Capítulo 3 - A Poção pt2

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Um grito escapou-lhe dos lábios, quando o liquido ardeu pelo seu interior, queimando a garganta e as cordas vocais, incendiando cada célula, imobilizando-a, mesmo que tentasse, não conseguia mexer-se a dor era tudo em que se conseguia concentrar, naquele momento. Lily beliscou-a, para comprovar se a poção já tinha começado a fazer efeito e a loba sentiu uma dor alucinante, aumentada pelo fogo que lhe corroía as veias:

-Já está a fazer efeito! - Informou Lily.

Então, Sam sentiu uma aproximação ao seu corpo, um instinto que lhe dizia que havia perigo a seu lado, mas ela não conseguia responder, não conseguia afastar-se, o fogo fazia com que todos os seus músculos parecessem pesar toneladas. Então umas mãos geladas tocaram-lhe, agarraram o seu pulso esquerdo, eleveram a manga da camisola verde, de malha fina e uns dentes, aguçados como navalhas cravaram-se na sua pele, rasgando-a, o fogo multiplicou a dor, para algo que Sam nunca antes havia sentido, queria fugir ou gritar, para aliviar a dor, mas não conseguia fazer nenhuma das duas. Sentiu os seus dentes alongarem-se e as garras também, sentiu ainda os seus ossos começarem a partir-se para iniciarem a transformação que de tão lenta que estava, causava-lhe dores horríveis:

Tony viu isso acontecer pela cor roxa dos seus olhos, quando Rob começou a entusiasmar-se no meio da sua sede de sangue:

-É o suficiente, Rob! - Avisou Tony.

Rob grunhiu, algo, incompreensível, num estado mais um animal que humano e Tony soube que ele não seria capaz de se controlar a si próprio, fez um gesto com uma mão e o corpo do vampiro foi arremessado contra a parede da sala, Lily murmurou algo, com as mãos no ar, em frente ao peito, o vampiro ficou imobilizado e o demónio recolheu um pouco de sangue, dentro da mesma tijela de barro que tivera a poção e passou as mãos nos olhos do vampiro, fazendo-o ficar inconsciente e correu para despejar o conteúdo da tijela pela boca de Sam.

Sabiam que Sam só deveria de acordar dali a umas horas valentes, o que dava tempo para falar com Lily e para ponderarem no que havia corrido bem e no que havia corrido menos mal e, especialmente, no que haviam aprendido.

Rob foi o primeiro a acordar, um pouco atordoado:

-O que aconteceu? - Perguntou ele.

-Não conseguiste parar, por ti! Tivemos que te tirar de cima da Sam! - Informou Tony.

O olhar do rapaz recaiu sobre a figura desacordada de Sam, sentada no sofá, com preocupação no seu rosto:

-Como é que ela está? - Perguntou ele.

-Bem, quer dizer, pelo menos, respira, só saberemos mais, quando ela acordar! - Respondeu Tony, vendo a preocupação maternal espalhar-se na cara de Lily.

-Eu causei isso? - Perguntou Rob, com remorso.

-Não! - Gritou contestivamente, Lily. - Se alguém causou isto, fui eu!

-Mas... Mas eu não consegui parar! - Argumentou Rob, ainda triste.

-Não há problema algum! Nós paramos-te a tempo! -Respondeu Tony.

-O sangue era tão doce, tão quente, tão suave, preencheu-me! Não consegui ser eu! - Explicou-se Rob.

-Como está a tua sede? - Perguntou Tony, aproveitando a deixa do rapaz, para mudar de assunto.

-Não tenho! Isto é incrível! Nunca me senti assim! Mesmo quando me alimento de sangue humano, fico com resquícios da fome, que cai crescendo, até se tornar insuportável!

-Quantos humanos achas que precisarias para te sentires como agora?

-Sacos de Sangue, nós já não consumimos diretamente da fonte, mas percebo o que queres dizer! Pelo menos uns dez humanos, possivelmente, mas nunca experimentei!

-Nem hás-de experimentar!

Comentem e espero que gostem! Esperem por mais aventuras
Kiss
Jay Lewis

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