Dez

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INVASÃO - William
CAPÍTULO NÃO REVISADO.


Ariel saiu correndo de meus braços em direção a nada, simplesmente  correu pelos corredores sem explicação. Por que ver meu pai seria algo tão chocante? Será que a garota nem tão doce que eu conheci em uma taverna pode esconder um segredo sobre sua origem? De qualquer forma, isto é acusar uma traição. E acusar alguém de traição em Oak Suis é considerado traição do mesmo porte. 

Não é uma lei de meu pai, mas ele decidiu mantê-la por segurança.


Quando for rei irei abolir a lei do segundo filho, como prometi a garotinha quando éramos crianças.
Sean acha uma má ideia, ele acha que nosso pai pode estar escondendo algo muito perigoso sobre estas crianças.

Todos sabemos que meu pai não suporta ser superado e que prodígios superam o rei, meu pai sempre me tratou com nojo por isto. Porquê apesar de não ser totalmente um segundo filho eu sou desta "geração".

Corro em direção a Ariel, mas ela já se foi. Afinal, o que está garota esconde?

[ ... ]
Termino o capítulo de meu livro sobre as leis de Oak Suis e ando calmamente até a janela de meu quarto. Nunca pensei que meu pai deixaria eu construir uma biblioteca dentro de meu quarto, mas ao menos nisto ele me surpreendeu.

Ela é menor do que a do castelo, mas possui dois andares e fica em frente de minha cama e ao lado de meu banheiro.
Meu relógio apita assim como os de todos do castelo quando há uma invasão.

— Vamos —   ela entra em meu quarto totalmente recomposta. Noto que seu uniforme é diferenciado e temo que meu irmão perceba tal mudança.

Ela usa a blusa sem mangas para se assemelhar a um corpete de couro preto e uma calça bem justa junto a uma capa aveludada de guarda, além de possuir um colar prateado no pescoço que realça sua clavícula saliente.

— Está surdo? — Ela pega o arco. Consigo ver coragem em seus olhos. Eu diria que ela nasceu para ser um soldado. — Venha!

— Estou indo — Falo atrapalhadamente e a sigo pelos corredores.

— Porque não há ninguém neste corredor? — pergunto a ela

— Estão todos no andar de seu pai, agora me siga. É meu dever te proteger — ela deu uma entonação diferente a palavra.

Corremos corredores adentro até chegarmos na sala de conferencia. Ariel olha para todos os lados e pisca duas vezes a cada cinco segundos. Um tique?
Ela aperta um botão em seu relógio e automaticamente uma porta secreta se abre na parede.

Sinto algo queimando minha perna e ao olhar me deparo com minha calça cheia de sangue.
Olho para trás e só vejo um arco real no chão e a flecha alojada em minha coxa.

— Droga — esbravejo. 

— Quando isto aconteceu? 

— Agora. Alguém me atingiu. — arfo.

— Ah não seja fraco. Vamos — ela me dá passagem —,eu sei que leu minha ficha, posso cura-lo.

— Vai lhe custar algo — penso — sempre custa.

— Vossa Alteza é o herdeiro, é meu dever. Mesmo que custe.   — fala com um sorriso debochado — agora vamos.

Seguimos túnel adentro até o relógio de Ariel apitar. Ela tateia como eu pelas paredes de pedra e abre uma passagem.
O abrigo está a poucos metros após uma pequena escada. Ariel acende uma tocha para entrarmos no mesmo sem dificuldades. Ela passa meu braço por cima de seu ombro e tenta me ajudar na decida.

Enquanto descemos a escada eu a olho atentamente, seus cabelos estão presos deixando seu pescoço mais a mostra, repito a mim para não pensar neste tipo de coisa, mas não dá certo.

Vejo que em um certo momento em que minha mão sem querer toca sua pele ela se arrepia.
Abro um meio sorriso sem a deixar perceber e seguimos escadas a frente.

— Pare de me olhar — ela resmunga quando chegamos ao abrigo.

Ariel acende as luzes assim que entramos e me deita na cama dura de canto. Observo o abrigo, nunca havia vindo neste antes, porem é quase igual aos outros. Possui um banheiro e suprimentos em um armário além de ter água encanada.

— deite-se, preciso ver sua ferida.— ela ordena.

— Não está tão ruim.

— Se não se deitar farei ficar pior — ela me ameaça.

Gostei deste lado espontâneo.

Ariel pega gazes e rasga minha calça para poder ver meu ferimento.

Retira calmamente a flecha me fazendo agoniar.  Por que ela está sorrindo?
Pega a gaze e pressiona em minha perna.

— Pronto?

— Não faça isto!

— Se eu não fizer você morrerá de hemorragia. Não vê que sua vida está em perigo? Não seja orgulhoso...

— Então... Chame-me pelo meu apelido — tento a convencer do contrario — e me beije — abro um sorriso vitorioso, ela não fará isto.

— Feito — Vem até mim com os lábios entre-abertos. Os cola nos meus, fazendo movimentos delicados e demorados.
Ela se afasta de mim com um sorriso brincalhão nos lábios inchados.

—Agora eu vou te curar, Will — mais um sorriso vitorioso surge em seus lábios rosados.

— Vou desmaiar?

— Também não se lembrará disto — confirma, com os olhos ocupados ao por outra gaze.

— Então não tem problemas em fazer isto novamente. — a puxo para mais um beijo.

Ela se afasta ofegante e corada como uma rosa, aperta meu ferimento fazendo-me arfar e fechar os olhos.

Uma luz emana na sala toda e sinto o formigamento e a quentura em minha perna.
Apago com a sensação de formigamento em minha perna e o pesar em meu coração por não poder lembrar-me deste beijo.

Um príncipe e Uma rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora