Capítulo 25

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Capítulo 25

*desculpem se tiver erros, eu não revi*

Natal.

É triste pensar numa rapariga sozinha na noite da Consoada, sem mãe e com um pai ausente, sentada junto de uma grande janela com vista panorâmica para a grandiosa cidade de Nova York. Essa mesma rapariga, que descobriu que há uma espécie obscura a partilhar o mesmo mundo que ela, espécie essa que ela quer descobrir como se formou, o porquê de existirem e acima de tudo, para que querem a chave. Uma chave. Uma simples e pequena chave, que parece insignificante mas já está a causar tantos danos nela. Se calhar até abre algo sem sentido, e que nem vale todas as lágrimas que escorrem pelo seu rosto. E para piorar todo um cenário complicado, ela descobre que está apaixonada. Ingénua, não? Estar apaixonada por um rapaz que só lhe está a fazer mal. Se ela outrora já estava destruída, ele está a pegar nos pedacinhos do seu coração e a transformá-los em pó.

O engraçado é que, essa rapariga, sou eu.

(…)

Encontro-me sozinha, a vaguear pelas ruas gélidas desta cidade tão grande. Hoje, como era de se esperar, não há quase movimento nenhum. As pessoas devem-se encontrar junto das suas famílias agora, à volta de uma grande mesa recheada de todas as comidas e sobremesas típicas desta altura natalícia. As crianças devem estar a rondar os presentes que estão debaixo da grande e enfeitada árvore de Natal. Bons tempos esses. Eu adorava abrir as prendas, e era raro esperar até à meia-noite. Quando era pequena, querias bonecas, os palácios das princesas e as barbies. Já mais tarde, comecei por querer livros ou roupa. Sempre fui evoluindo a esse nível, aliás, fui forçada a evoluir. Tendo um pai ausente, uma mãe que era exigente de mim e sem irmãos, aprendi a defender-me e a seguir o meu caminho, que muitas vezes não foi o certo. Todas as confusões que me meti na adolescência, de tudo o que experimentei e não devia ter experimentado, de tudo o que me acreditei e não devia ter acreditado e acima de tudo, de tudo o que me vou tirado e nunca mais poderei voltar a ter. Exemplos? A minha inocência. Mas afinal, de que vale lamentar-me agora? Como se pudesse voltar atrás…

Fui até à zona que chamo ‘retiro espiritual’, onde se contra aquele desenho que tanto adoro das três árvores que parece que relatam toda a minha vida. Sentia-me bem aqui, pelo menos podia admirar uma bela paisagem artística.

"Lia?!"  uma voz rouca faz-se soar por detrás de mim, era impossível não saber quem era. Não falei, apenas mantive a minha posição, focada na parede onde estava o desenho. Senti alguém sentar-se ao meu lado, fazendo o meu coração começar a bater com mais força. "Que estás aqui a fazer? Não é suposto… tu sabes! Natal, família e essas tretas?"

"Quando não se tem família com quem passar o Natal, qualquer sítio dá." uma lágrima corria pelo meu rosto. Eu deveria ter medo, a qualquer momento ele pode causar-me uma ilusão e fazer-me querer parar de viver e voltar a recordar-me de todos os momentos dramáticos e marcantes da minha vida. Mas eu não consigo ter medo dele…

Nada foi dito por ele, mas podia senti-lo olhar para mim. Uma grande mão aproximou-se da minha cara, limpando a lágrima que descia pela minha face. Deveria pará-lo? Se calhar… mas não o vou fazer. Com tudo o que já passei, acho que será impossível destruírem-me mais, cheguei ao limite da destruição, se é que isso existe. Comecei a chorar descontroladamente devido a estes pensamentos e deste vazio por dentro. Fui envolvida por um braços fortes que deveria temer, mas que me confortam.

"Tens medo de mim, Lia?" a sua pergunta espantou-me.

" Não. Deveria?" Harry engoliu em seco, sem me dar resposta. " Sabes, depois dos últimos acontecimentos entendi que já nada me irá destruir… porque eu já estou destruída."

" Desculpa… " murmurou.

Pela primeira vez hoje, eu olhei para os seus olhos. Neles pude ver dor e pena, mas também um verde mais claro que o normal e que iluminava toda esta noite escura e fria. Será que ele estava mesmo a sentir o que estava a dizer, ou era tudo um jogo, uma mentira? Seja o que for, que venha.

" E-eu "gaguejou " não queria que aquilo te tivesse acontecido. Desculpa eu descontrolei-me. Eu queria parar, juro que queria mas…"

"Harry, já passou. Eu sei que tu não controlar isso e não te devia ter reagido como reagi, mas as imagens foram perturbadoras para mim " interrompo-o.

Continuamos ali parados, a cada segundo que passava era como se eu quisesse ainda mais estar perto dele. É como se eu fosse um metal e ele um íman, e mesmo estando perto dele, preciso de estar ainda mais. Os meus pensamentos foram interrompidos por uma voz rouca fazendo-me uma questão que não esperava de todo.

"Posso pedir-te uma coisa?"

"Ah… claro."

Ele aproximou a sua cara da minha, fazendo as nossas testas encostarem-se. A sua respiração era sentida nos meus lábios e as suas mãos colocaram o meu cabelo para trás da minha orelha, massajando depois o meu rosto com o dedo. "Beija-me."

O meu corpo respondeu ao seu pedido, beijando-o desesperadamente. As nossas bocas pareciam que estavam a dançar ao som de uma música cheia de ritmo e de vido. A sua língua entrou na minha e deixei que ela me dominasse, apenas queria senti-lo em mim. A minha mão estava sobre os seus cabelos encaracolados, senti-o sorrir quando comecei a mexer neles. Paramos o momento, e retomei ao seu olhar.

" Tenho uma coisa para ti."

"O quê?"

"Anda"  falei enquanto me colocava em pé e pegava na sua mão, em direção ao meu apartamento. Afinal, eu comprei-lhe uma prenda de Natal.

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Olá olá! Espero que tenham gostado :p O que será que ela vai dar ao Harry, ele bem que merecia juízo xD
Vocês gostam da forma como escrevo?

Já sabem, deixem as vossas opinões e votem!

xxx

The Key ||h.s||Onde histórias criam vida. Descubra agora