Capítulo Três - A luz que destrói a escuridão

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Capítulo Três – A luz que destrói a escuridão

~ 5º mês de gestação ~


Pelo menos uma vez ao mês nós tirávamos um dia para um encontro só das mulheres.

Eu tinha o meu quarteto maravilhoso composto pela as minhas primas, convivíamos diariamente, formávamos a nossa unidade, mas com o passar do tempo fomos ganhando aquisições valiosíssimas. A Drica, que trabalhou com a Ale; a Emi, a Samia e a Ana Paula que trabalham na academia; a Josie, a Paula e a Rosana amigas da Nane, que namorava o Mateus. Acabamos criando outro grupão. Um bando de mulheres juntas só podia dar em algo bom demais ou louco demais. Gostava de acreditar que era um pouquinho dos dois.

Hoje estávamos reunidas no apartamento da Nane e do Mateus. O apartamento não era lá muito grande, com esse bando de mulheres reunidas ele ficava parecendo um mercado e ainda tinha um som ambiente. Sertanejo. Eu não sou nada fã de sertanejo, funk, pagode, estava fazendo um sacrifício enorme ouvindo isso. Até gosto de uns sambas antigos, por isso que frequentava e adorava o Lar do Samba, bar do Alex.

- Aí eu estou tão cansada. Vida de mulher casada que tem dois trabalhos fora não é nada fácil. – A Ale se joga no sofá.

- Pelo menos o fato de ter alguém para te esquentar nas noites frias compensa. – A Drica pondera.

- Frio aonde, sua louca? Estamos no Rio de Janeiro, onde as estações são: morno, quente, fervendo e inferno. – Brinco.

- Vocês entenderam. – A Drica põe língua.

- Olha, sem querer te desanimar, vai aproveitando. Os seis primeiros meses é uma loucura. Cada momento é uma oportunidade para ter sexo, todo lugar é lugar, vocês sempre estarão a fim e você viverá durante um tempo com uma assadura gostosa. Depois disso, lógico que haverá sexo, mas em menor quantidade, pois sempre haverá um jogo de futebol para começar, trabalho extra para fazer em casa, o cansaço passará a ser maior do que a vontade, não vai rolar mais na cozinha porque a faxineira vai faltar na próxima semana, não será mais tão atrativo jogar todos os papéis de cima da mesa do escritório no chão para dar uma rapidinha por saber que você que terá que recolher depois.

- Pare, Nane! Pelo amor de Deus! – A Ale cobre os ouvidos.

- A Nane sabe direitinho como diminuir, diminuir não, destruir todas as expectativas. Você bem que poderia guardar isso aí. Poxa vida, eu quero casar. – A Cris solta.

- Relaxa, amiga. O Mateus que está fraquinho. – Brinco.

- Quem dera. O homem tem um fogo, geralmente, eu que dou uma freada. Estou exagerando, mas lógico que dá uma diminuída. No inicio, por ser novidade é igual começo de namoro mesmo.

- Então, a solução é se mudar de seis em seis meses. – A dona da verdade, a Nicke, diz.

Os nossos encontros sempre eram engraçados, leves. O problema era a quantidade de comidas e o pior é que todas eram engordativas. Eu olhava para mesa e só enxergava calorias. Quando era lá em casa todo mundo entrava no meu ritmo, eu preparava umas coisas saudáveis, mas gostosas, pelo menos eu achava.

Pensando nisso, fazia tempo que não marcava nada lá em casa, sempre alguém se oferecia antes de mim. Será que estavam evitando minhas comidinhas? Está bom também, o importante era ter.

Eliz... (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora