Capítulo Onze - Nem sempre tudo é um mar de rosas.

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Capítulo Onze - Nem sempre tudo é um mar de rosas.


~ Eliz ~




- Dona Beatriz, vou contar até três para você levantar dessa cama. - Já começo a falar alto desde a entrada do corredor. - Me ouviu?



Paro na porta do meu quarto, cruzo os braços esperando ela me olhar. Bem no fundinho do meu coração, eu gostaria de poder mantê-la sempre em casa, ou ali dormindo feito um anjinho loiro, ou num dos momentos em que ela me prendia em qualquer canto da casa e falava feito uma metralhadora. Quem dera existisse um universo paralelo só para nós duas.



Havia acordado mais cedo, tomado um banho para despertar, arrumado o uniforme da Bia e a mesa do café da manhã. Gostava de manter uma rotina certinha para ela. Isso adveio com a maternidade, pois antes do nascimento dela essa palavra não existia no meu dicionário.



- Ai mãe, eu estou com tanto soninho. - Resmunga de olhos fechados.



- Eu sei, meu amor, mas você precisa ir para a escolinha e a mamãe precisa trabalhar. Mas a noticia boa é que hoje é sexta. Amanhã você vai poder acordar bem tarde. - Só nos meus sonhos isso aconteceria. Quando ela podia dormir bastante, sempre madrugava e, em consequência, eu também.



Depois que fui mãe, a profecia se cumpriu e nunca mais dormi tranquilamente. Passei a acordar no meio da noite, só para saber se ela estava dormindo direitinho, respirando. Loucura? Nem um pouco, acho que isso reflete um pouquinho até onde pode chegar a preocupação de uma mãe.



- Mãe, o que vamos fazer de legal amanhã? - Pergunta se espreguiçando.



Sento ao seu lado na cama e coloco uma mecha do seu cabelo para trás da orelha.



- O que minha princesa quer fazer?



- Hum. - Morde o dedinho indicador, enquanto pensa. - Que tal praia? - A esperança que ela coloca nessas três palavrinhas me desmonta, como se eu por acaso fosse negar.



- Claro, mas você vai ter que acordar cedo, para a gente não pegar muito sol, combinado?



- Sim, mamãezinha linda do meu coração. - Diz e pula no meu colo.



Amo quando ela me chama assim, um sorriso rasga em meu rosto e meus olhos ficam cheios de lágrimas. O abraço mais gostoso, mais puro, mais fortalecedor, aquele que me livra de todo mal, me faz esquecer os problemas por um tempo é o abraço dela. Ela é o meu remédio, minha cura.



Agradeço diariamente a Deus por ter me feito tomar a decisão correta de ter a minha filha.



- Então, agora vamos as obrigações, mocinha.



- Simmm. - Ela grita e corre para o banheiro.



Mesmo querendo fazer parte de cada passo da Bia, tento aos poucos ir dando independência. Comecei a deixar que ela tome banho "sozinha", ela se esfrega e eu fico tipo flanelinha, "atrás da orelha", "esfrega a perna toda", "entre os dedinhos". E ela vai fazendo. Quando não estou satisfeita, entro em ação.

Eliz... (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora