Capítulo 3 - Primeiras Impressões

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 O cheiro de bolo recém-saído do formo infestou toda a casa, um enorme amontoado de massa redondo e polvilhado com açúcar refinado encontrava-se sobre a mesa humilde e farta. Elas deixaram para comê-lo depois do café. Já que a jornada seria cansativa, sentiam que precisariam de energia para aguentar o tranco daqui algumas horas.

 Rosa engoliu um pedaço de pão seco enquanto olhava para os ovos mexidos em seu prato. Passou um pedaço de pão no molho de carne e tomou o último gole de seu suco de laranja.

 Ela suspirou e permaneceu sentada logo após terminar sua refeição, tentou lembrar-se da última vez em que se sentira tão nervosa daquele jeito, seus nervos estavam tão aflorados que nem ao menos notou quando começou a comer uma fatia de bolo junto das pessoas que mais amava na vida.

 A Sra. Barrowls arrumara outras duas bolsas com produtos de limpeza e o almoço, também embrulhou alguns cobertores junto de travesseiros. Como já havia trabalhado antes na mansão sentia a necessidade de se manter ocupada com os preparativos.

— Para que isso tudo? Perguntou quando a avistou descer as escadas.

— Para nossa estadia e claro, já que nós iremos ficar por lá até ano que vem, vou levar vários utensílios para não precisar ficar voltando para comprar. Por mais que o Sr. Evons deixe claro que irá fornecer tudo, eu costumo sempre estar prevenida. Respondeu ela nervosa.

— Mamãe, a senhora esta de brincadeira, não é? O ano inteiro? Mas e os feriados? Perguntou perplexa.

— Não estou brincando Rosa! Até mesmo nos feriados. Essas são ordens do Sr. Evons e está no nosso contrato. E se você quer trazer o pão de cada dia para nossa casa ou até mesmo mantê-la no seu futuro, eu acho bom concordar mocinha, pare de reclamar e vá arrumar sua muda de roupas, não esta achando que ficara lá com apenas as roupas do corpo.

— E a Clara? Vai deixá-la cuidando da casa sozinha? Pensei que voltaríamos para passar pelo menos o natal aqui com ela, reunidas. Ela suspirou.

— Clara e mais velha do que você e se ela se sentir sozinha poderá ir dormir na casa de sua tia. Não poderemos pegar a estrada com neve Rosa, a mansão fica muito longe daqui para que possamos nos dar ao luxo de voltar no natal. As outras empregadas voltaram uma semana mais cedo, o que deixa o resto da tarefa por nossa conta.

 Obediente e sem objetivar, ela concordou e subiu as escadas apressadamente.

 Sempre que ficava nervosa costumava guardar a raiva para si e descarregar aos quatro ventos quando estivesse sozinha.

 Sua frustração não era devido à raiva naquele momento, ela apenas queria passar o natal com a sua própria família e não com a dos outros. Ela preferiria trabalhar com sua tia ao invés de passar um ano na casa de pessoas estranhas, mas ela puxou a mãe, era acostumada a limpeza e não tecelagem. Aquilo de fato não e coisa para ela, estabanada por si só colocaria a fogo na loja apenas segurando um novelo de lã, pelo menos e isso que ela acha.

— A casa ficará bem sem você por um ano. Disse Clara sorridente subindo atrás dela.

— Ah, obrigada, isso e muito animador vindo de você, Clara.

— Deixe de bobeira Rosa, afinal, lá não e nada desanimador, logo você vai perceber que gostara de ficar por lá mais tempo do que imagina. Clara riu e entrou no próprio quarto.

— O que tem lá Clara? Anda logo, me responde! Curiosa ela foi atrás da irmã.

— Nada, apenas veja por você mesma. Foi à última coisa que ela falou antes fechar a porta em sua cara.

— Parem já as duas! Rosa vá se lavar e arrume logo sua trouxa de roupas para que aguardemos a carroça do Sr. Manson que já deve estar retornando da cidade. Informou Sra. Barrowls apressada olhando o relógio da parede.

Anjo SedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora