Attempt

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Apontei o dedo indicador para cima, fazendo uma pequena quantidade de gelo atingir o teto no mesmo instante.
- Wow! - Exclamou Dr. Johnson, enquanto batia palmas. - O que mais?
- Isso. - Permaneci parada.
- Isso? - Perguntou Dr. Johnson, confuso com meu gesto.
Esperei mais cinco segundos, e então, levei meu braço para frente do meu corpo fazendo com que a palma da minha mão direita ficasse em direção ao Dr. Johnson.
Como um disparo de uma arma, atirei uma média quantidade de gelo em direção a ele, atingindo-o na hora contra parede. O gelo prensou-o na parede, o deixando imóvel.
- O QUE.... - Gritou Dr. Johnson, desesperado. - Me tire daqui... GUARDAS.
Eu era capaz de ouvir passos vindo de uma distância de dez metros e respirações ofegantes. Pela quantidade de barulho, eram mais ou menos cinco guardas que estavam a caminho de enfrentar-me.
Alguns segundos depois, a porta se abriu, com força, fazendo um barulho extremamente alto, o que atingiu meus ouvidos. Eram exatamente cinco guardas.
Com seus olhares assustados ao verem Dr. Johnson preso por uma camada de gelo, dois vieram em minha direção rapidamente. Seus olhares eram devastadores, seus punhos estavam fechados e um deles estava com o rosto avermelhado.
Um deles já estava perto o bastante para atingir-me qualquer golpe, antes que isso acontecesse, com as duas palmas direcionadas para cada um deles, disparei o gelo mais uma vez em direção a seus peitos, atingindo-os com extrema velocidade, fazendo com que caíssem no chão.
A adrenalina tomou conta do meu corpo e eu já não tinha completo controle da situação, quando percebi que eu realmente podia fazer o que eu bem quisesse com o gelo.
Três vieram em minha direção extremamente rápidos. Dessa vez sem usar os braços e as mãos, o gelo cresceu sobre suas pernas e subiu até a altura do peito, quase atingindo seus pescoços, mesmo imóveis eles lutavam para se livrarem da grande quantidade de gelo que os envolvia.
Eu confesso não admirar aquela cena, confesso que mesmo depois de um ano com essas pessoas me torturando, me deixava pesarosa atingi-las de tal forma, afinal, elas apenas cumpriam ordens, eu acho, mas eu não poderia parar. Obriguei-me a continuar e fui rapidamente em direção a porta, finalmente eu iria para casa.
Quando estava próxima a porta, olhei para trás, todos se desesperavam para se livrarem do gelo e gritavam para eu parar, mas eu não era capaz de obedece-los, claro. Andei os centímetros que faltavam até a porta observando ao redor, quando trombei com algo.
- Olá! - Disse o homem que me impedia de passar.
Ele não parecia ser um guarda, era fino, elegante e sua postura era extremamente correta, olhos azuis e cabelo arrumado, suas mãos seguravam uma à outra em frente ao seu corpo.
- Quem é você? - Perguntei, eu realmente estava confusa e um tanto quanto assustada.
- Você não sabe? - Disse o homem, com um leve ar de deboche.
- E deveria?
- Me disseram que você era esperta.
Eu não estava entendendo, não sabia quem ele era, pensei em ataca-lo mas o pânico travou meu corpo.
- Parece que me passaram informações erradas sobre você, Scarlet Sullivan. - Disse o homem, antes de uma suave gargalhada.
No mesmo instante, senti uma de suas mãos envolverem o lado esquerdo do meu pescoço, algo fazia com que eu fosse impedida de me defender ou ter qualquer outra reação. Uma dor forte e aguda caminhou pelas minhas veias do lado direito do meu pescoço, e então, apaguei.
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Lentamente meus olhos se abriram, meus pulsos doíam exageradamente e minha cabeça pulsava, aparentemente eu estava sentada, ainda sem avistar tudo graças as pálpebras pesadas, pude notar que a sala não era a que eu costumava ficar, era uma sala escura e úmida.
