juntos, afinal eles sabiam que não era pra ser assim. Eu nunca comentava muito dos rapazes que eu saia, mas dele eu falei e bem, meus amigos me conheciam pra saber que tudo o que eu falava era sincero, com eles eu não tinha filtro e as vezes parecia uma garotinha apaixonada.

Mas agora eles iam me questionar e eu teria que falar que acabou.

𝙇𝙪𝙘𝙖𝙨 𝙊𝙡𝙞𝙤𝙩𝙞 𝙋𝙤𝙫.

     Quando cheguei em casa, Alex pareceu pronto para me questionar algo e então ficou em silencio. Ele sabia que eu gostava do Lucas, que eu acabaria o encontrando no evento e que obviamente algo iria acontecer, mas acho que meu semblante visivelmente triste já lhe dava muitas respostas. Segui direto para meu quarto, minha mente vazia, um completo silêncio, e assim desfiz minha mala, guardando o que deveria ser guardado.

    Era estranho ficar assim, e pra quem não me conhecia deveria ser no mínimo bizarro. Eu sempre fui o mais sorridente e feliz que pude, não só para meu público mas também para amigos não tão próximos assim, sempre acreditei que todo mundo já tinha problemas demais, e se eu tinha o dom de os fazer sorrir, assim eu faria. Mas particularmente eu sempre fui alguém muito centrado e reflexivo, não era um completo inconsequente, mas também não costumava ser tão melancólico assim.

     Refletir sobre tudo, fazia minha ficha cair e sinceramente me deixava triste, incomodado, tudo simplesmente tinha acontecido errado, e agora eu tinha que enfrentar a pior das consequências. 

Tentar lidar com isso.