Capítulo 32

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Capítulo 32

Latch – cover by Diogo Piçarra ( eu disse que gostava dele haha)

(isto é uma fanfic, não é inspirado em nada que aconteça na realidade.)

#Harry P.O.V

Não pode ser, simplesmente não pode. Deve ser tudo um engano, um mero erro, algo sem importância, um lapso… tem de ser, não vejo outra possibilidade. Ela é humana, não é suposto conseguir ver as ruinas*, eles têm uma visão limitada do mundo, pensam que já viram tudo, mas enganam-se. Muitos afirmam conhecer o local onde habitam, todas as espécies de animais e plantas, todos os antepassados que já frequentaram a terra. Muitas dessas pessoas acreditam em seres superiores, nos quais demonstram o seu respeito e dizem que todos os acontecimentos menos “normais” são obra desses seres divinos. Será isso verdade? Nunca ninguém se questionou sobre algumas coisas que acontecem? Às vezes as ideias mais disparatadas, são as mais corretas, as mais reais. As crianças falam de monstros, e do quão medo têm deles, e por sua vez, os adultos, relaxam as pequenas criaturas dando-lhes a mensagem que os monstros não existem na vida real, são apenas personagens dos filmes e dos livros e nunca passarão disso. Mal eles sabem que existem mesmo.

Inocentes pessoas, iludidas almas levadas por palavras ditas por pessoas que pensam que sabem, pobres corações miseráveis, crêem em tudo e contentam-se com pouco. A maldade neste mundo vai para além do que qualquer um de nós imagina, em cada um de nós há um lado mais negro, mas há criaturas que são todas elas dominadas por esse lado. Como eu. Vivo no lado obscuro do mundo, onde nada é o que parece, onde temos que lidar com as trevas e acabar com elas. É essa a minha função, por mais que a raça humana seja desprezível, não podemos deixar que os “monstros” do meu lado, cheguem a eles. Há um lado positivo, esses “monstros” já quase não existem, foram exterminados ao longo dos anos, o local de onde eles provêm está encerrado e enquanto ele permanecer fechado, a paz predominará. Fácil? Só nos basta manter aquilo fechado e nada de mal acontece! Dito assim, até parece verdade, mas a questão é que existe quem a queira abrir e nem eu, nem ninguém da minha aliança irá deixar. Fomos marcados para uma função, proteger o lado bom do mundo, o lado onde vivem os humanos, o lado onde ela vive, mas não somos heróis, somos apenas demónios guiados pela luz.

Passou-se algum tempo desde da última vez que a vi, nunca pensei voltar. A sua reação quando me viu nem foi das piores, pensei seriamente que ela me ia bater, estrangular ou algo do género… mas a dor que sente deve ser superior a toda a vontade de acabar comigo. O seu cabelo está maior agora, deve ter emagrecido um pouco, noto pelo seu rosto. Tem um ar mais cansado e mais abatido, os seus olhos demonstram tudo o que guarda lá dentro, eu sei ler o que eles dizem como ninguém, eu conheço-a… Senti a falta dela, mas fiz o que estava certo e aliás, eu não tenho o direito de amar. O amor é um sentimento puro, delicado, um sentimento que deve ser vivido com todo a dedicação, um sentimento infinito… eu sou impuro, não posso amar, não dá. Não posso negar que cada vez que sinto o toque dela não sinta algo, como uma descarga eléctrica… também não posso negar que ela é atraente, bonita, que me preocupo com ela, mas daí a ama-la vai uma grande diferença.

Vou levá-la até uma pessoa, a única que sei que saberá dizer o que realmente se passa.

#Lia P.O.V

A certa altura, parei de lutar contra ele, de qualquer das maneiras ele iria acabar por fazer o que ele pretendia, a sua força era superior à minha e posso admitir que tenho um certo medo do que ele pode fazer. Entramos no seu carro, e ele guiou-nos para uma zona sombria da cidade, daquelas zonas onde ninguém vai, zonas onde nenhum turista tem curiosidade em visitar, porque não há nada. Mas já houve. Um grandioso museu de arte do século XX, lá estavam expostas obras brilhantes e únicas, muitas pessoas ofereciam-se para pagar balúrdios só para as ter, mas elas não estavam à venda, estavam ali para que todos pudessem ver o quão belas eram, o quão únicas... Este espaço encerrou há muitos anos, na altura falou-se que houve um desentendimento entre os donos e que estavam com altas dividas, e todos os estabelecimentos em volta também fecharam porque, sem turistas e pessoas para verem o museu, ninguém aqui vinha, logo acabariam na falência, e nos dias de hoje, esta zona tornou-se deserta. Todo o percurso estava a ser feito em silêncio, se falasse iria ser para me exaltar, e eu estou curiosa para saber o porquê da sua preocupação, afinal, era apenas um símbolo, não era?

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