Capítulo 4 - Erol Evons

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 A noite foi se aproximando e a chuva não descansava lá fora, crepitava no chão de pedra e lavava as janelas do dormitório. Alguém havia fechado o curral e isso há aliviou por um momento, devia ter sido Jonny, os Evons não sairiam para chuva apenas para ir ao estábulo ver os cavalos e correr o risco de pegar uma gripe terrível enquanto tinham funcionários exatamente para fazer isso em seu lugar.

 Rosa se levantou de um salto, destinada a achar o misterioso patrão Erol, além de resolver os seus problemas, ela queria descobrir mais a seu respeito ou ao menos por os olhos uma vez nele, tudo isso para se certificar que não estava julgando o livro pela capa.

 Calçou os sapatos rasteiros que havia tirado de sua bolsa e saiu atravessando o quarto rumo à porta que levava a entrada da mansão.

 Havia lido e relido seus papéis incansáveis vezes, ela teria apenas uma hora de descanso comum, uma hora para o almoço e mais uma para o janta, à noite para se dormir — o que ela considerou um aviso incrivelmente desnecessário — e por mais urgente que fosse a situação, não deveria referir uma única palavra aos seus patrões, a não ser que lhe fosse permitido, por eles próprios ou por um de seus subordinados superiores, como a Sra. Medson ou sua mãe que já se encontrava dormindo.

 Toda aquela situação parecia para ela de grande urgência, seu cavalo precisava de um lugar para ficar e ela precisava de uma autorização para isso.

 Rosa alcançou a porta e saiu no saguão de entrada se deparando com Sra. Madson que permanecia sentada há vigília.

— O que a senhorita esta fazendo aqui fora? Se pensa que só porque e filha da minha amiga Morgana que eu vou deixá-la perambulando por ai fora do seu horário de serviços, está completamente enganada. Falou irritadiça.

— Perdoe-me Sra. Medson, mas solicito em falar com o Sr. Erol Evons antes do amanhecer. E de extrema urgência de minha parte, se não for incômodo é claro.

— Oh, sim! E o mesmo desejo de quaisquer outras moças que trabalham aqui falar com ele. Ela riu e voltou a olhá-la.

— Eu falo sério! Falo mais sério do que jamais falei em toda minha vida, necessito de ter uma conversa com ele, por favor! Deixe-me procurá-lo. Pediu Rosa agora preocupada com a situação em que se encontrava.

— Dai-me apenas um bom motivo para que eu lhe conceda esse pedido. Pediu ela severamente, o olhar perfurador avaliando seu rosto.

— Viajei de minha casa até aqui no dorso de meu garanhão, não tinha lugar para deixá-lo e precisei estalá-lo no estábulo da família Evons durante essa chuva. Uma pessoa me disse que o Sr. Evons pode acabar não gostando do que eu fiz e por consequência demitir há mim e minha mãe. Então eu preciso contatá-lo de que meu cavalo esta em meio aos seus. Rosa agora olhava no fundo dos olhos da senhora.

Sra. Medson pareceu pensar por alguns minutos, o que para ela se tornou uma eternidade.

— Vejo que você não mente, pois não acho que conseguiria inventar uma história tão bem bolada sobre pressão, além do mais eu não quero que sua mãe se encrenque por um erro seu. Vá logo, mas sem demoras. Autorizou Sra. Medson com um último olhar para ela.

— Sra. Medson? Ela se virou novamente.

— Sim? Ela agora lia um jornal em seu colo.

— Se me permite perguntar, a senhora saberia informar onde eu posso encontrá-lo? Perguntou Rosa.

— Ele está no escritório dele estudando, ficou lá o dia todo, saindo apenas para jantar. Creio eu que ele não gostara de ser perturbado por um empregado há essa hora, mas vou arca com as consequências desta vez. — Ela pigarreou voltando a ler fervorosamente uma das páginas — E não me chame de senhora, nem sou tão velha assim, quero que passe a me chamar de Dora entendido? Perguntou ela como um general quando comanda um pelotão.

Anjo SedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora