Capitulo 7 - As Torres

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 Rosa entrou no quarto segurando as lágrimas que ameaçavam cair, seguiu diretamente para a cama e tirou as botas ignorando o olhar de algumas empregadas, que misteriosamente reapareceram do nada — Claro, porque elas não poderiam desaparecer e reaparecer também se isso parece ser algo tão fácil como apanhar o ar? —, se atirou sobre as cobertas ainda ensopada de neve.

 — Estive preocupada com você minha filha, saiu e não falou nada com ninguém. Disse Sra. Barrowls, tirando suas roupas com esforço e passando-lhe uma camisola por entre a cabeça — o que ela agradeceu intimamente —, a mão quente percorrendo sua testa.

 — Por favor, deixe-me dormir, estou cansada. Pediu ela virando para o outro lado e pegando no sono quase que instantaneamente para tentar esquecer aquele dia confuso.

 Quando finalmente acordou no dia seguinte, ela encarou por um instante as vidraças abafadas, a neve que outrora caia furiosa, hoje havia descansado do lado de fora, ela fechou a cara enquanto o sol insistente esforçava-se para brotar de fininho com seus raios por entre as nuvens pesadas de gelo.

 Ouviu passos apressados pelo quarto, mas resolveu não olhar para saber o que acontecia, nada para ela parecia ter importante naquele momento e foi quando sua mãe a sacudiu para que se levantasse. — um sorriso plantado no rosto de orelha a orelha — O que ela fizera de errado desta vez? Ela não fazia à mínima ideia.

 — Seja o que for que estiver acontecendo, não foi eu. Rosa virou para o outro lado da cama e fechou bem os olhos para tentar dormir novamente.

 — Que isso menina! Levanta logo dessa cama porque tem alguém esperando por você à porta. Lave o rosto e troque de roupa, não queira deixá-lo esperando. Disse a Sra. Barrowls largando-a deitada.

 Alguém me esperando? Ela parou para pensar por alguns segundos então se lembrou da única pessoa que poderia estar querendo falar com ela.

 Levantou-se irritada e foi para a porta do jeito em que se encontrava, com o rosto, as pernas e os braços completamente sujos da noite anterior. Ela abriu a porta com toda a força, o ar preso em seus pulmões, pronta para ralhar com ele.

 — Olhe aqui seu imbecil, eu... Ela parou na mesma hora, não era Erol.

 Jonny parou no assoalho da porta com um sobressalto, assustado com o tom de sua voz, ele abaixou a cabeça passando uma das mãos nos cabelos loiros e amostra enquanto a outra segurava uma caixa de tamanho médio, as orelhas agora assumindo um tom de vermelho bastante vivo devido ao constrangimento que passara, sua aparecia não estava uma das melhores, ele parecia mais pálido do que o normal, o alento e o brilho que normalmente transbordavam de seu rosto haviam-lhe deixado e os olhos claros estavam acinzentados e sem vida.

 — Oh! Desculpe-me por gritar assim com você, pensei que fosse outra pessoa. Ela ficou envergonhada e fechou um pouco a porta deixando só a cabeça avista.

 — Bem, eu só vim lhe entregar isto, sei que não devia ter discutido com você ontem, me perdoe. Disse ele, a voz triste e ressentida, ele estivera chorando a noite passada o que era bastante perceptível e isso a preocupou.

 Rosa por um segundo chegou a imaginar outra pessoa naquele lugar, naquela mesma situação, mas ficou feliz por ser "Jonny" a estar ali, seu melhor amigo pedindo-lhe desculpas, o que a fez se sentir culpada, pois era ela quem deveria se desculpar com ele.

 — Olhe, sou eu quem deveria pedir desculpas por ontem, não devia tê-lo pressionado tanto daquela forma, fui terrivelmente apática. Disse realmente arrependida.

 Ele sorriu e respirou fundo, parecia aliviado por ouvir aquilo e isso a fez sorrir também por um instante. Rosa sentia um grande afeto por ele, mesmo depois de ter permanecido muito tempo longe um do outro, eles ainda eram bastantes amigos apesar de tudo, talvez isso quisesse dizer alguma coisa, mesmo que ela só não soubesse dizer ao certo o que era.

Anjo SedutorOnde histórias criam vida. Descubra agora