"Aquele homem na porta. Como não ouvi seus passos? Como não ouvi sua respiração? Por que não notei que ele viria?"
Foram essas perguntas que envolveram minha mente no mesmo instante em que acordei.
Finalmente meus olhos se abriram completamente e minha consciência voltou, eu estava amarrada em uma simples cadeira de madeira, os braços para trás e meus pulsos amarrados um no outro. Meus pés não estavam amarrados, mas sim presos, com uma trava de ferro, parecida com um grande anel.
Não haviam janelas, eu estava simplesmente trancada em uma caixa de concreto cujo a saída era uma tonelada de ferro em forma de porta.
- Peguem a garota. - Disse uma voz grossa por trás da porta.
Então, a mesma se abriu ferozmente deixando-me ser capaz de olhar a imagem de um grande homem, dessa vez, com um macacão preto. Seu rosto estava borrado graças a má iluminação da sala, eu nunca o tinha visto, o que me fez pensar que eu não estava na OSCORP.
O homem veio até mim, me olhou fixamente antes de quebrar o silêncio. Ele aparentava ter mais ou menos quarenta anos, careca e bombado.
- Você é um grande problema. - Disse, acompanhando as palavras com uma estranha risada grossa. - Seja lá o que esteja tentando fazer, não vai conseguir.
- Cala... - A dor que atingia meu peito tornava difícil a pronúncia de qualquer palavra. - ...A boca
Irritado, o homem abaixou-se retirando a grande trava que prendia meus pés, logo depois, desamarrou meus pulsos. Eu realmente queria atingi-lo com gelo ou um soco, mas estava fraca, minhas pernas latejavam e meus ouvidos zumbiam. O mesmo não me deixou nem mesmo cinco segundos livre e já amarrou meus pulsos um no outro novamente, mas dessa vez, em frente ao meu corpo, e brutalmente fez com que eu me levantasse.
Eu me perguntava o que iria acontecer comigo, era óbvio que eu havia falhado, mas, queria poder ter uma segunda chance de sair daquele lugar, sabe lá aonde eu estava.
O homem de macacão preto amarrou uma venda preta em meus olhos, mas eu não enxergava costuras ou outra coisa que depois da experiência eu enxergaria, era apenas uma venda preta.
Sua mão direita envolvia com força a corda que amarrava meus pulsos enquanto me puxava para andarmos. Eu não conseguia ver para onde estavamos indo e nem aonde estavamos, mas o caminho parecia ser cumprido, quente e apertado.
Quando finalmente paramos de andar, o homem tirou a venda dos meus olhos. Era uma pequena sala, também escura e úmida, uma péssima iluminação e um cheiro horrivel de química. Dentro, havia apenas uma mesa, uma cadeira e o mesmo homem que me trouxe pra cá, ainda com uma postura perfeita andando de um lado para o outro da sala.
- Finalmente. - Disse o elegante homem ao grande homem. - Agora saia.
E então, só restaram eu e o homem de postura perfeita.
- Você realmente achou que conseguiria fugir?
Não o respondi.
- Como o faria, sairia congelando o prédio inteiro? - Disse ele, um pouco antes de dar uma incrível e alta gargalhada.
- Quem é você? - Perguntei.
- Ja me fez essa pergunta.
- Quem. É. Você? - Repeti, minha voz falhava.
O homem se aproximou e um sorriso irônico e um pouco assustador desenhou seu rosto.
- Frederick Manson. - Respondeu.
- F-Frederick Manson?

Eu não podia acreditar, o que raios Frederick Manson queria pessoalmente comigo?
- Surpresa? - Perguntou Frederick, sorrindo.
- O que vai fazer comigo?
- Não se preocupe, só queria conhece-la, mas enquanto isso, ficará neste lugar caso tente dar uma de esperta novamente.
Naquele momento, eu não era capaz nem de pensar no que aconteceria comigo se eu não fizesse algo.
- Me deixe ir embora. - O medo dominava meu corpo e minha voz estava trêmula.
Frederick se aproximou um pouco mais.
- Você irá ficar bem.
Após essas palavras retirou-se da sala, então, pude ouvi-lo dizendo "levem-a" assim que a porta fechou, exageradamente forte.

Ravena (Irá mudar um pouco)Onde histórias criam vida. Descubra agora