Capítulo Quatorze - Quem é o maior brincalhão de todos? O destino.

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Capítulo Quatorze – Quem é o maior brincalhão de todos? O destino.


~ Rafael ~


O domingo foi uma curtição de preguiça. Pelo menos, não bebíamos muito a ponto de ficarmos com ressaca no dia seguinte. Quando éramos mais novos já extrapolamos varias vezes, mas na fase superior a trinta anos parece que a maturidade ajuda a dar uma controlada.

Acordamos tarde, pulamos o café da manhã e acabamos indo os três para a cozinha, para fazer nossa especialidade a seis mãos: macarrão com o que tiver sobrando.

Sempre pegávamos as coisas mais improváveis que víamos e acabava dando certo, misturávamos tudo. Macarrão com muito molho, mais qualquer acompanhamento e queijo, fazia muito bem o serviço.

O vôo do Antonio era as dezoito horas. Conversamos o tempo todo depois que acordamos, sempre tínhamos algo a falar. Aproveitamos para ligar para os pais da Luzi por vídeo conferencia e fizemos a festa.

Lógico, que existe muito excesso no uso dos equipamentos eletrônicos, aplicativos e tal, mas não dá para negar, que sabendo usar, sem se deixar se tornar refém deles, eles tem funções muito importantes. Um bom exemplo é no caso de pessoas que moram longe e só em poder falar vendo a outra pessoa, dá uma sensação de proximidade, um acalento bem maior que uma simples ligação.

Antes de deixarmos o Antonio no aeroporto, resolvemos andar um pouco na beira mar. Foi impossível não me lembrar daquela loira desbocada e gostosa. Não me arrependia nem um pouquinho por tê-la pentelhado, fazia tempo que não me divertia tanto com uma mulher desconhecida sem que tivesse alguma coisa ligada a sexo.

Não, eu não sou um tarado. Quer dizer, posso ser também, tudo depende do momento, da companhia. Mas estou querendo chegar ao ponto que quando não tem sexo envolvido, só me divirto com mulheres que já conheço. Só que com aquela loira, minha diversão foi ver seus olhos flamejarem de raiva, por isso fiquei espezinhando, mesmo sabendo que não estava sendo justo.

- Está viajando cara?

- Mais ou menos, não deixo de estar pensando em um avião, mas deixa pra lá. Melhor irmos logo para o aeroporto, senão quem não vai viajar é você. – Respondo ao Antonio.


-**-


- Me deixa ver se estou entendendo bem. – Eu estava fazendo minha ultima audiência do dia. – O senhor entrou com o pedido de divórcio, não adveio filhos do casamento de vocês, os dois trabalham e nenhum dos dois pleitearam pensão alimentícia. Possuem dois carros e duas casas, o que pode facilitar na partilha. Só que a questão toda é que a senhora não quer se divorciar, só seu marido quer. É isso?

Eu atuava como Juiz de Direito da terceira vara de família, via de tudo um pouco. Em algumas situações passo a agir quase no automático quando não tem grandes discussões e problemas, quando tudo o que tenho que fazer é homologar acordos. Só que isso é raro. Geralmente, as audiências são um tanto quanto carregadas, pois na maioria das vezes envolvem um mundo de sentimentos, por mais distante, emocionalmente, que eu necessite ficar, as vezes acabo me envolvendo.

Fora casos surreais, com pedidos loucos demais, que chego a duvidar se o advogado realmente foi aprovado na prova da ordem. Porque para se prestar ao papel de dar entrada em ações descabidas não deve ser muito certo das ideias não ou é um péssimo profissional que não está nem aí para as necessidades do cliente, querendo só obter lucro em cima das esperanças daqueles que não tem conhecimento ou são facilmente iludidos.

Eliz... (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora