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𝙇𝙪𝙘𝙖𝙨 𝙊𝙡𝙞𝙤𝙩𝙞 𝙋𝙤𝙫.

     Já haviam se passado 4 semanas e ainda era doloroso demais, quanto mais eu pensava sobre, mais eu percebia o quanto eu o amava e a intensidade desse sentimento. Eu me sentia exausto como se tivesse corrido uma maratona, e já não conseguia mais sorrir com tanta facilidade. Tentando melhorar, eu o cortei de minha vida de todas as maneiras, como se ele nunca tivesse existido, o que eu menos precisava agora era ver ele com o Gusta, provavelmente eles estavam juntos de vez.

     No início era difícil lidar com tudo, minha cabeça continuava embaralhada, depois eu percebi que estava surtando igual uma garotinha pra algo que sequer havia acontecido.

Nós nunca tivemos nada sério.

     Mas ainda assim era difícil não ficar um tanto melancólico, e foi nesse momento que eu agradeci de joelhos a decisão de ter dividido o apartamento com o meu melhor amigo. Alex não me perguntava absolutamente nada, mas sempre estava ali disposto a me ajudar, seja a descobrir um novo assunto para incluir em um dos vídeos, ou então simplesmente me chamando para assistir um novo filme no cinema.

     Claro que isso me levava a ver ele com a Isabella, e isso não me incomodava e estava mais do que feliz por eles, ela o deixava bem demais e eu só queria o ver feliz. Mas era impossível não me sentir meio solitário.

     Com toda a situação acabei me fechando e me tornando mais recluso, tinha medo que a maneira que eu estava acabasse infectando meus amigos, por isso fazia de tudo para manter nossa amizade no discord, no máximo indo em algum barzinho beber e jogar conversa fora, conversa essa que eu nunca deixava se tornar sobre mim. Com eles eu não conseguiria esconder nada, e tinha medo de isso acabar parando nos ouvidos de Lucas e ele odiar o fato de que todos eles sabiam de algo que pra ele não era sério, era como manchar a sua reputação, sem contar que poderia acabar com seu relacionamento e ele não merecia isso, ele merecia ser feliz.

(um mês depois...)

     Mas então aos poucos as coisas voltaram ao normal e eu finalmente era o T3ddy de sempre, e toda essa história tinha ficado para trás. Era bom estar assim de volta, de mente aberta e coração livre, foi assim que eu percebi que sempre tinha alguém ali, que eu nunca havia notado.

     Nos últimos dias me aproximei da Helena, no inicio eu tenho que admitir que achei ela meio maluca, mas acho que só acabei forçando as coisas demais. Era sempre ela que me lembrava de algo que eu poderia ter esquecido na portaria, ou que então haviam deixado pra mim, me ajudava quando eu aparecia bêbado sem receio algum. Eu achava que era ela que havia visto algo aonde não existia, e no fim das contas era eu que exagerava. 

      Ainda não sentia algo que possa ser rotulado por ela, mas nossa relação era além de somente amizade. Havia descoberto que ela cursava Design durante a noite, e ficava na portaria de madrugada justamente pra ter um lugar mais tranquilo pra trabalhar, ela acabou me ajudando a renovar toda a identidade visual do meu canal e até uma coleção de roupas eu consegui lançar. Eu estava no meu auge, e ela estava lá por trás disso tudo sem nunca pedir algo em troca.

(dois meses depois...)

    Foi inevitável não me abrir com ela e não contar o que me atormentava, ainda que lá no fundinho, e ninguém nunca havia sido tão compreensiva como ela. Ela. Ela. Ela.

     Aos poucos um sentimento cresceu no meu peito, um que deixava ele quentinho por finalmente me sentir cuidado, e então foi minha vez de retribuir tudo. A coisa mais bonita do mundo era ver seu sorriso quando lhe dei um buquê em seu aniversário, ou então nas vezes em que eu descia pra portaria pra ficar do seu lado quando ela chegava já cansada da faculdade. Eu cuidava dela e ela cuidava de mim, eu me sentia valorizado e amado, e fazia questão dela sentir da mesma forma, mesmo que eu não tivesse tanta certeza assim.

     Eu a amava e isso era um fato, mas talvez fosse somente um amor de amigo, quem sabe de irmão, quem sabe somente confundi tudo com a gratidão que sentia. Mas esqueci isso da primeira vez que ficamos, e então joguei lá pro fundo quando ficamos de novo, e de novo, e de novo, ela me fazia bem e era isso que importava no fim das contas. 

     Ela praticamente morava no meu apartamento, vivíamos grudados como imãs e eu sinceramente não queria esconder o quão feliz eu estava. Então ela começou a aparecer nas minhas lives, nos stories, e todo mundo já havia sacado mesmo que não tivéssemos um rotulo.

E eu estava bem assim, mesmo que eu não conseguisse esquecer ele. 

𝙒𝙚'𝙧𝙚 𝙣𝙤𝙩 𝙛𝙧𝙞𝙚𝙣𝙙𝙨  - L3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora