Oito

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O OBSERVATÓRIO - William
CAPÍTULO NÃO REVISADO


Meu irmão segurava o saco de areia revestido por couro vermelho enquanto eu o socava repetidas vezes.

ㅡ Está ansioso? ㅡ ele sorriu maliciosamente me arrancando um sorriso de igual a pior ㅡ os aspirantes e as aspirantes estão chegando hoje ㅡ ele enfatizou "as".

Meu querido irmão, será que pode parar de me lembrar nas dúzias de garotas e seus namorados brutamontes que irão habitar este castelo?

ㅡ Elas vão trocar meros aspirantes por dois príncipes como nós - ele fez um gesto bobo assim como nossa antiga governanta fazia, jogando seu "cabelo" para trás dos ombros.

ㅡ Vá caçar seus companheiros... ㅡ sorri, prevendo que ele não entenderia.

ㅡ COMO?

ㅡ Trolls ㅡ corri de meu irmão, que começou a perseguir-me pelo castelo como faziamos antigamente.

Nossa governanta nos alcançou ofegante, repousando as mãos nos joelhos e se agachando em um gesto cômico ㅡ apenas para nós.

ㅡ Parem de correr garotos! ㅡ ela nós repreendeu já se recompondo
ㅡe vistam uma camisa, ninguém pediu para exibirem seus abdomens por ai.

ㅡ Bem que você gosta não é mesmo? ㅡ meu irmão sorriu para ela dando tapinhas em seus ombros.

ㅡ Não seja bobo garoto ㅡ ela se virou e saiu sem nos reverenciar como de costume.

ㅡ Ela anda mais estressada que o normal ㅡ constatei. Ele deu de ombros e saiu me deixando só no corredor.

Corri até a academia e notei que teria quatro horas até a chegada dos guardas aspirantes.

Até lá iria fazer o de costume.

[ ... ]

Terminei de arrumar a gravata preta assim como meu terno e sai do quarto sem passar nada muito forte.

Andei calmamente até as escadas que tinham ampla visão da porta de entrada.
Desci aquela escadaria enorme e fui em direção a sala de testes para a primeira eliminatória na qual nenhum guarda sabia até este momento.
Observei, como de costume,a sala já pronta e segui em direção para o observatório.

Fechei a porta e observei o vidro e as informações sobre todos contidas neles.
Nenhuma garota sequer interessante nos primeiros cem formulários, até uma loira que sorria animadamente pararecer. Seu nome era Lilly, e uma morena muito familiar.

Com os olhos verdes brilhantes focados na câmera e o cabelo solto nos ombros, observei a foto da garota que me salvou, ela me dissera que seu nome era Genevieve, no entanto sua ficha a contraria.:

Nome: Ariel Summers
Idade: Dezenove anos ㅡ
nascida no ano de 2998
Origem: Oak Suis Baixa
Formação: Não possui formação superior.
Conjurio: ordem dos curandeiros - curandeira de luz.

Olhei através do vidro; os aspirantes já se enfileiravam para a eliminatória.
Desliguei o monitor e sentei em minha cadeira para observa-los.
Liguei o rádio com a treinadora e dei as ordens:

ㅡ Pode começar ㅡ mantive minha voz firme.

ㅡ Sim senhor ㅡ ela desligou e começou a aplicar os testes.

Após minhas ordens, tudo ocorrera muito bem. A maioria era bom, mas alguns eram facilmente descartáveis. Outros, mostravam medo a qualquer sinal de perigo.
Me surpreendi quando chegou a vez de Ariel, ela desviava com facilidade de qualquer obstáculo e não pestanejou quando foi escolher uma arma, pegou um arco simples preto e uma aljava com flechas de alta precisão.
A garota analisava a cada segundo a sala onde estava e cada canto, desviava das armadilhas sem as mesmas nem terem aparecido ainda.

Assim que terminei de escolher quais ficariam para o programa e quais seriam cortados, deixei quarenta e seis aspirantes e o resto serão enviados a suas terras natais para viver um "feliz para sempre", assim espero.

As portas de todos os quartos estavam fechadas na ala leste e ainda não tive tempo de mexer nas papeladas de Marlon, ou seja, não sei onde ela se acomodou. Seria trabalhoso encontra-la para agradecer decentemente.
Sigo castelo  adentro a procura de algo para fazer, ler está fora da lista e não quero tocar nada tão cedo.

Se for a academia podem estranhar e não ha nada que eu possa fazer que não andar por estes corredores longos e cansativos.
Observo a vida se esvaindo daqui a cada ano, posso ser muito observador e isto me faz um bom soldado, apesar de nunca ter ido a guerra. Se não estou distraído com nada consigo perceber mínimos detalhes em coisas meramente banais. Como o quadro que retrata a floresta sombria que está ao lado da biblioteca, nele a moldura dourada possui um botão na lateral esquerda e há um foco de luz no canto da tela.

Sempre achei parecido com uma escrita, mas qual seria a relevância de se pedir ao rei para analisar um mero quadro?

Contínuo andando absorto em pensamentos até algo ㅡ ou alguém ㅡ relativamente pequeno esbarrar em mim.

ㅡ Você? ㅡ ela exclama surpresa.

ㅡ É um prazer te ver novamente, Genevieve ㅡ beijo sua mão, ela permanece atônita ㅡ ou devo dizer Ariel? ㅡ sorrio sacana para ela.

Um príncipe e Uma rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora