Um

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O PLANO - Genevieve
CAPITULO NÃO REVISADO.


O teto de meu quarto possui o rosto de um gato, mas não um gato qualquer.
Li um livro uma vez quando eu era pequena e fiquei obcecada, estava tão absorta no universo do livro que não ligava que fosse de antes do apocalipse e um livro proibido.

Como uma rebelde, tenho todos os livros proibidos trazidos do velho lar que eu queira.
De todos eles Alice no país das maravilhas é o meu favorito.
Cada personagem é cativante de sua maneira própria, mas tem um em especial que estampa até meamo o teto de meu quarto. O gato Cheshire.

Este, é o meu apelido aqui dentro.
Na verdade é um nome de combate para que ninguém saiba meu nome fora das instalações rebeldes.

Levanto minha blusa de cetim branco e tateio até a cicatriz de cinco centímetros em meu abdômen, ela ainda é saliente apesar de fazer muitos anos que me curei do ferimento da espada.
Acho estranho eu ter tanto conhecimento sobre quase tudo, lembro-me que quando cheguei, Ásia se aproximou de mim aos poucos e como uma mentalista, me ajudou a esquecer.
Esqueci como meus pais morreram e se tentaram me proteger, e meu irmão Alex nunca toca neste assunto.

Esta cicatriz me faz lembrar que não sou uma assassina. Sou uma justiceira, e ele merece morrer.

Talvez isto seja só uma desculpa para justificar meus atos.

Abaixo a blusa e ponho a jaqueta que estava sobre minha poltrona.
Saio do quarto e caminho até o elevador.

Meus amigos sempre me fazem bem, as pessoas pensam que somos frios por sermos rebeldes.
Oak Suis é cheia de preconceito, eu não os culpo. O rei alastra sua mentira por toda Oak Suis; e Oak Suis Baixa também.
O príncipe não deve ser diferente, deve ser frio e calculista.
Não estou julgando-o, também não é culpa dele.

Aperto o botão para o subterrâneo três, onde as salas de operações e centros de pesquisa se localizam.
Lembro-me de ter recebido um mapa quando cheguei.

Ele explicava que a escotilha no meio da floresta que faz divisa com a floresta negra ㅡ que eu carinhosamente apelidei de versão rural da Lilly ㅡ na verdade era uma entrada para o térreo que possuía apenas um balcão e um elevador. O último andar era o subsolo cinco onde ficavam os quartos, o maior andar da instalação onde tinha cerca de 700 quartos unitários, ou seja, duzentos quartos ficam vazios.

No subsolo quatro ficavam os andares recreativos, salas de festas, jogos e
Filmes.
No terceiro nós nos reuníamos para conferências e para "bolar" nossos planos e atentados a ruas do bairro nobre onde se localizava o castelo.
No segundo treinávamos e fazíamos os testes de habilidades, é claro que este também é o andar das armas e por fim no primeiro fica a sala de meu tio e os centros de monitoramento do Velho e Novo lar.

Desci do elevador e caminhei até a sala que havia a porta pintada de um rosa vivido como a luz que Oak Suis não possuía a muito tempo.
Bato na porta duas vezes, "entrada", no código rebelde.

ㅡ A gatinha chegou ㅡ grita Joyce sem se levantar de sua mesa.

ㅡ Oi gatinha - Jack me deu um beijo na bochecha e fechou a porta ㅡ temos um rei e um príncipe para assassinar, vamos lá terceiro batalhão, não me desapontem ㅡ ele começou a bater as mãos como eu sempre faço.

ㅡ Este posto é meu ㅡ lhe dei um pequeno esbarrão com meu ombro e tomei a frente com um sorriso largo.

ㅡ Oi linda ㅡ Lilly e Lilith falaram em uníssono quando entraram na sala com um rolo de couro preto, fitas, tecidos, tesouras e uma maquina de costura entregando-os a Ásia


Ásia saiu da sala logo que terminou de esboçar algo em seu caderninho, Jack e Enzo foram para as salas de informática do subsolo um. Lilly, Lilith e Joyce ficaram elaborando o plano.

Caminho pelos corredores brancos deste lugar. Conheço cada canto desta instalação melhor que a mim mesma, já realizei tantas coisas neste lugar que algumas me fogem a memória. Nem todas as coisas foram boas.
Fui treinada para torturar, é claro que os ideais se meu tio sobre um bom soldado se aplicam perfeitamente a mim, para ele um bom soldado tortura e analisa seus oponentes. Já torturei exatamente duzentos e cinquenta soldados do rei Marlon, um deles era uma criança que foi mandada para nos espionar; Já li mais livros de que posso contar e sei o nome de cada pessoa que se acomoda em nossas instalações.
Meu apelido não me agrada, nem todos me chamam de gatinha ou Cheshire por conta da minha breve obsessão. Alguns me chamam de Princesa Rebelde.

Um príncipe e Uma rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora