Capítulo Dois - Novas atitudes para impulsionar mudanças

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Capítulo Dois – Novas atitudes para impulsionar mudanças

~ 4º mês de gestação ~


Estou correndo para mais uma consulta com o Dr. Rodrigo. Nem avisei a ninguém. Sempre alguém se sente na obrigação de me acompanhar.

Nem eu e nem ninguém tem culpa se a minha gravidez não aconteceu de modo convencional. Se eu engravidei, tenho que ser responsável por tudo relacionado a ela.

Como falei estou correndo para não me atrasar para a consulta. O fornecedor de materiais esportivos para a loja da academia se atrasou e me enrolou toda hoje.

Hoje foi um dos poucos dias que não consegui seguir minha alimentação certinha. A Cris preparou uma dieta balanceada para mim, com tudo que preciso para levar uma gravidez bem saudável, tanto para mim quanto para o bebê. Como não comi nada, resolvo entrar numa lanchonete próxima a clinica onde o Dr. Rodrigo atende. Mal coloco o pé no lugar e o cheiro da fritura me envolve, fazendo com que eu dê uma leve balançada. Fazia tempo que eu não tinha enjoo, mas esse cheiro conseguiu me fazer sentir.

Vejo uns sanduíches naturais no balcão, escolho um de frango com ameixa, peço um mate para acompanhar, pago e saio bem rápido dali.

Continuo andando para a clínica, resolvo comer por lá mesmo. Um sofá, um ambiente refrigerado é tudo que eu necessito nesse calor opressivo do Rio de Janeiro.

Entro num elevador lotado e recebo uma cabeçada de um moleque no meu seio direito, ele devia ter na faixa de uns nove anos, ele me olha sem graça e se desculpa. Eu relevo.

Mesmo com mais de dezessete semanas, eu não criei uma barriga de grávida muito visível não. Eu estou com um montinho no abdômen. Em compensação, estou parecendo que coloquei silicone nos seios, além de terem crescido, estão com uma sensibilidade tremenda, então, nem preciso dizer que a cabeçada que levei está doendo para caramba, não é?

Saio do elevador e respiro aliviada ao entrar no consultório. Haviam umas três grávidas, com barrigas avantajadas lá dentro, todas as três acompanhadas por seus respectivos companheiros, pelo visto.

Detestava o olhar de pena que estavam direcionando para mim. Foco na sacola em minhas mãos, retiro meu lanche e como, tentando ignorar esse sentimento. Dizem que essa sensação de pena é relativa, pois às vezes não passa de coisa da nossa imaginação. É como se por não estarmos bem, criamos a tendência de julgar sempre a atitude do outro com a gente. Abstrai, Eliz.

Fico com raiva dessa Eliz que tenho transparecido. Nunca fui tão insegura, nunca dei tanta importância para o que as outras pessoas pensavam de mim, é péssimo viver na corda bamba, querendo adivinhar o que os outros estão pensando ou qual será a atitude delas. Eu não tenho esse poder, ninguém tem.

- Senhoras, o Dr. Rodrigo teve um parto de emergência mais cedo, por isso houve um pequeno atraso para as consultas, mas ele já esta atendendo. A senhora Márcia é a próxima, depois a senhora Eliz... – A secretária avisa e continua falando o nome das outras.

Droga, havia corrido tanto e ainda quase tinha tido um treco com aquele cheiro de fritura na lanchonete, mas tudo bem.

Hoje eu ia tentar saber o sexo do meu bebê. Ainda não havia comprado nada para ele. As meninas já haviam comprado algumas coisas, além de estarem planejando um chá de bebê assim que eu descobrir o sexo.

Eliz... (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora