12 de Abril, 1936.
— Ande logo menina, levante-se imediatamente! Hoje e um grande dia e eu não acho que você vai querer passar ele nessa cama! Disse a senhora puxando o cobertor da cama dela.
O mesmo olhar severo ainda permanecia presente. As rugas se tornaram mais evidentes devido à idade e seus cabelos outrora loiros, agora jaziam em leves tons aperolados, o sorriso ainda brilhava no rosto, o que dava inicio a vários pés de galinha repuxados. A menina deitada se remexeu. Balbuciou algumas palavras inaudíveis em resposta para a mãe, mas permaneceu imóvel na cama.
Sra. Barrowls colocou as mãos sobre o quadril e fez uma careta para a filha. Ela então escancarou as cortinas do quarto que chiou nos trilhos, permitindo que os raios de sol entrassem pela janela suja e trincada.
Em suas últimas forças para voltar a dormir, ela cobriu a cabeça com um travesseiro e tentou puxar a coberta do chão, mas sem resultados.
— Rosa hoje é seu aniversário e você precisa se levantar. Vá lá para baixo ajudar Clara na cozinha, ela esta preparando o café da manhã, sua preguiçosa. Disse a mãe dando um último olhar sobre a filha que se encolhia sobre os lençóis.
— Mãe, se hoje e meu aniversario eu não poderia dormir mais um pouco? Estou completamente cansada, limpei a casa inteira ontem. E se vou partir daqui a pouco com a senhora eu também vou precisar de um pouco mais de descanso, essa viajem será longa. Ela bocejou ainda grogue.
— Por que será que eu não consigo ti convencer em nada garota? Você me parece estar se importando tanto assim com o "seu dia" que quer continuar deitada, consigo sentir sua animação de longe nessa data tão especial. Enfatizou-a encarando a filha que prolongou o silêncio.
Rosa rolou na cama para se certificar de que sua mãe havia ido embora devido à falta de barulho e choramingou ao vê-la parada diante dela bastante resignada a colocá-la de pé.
— Até parece que vai ser o fim do mundo se você não conseguir se levantar dai. Você ainda precisa arrumar as suas coisas para a viagem e eu não quero fazer o Sr. Manson ficar esperando por nós lá fora o tempo todo só por sua causa, levante-se já. Disse ela rindo, deu uma palmada de leve na perna da filha e saiu do quarto.
Rosa se demorou por mais alguns minutos e então levantou da cama. Os cabelos que cobriam seu rosto há deixaram frustrada, ela passou a mão para removê-los dos olhos e se olhou no espelho fixado em cima de uma cômoda a frente de sua cama, um espelho oval com moldura dourada e ornamentada com desenhos clássicos que havia ganhado a muitos anos de seus pais.
Seu rosto estava inteiramente amassado devido à má posição em que dormira, mas os traços de sua beleza são evidentes, estampam sua face de orelha a orelha.
Ela tenta sorri, hoje e o grande dia e isso a deixa nervosa, já que tudo esta para mudar em sua vida e de sua família caso não permanecesse forte nessa nova etapa.
Acontece que há algumas semanas atrás oficiais da lei enviaram um mensageiro para informar que o imposto rural da propriedade onde vivem havia aumentado, devido a terem um estábulo para cavalos nas terras que já se encontra na família há vários anos. Esses impostos não eram cobrados graças ao antigo vice-governador da ilha que havia deixado passar essa brecha alegando ser um patrimônio ambiental para animais, tudo isso por ele ter sido um grande amigo do seu falecido pai, que o ajudou na construção de sua casa muitos anos atrás.
O que acontece e que o antigo vice recentemente falecera e um novo vice-governador ocupara seu lugar, esse sendo ainda mais rigoroso com as leis da Coroa o que levou Rosa a ajudar a mãe e a irmã a pagar as contas, agora que se tornara maior de idade.
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Anjo Sedutor
RomanceSinopse - Alguns anos após o fim da Guerra Mundial, as pessoas ainda sentem o peso que esse terrível massacre global lhes causou e para que as coisas voltem ao normal uma nova oportunidade de ganhar a vida e sustentar suas famílias surge para vár...