Anjo Sedutor

Capítulo 12 - Desejado

 Rosa se divertira mais do que esperava para uma noite com tantos problemas, voltou a si quando se encontrou parada a porta do dormitório onde as outras empregadas aguardavam seu regresso.

 Ela teria que refazer sua "lista de perguntas" para os próximos dias, pois estava tão desnorteada com as surpresas do novo mundo que nem ao menos tinha algo em mente do que queria fazer em seguida.

 Primeiro iria ajudar sua mãe no que fosse possível. Depois cuidaria dos cavalos como de costume e por fim, iria fazer uma visitar até a torre e passar o final do dia com seus novos amigos, onde tentaria ao máximo colher novas informações de Erol que prometera responder as perguntas que já surgiam em sua cabeça.

 Ela achava incrível que a partir do dia seguinte Erol não iria mais envelhecer, mas a imortalidade tinha um preço enorme a ser cobrado no final daquela noite e agora ela teria que esperar para saber qual seria a terrível decisão que ele teria que tomar.

 Os guardas contratados olhavam para Rosa aos cochichos, chocados ao perceberem que ela era uma empregada também, o que deixou Rosa inteiramente constrangida. Erol se virou e os fuzilou com o olhar, estes voltaram a olhar para o nada.

 — Esta tudo bem — Disse ela tentando sorrir —, foi a melhor noite que já tive na vida, eu lhe convidaria para entrar e conhecer minha família se aqui fosse minha casa, mas como e um quarto cheio de mulheres eufóricas esperando por notícias da festa, isso não seria muito educado. Ela riu e ele a seguiu em coro.

 — De qualquer forma eu terei que voltar mesmo — Ele falou desanimado —, afinal... O anfitrião tem que ficar e esperar que a maior parte dos convidados vá embora. Ele fez uma cara de deboche e riu.

 — Isso não e um desafio para você, certo? Para alguém que consegue sumir do nada... Boa noite e boa sorte também. Disse ela.

 Boa sorte? Foi isso mesmo que você disse? Como você e burra. Pensou ela querendo esconder a cara.

 Erol riu baixinho e suspirou, os olhos brilhando de excitação. Será que ele estava mentindo quando afirmou não poder ler mentes ou falara a verdade?

 — Já ti disse que eu apenas leio expressões Rosa, expressões. Corrigiu ele se afastando devagar dela.

 Ela acenou com a cabeça positivamente, como era tonta, pensou de novo e ele riu novamente.

 — Esse dom de ler mentes... Quero dizer, de ler expressões ti conta até os mínimos detalhes? — Ele travou onde estava procurando palavras para responder a pergunta e ficou constrangido — Minha nossa! Pare já com isso então! Pediu ela gentilmente, batendo em seu braço e rindo junto dele.

 — Claro, eu paro se você quiser. Tenho que voltar, antes que meu pai tenha um surto psicótico ou algo do tipo por eu ter deixado a festa. Ele pediu desculpas e se virou para partir.

 Rosa sentiu um sopro quente acertando-a em cheio no rosto, os pelos da nuca se arrepiando ao reconhecer aquela sensação esquisita.

 "Olá curiosa — Era a voz de Enidy martelando diretamente na cabeça dela —, por vingança por ele ter se cortado nossa ligação mais cedo, vou deixar você escutar os pensamentos dele um pouquinho, divirta-se!" Enidy riu graciosamente enquanto a cabeça de Rosa se alargava.

 "Seu burro! Era só isso o que queria dizer para ela? Ela deve me achar um idiota..." Erol saiu calado enquanto resmungava na cabeça dela sem que percebesse.

 Rosa riu com o ocorrido e pensou:

 "Como vocês conseguem fazer isso?" Perguntou olhando para o alto, como se esperasse que a voz viesse de cima de sua cabeça.