Capítulo 1

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"I will never give up, I will find her, no matter what they say or do…

Capitulo 1

"Desiste! Larga a arma" gritei.
" E quem és tu para me dizeres o que devo ou não fazer?" perguntou agressivo.
"Baixa a arma já se não…" 
"Se não o quê ah?!  Sai daqui antes que sobre também para ti!" interrompeu-me.
Corri em sua direção atirando-o para o chão, sem ele ter tempo de poder defender-se, dando liberdade ao rapaz de cabelos encaracolados de se recompor. Não aguentei por muito tempo, até o homem voltar a tomar controlo da situação dando-me um soco na barriga. Defendi-me com um pontapé na mão dele, para o impedir de apanhar a arma outra vez. O rapaz de cabelo aos caracóis ainda permanecia fraco, olhando para mim com vontade de me ajudar mas sem conseguir.
Depois de muitas tentativas consegui finalmente alcançar a arma, e colocando-me de pé com ela apontada ao homem asqueroso com quem eu lutei.
"Eu disse para largares a arma, agora desanda daqui!" alertei-o.
Ele sempre com um sorriso sarcástico nos lábios, colocou-se de pé e observou-me de cima a baixo, uma atitude repugnante e ordinária.
"Bem, bem… Parece que a “super-mulher” apareceu na hora H. Estás com sorte hoje." disse olhando para ele, e agora virando-se para mim e aproximando-se sem medo." Enquanto a ti menina, tenho o pressentimento que nos havemos de nos encontrar outra vez."
Provavelmente aquele mero verme pensou que me intimidava com aquelas palavras. Mas admirou-se com a minha atitude. Coloquei um sorriso nos lábios , e bati com a arma na cabeça dele, fazendo-o cair e deixando-o inconsciente por breves minutos, minutos esses suficientes para ajudar o rapaz de caracóis.


«24 horas antes»

Acordei exaltada a meio da noite com um barulho estridente de um trovão. Chovia torrencialmente lá fora, as ruas estavam inundadas e não havia movimento nas estradas. Olhei para a chave.
Cada dia sinto-me mais afastada do que poderá isto ser, mas vou descobrir, nem que seja a ultima coisa que faça. Prometi-lhe isso.
Passei o resto da noite a admirar a tempestade. Muitas raparigas tinham medo dela, mas nesta altura, já não sei o que é o medo, habituei-me a lidar com ele todos os dias.
Vivo sozinha num grande apartamento, foi me herdado da minha mãe. Quando ela tinha que viajar até aqui, ficava neste apartamento. Vinha centenas de vezes para aqui. Foi o meu pai que lho comprou há uns anos atrás.
O único membro da família direta que me resta é o meu pai. Ele é dono de uma rede de hotéis a nível mundial, foi herdado já do meu avô. Tem uma conta bancária recheada, e eu sempre vivi bem, mas aprendi a não ligar a meios materiais nem a dinheiro.
Ele já me tinha proposto trabalhar com ele nos hotéis, mas eu não quero isso da minha vida. A ideia de vir para este apartamento foi dele, pois não gosta do facto de viver na casa da minha avó , diz que já tenho idade de viver sozinha. Ele raramente vem a casa, passa a vida a viajar ou em reuniões.
O meu estomago já roncava, fui para a cozinha já com ideia de que queria tostas com geleia e sumo de laranja. Sim, mesmo isto. Fui ver televisão, como sempre, nada de jeito. Só programas sobre pessoas que contam a sua dramática história, ou então noticias más, ou mesmo gossips shows. Nada que me motivasse.
O meu telemóvel vibra interrompendo a minha sessão de insulto à televisão. Era a Kayla, a assistente do meu pai.
“ Menina Lia?" 
"Sim Kayla sou eu! Que se passa?"
"Olá menina." saudou-me. "O seu pai está agora numa reunião com os representantes do Dubai sobre a construção de um novo hotel e pediu-me para lhe ligar a dizer que faria gosto que hoje à noite o acompanhasse numa ida a uma galeria de arte que vai abrir."
"Sim, eu vou." confirmei. " A que horas é que ele passa aqui?"
"Por volta das nove e meia noite, ele diz que ainda quer jantar consigo no “casino”. " informou-me.
" Combinado. Logo então às nove e meia. Mande-lhe um beijo meu."
"Sim mando menina, resto de um bom dia.” finalizou e desligou a chamada.

Só me faltava mais esta, agora ter que ir ver obras de arte, eu adoro arte mas definitivamente não estava com cabeça para isso. Desde dos meus 16 que tenho que comparecer nestes eventos ridículos, onde só se vê gente fina com um copo de champanhe ou sangria na mão a socializar e a mandar piadas de mau gosto para as pessoas da baixa sociedade. Repugnante como poderia haver pessoas tão parvas e frias.
O meu pai fazia questão de me por sempre em grandes colégios, mas eu não sou disso. Já disse que posso ter tudo no mundo, mas sou uma rapariga de rua. A minha avó sempre me ensinou que grandes mulheres sabem defender-se, e não precisam de grandes homens para serem felizes.
Desliguei a televisão, e pus as mãos ao pescoço, onde estava o colar. Todos os dias me deparava com este enigma… este colar abria algo mas o quê? Notava-se um toque antiquado na chave, era muito grande para um diário e muito pequena para uma grande porta. Não faço ideia o que ela esconde, mas de certa forma tenho receio do que possa vir a descobrir. Sei que ela esconde algo, sei que a minha mãe escondia algo mas será bom ou mau?! Perguntas e mais perguntas que aparecem na minha mente, e só irei ter resposta quando descobrir o que abre esta chave.
Vou tentar pelo menos por hoje não pensar nisso, tenho que me distrair e pensando bem, um tempo com o meu pai poderia fazer-me bem. Fui até ao meu roupeiro para ver se tinha algo suficientemente “snob” para levar. Não sou menina de vestidos, para mim umas calças justas, umas sapatilhas e uma camisa decotada era o ideal ,mas pronto devido à gente que vai lá estar, ir assim poderia causar má impressão. Portanto vou levar um vestido que me deram no natal e eu nunca o usei. Era um vestido simples e elegante. Era preto, ficando-me um pouco acima do joelho, tinha um decote em forma de coração na parte de cima, decorado com renda inglesa. Para acompanhar levo uns saltos altos e uma carteira sem alças prateada.
Decidida a roupa, coloquei-a em cima da cama para mais tarde a poder vestir. Passei o resto da minha tarde vendo filmes e series, acompanhada com um balde de gelado e a minha manta nas pernas. Olhei para o relógio e já eram oito da noite.
Prendi o meu longo cabelo castanho e vesti um robe. Espalhei creme pela cara, cheguei rímel para realçar os meus grandes olhos cor de avelã, um pouco de pó para dar vida às minhas maças de rosto e para finalizar dei um pouco de brilho aos lábios com um gloss vermelho.
Fui à caixa de bijutaria que pertencia à minha mãe e retirei a sua mola com uma flor preta e coloquei-a na parte de trás do meu cabelo segurando a minha franja e realçando o meu rosto. Para finalizar vesti-me cuidadosamente e cheguei o meu perfume com aroma a framboesa.
Olhei-me agora para o espelho, e pareceu-me aceitável, mas faltava qualquer coisa. O meu colar com a chave estava agora guardado dentro da caixa de bijutaria da minha mãe, por isso coloquei o colar que o meu pai lhe ofereceu quando fizeram 5 anos de casado. Era um fio fino com uma gota de água branca . Sim agora sim estava completa. Ouvi o soar da campainha e olhei para o relógio. Era o meu pai. 

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