Capítulo 21

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Capítulo 21

De manhã, o apetite de sair da cama era pouco, queria lá ficar o resto do dia, a sentir o cheiro a baunilha dos meus lençóis, aconchegada nos grossos cobertores macios. Vou ao centro comercial. Não tenho nenhuma paixão por compras, aliás, até acho as idas ao shopping aborrecidas, maçadoras, secantes… qual a piada de estar horas e horas a entrar e sair de lojas têm sempre o mesmo género de artigos, só para dizer que mudam o preço e a cor? Só de pensar que há pessoas que são dependentes deste tipo de coisas, até me dá calafrios… Mas é época de Natal, época onde dar e receber presentes é tradição, e bem sei como o meu pai adora receber prendas.

Após um banho tomado, ajeitei o meu cabelo e dei cor ao meu rosto, colocando um pouco de base, nada de exageros, peguei no lápis e fiz o contorno aos meus grandes olhos castanhos. Vasculhei o meu armário, acabando por decidir levar umas calças justas azul marinho, umas botas castanhas, uma túnica branca e solta e um lenço castanho, para tapar o meu pescoço do frio que fazia lá fora.

Vou tirar o meu carro da garagem, o que é um acontecimento histórico porque eu raramente ando de carro, enervo-me com o trânsito e a falta de civismo das pessoas nesta cidade. Adorava grandes carros, espaçosos, e sem cores exuberantes, e posso admitir que tenho uma queda por Range Rover, de preferência, pretos ou acinzentados. O meu carro não era um Range Rover, na altura, o meu pai disse que era demasiado pesado para uma ‘menina’, acabando-me por me escolher um jipe da Volvo branco. Detestei a cor, mas depois habituei-me, afinal de contas, não passava de um carro.

*

Consegui arranjar um bom estacionamento, não sei como, mas consegui. Já bufada de tão irritada que estava. Saí do carro e subi até ao segundo piso. Isto está cheio! Se durante o ano as pessoas já andam aqui apertadas, nestas épocas parecem sardinhas enlatadas.
Estou a pensar dar um relógio e um perfume ao meu pai. O que mais haverei de lhe dar? Ele é um vaidoso de primeira, roupa tem até dizer chega, sobre os seus sapatos nem vale a pena falar…
Acabei por entrar na ‘omega’, comprando-lhe um relógio clássico e preto. Depois disso, comprei-lhe o novo perfume do Antonio Banderas, tinha um cheiro agradável e leve, nada do outro mundo, mas era bastante bom e fazia o género dele.
Não sabia se o deveria fazer, mas comprei também um presente para o Harry e para o Zayn. A escolha para o Zayn foi fácil, comprei-lhe um romance do ‘John Green’, sei o quanto ele gosta de ler, por isso achei a decisão perfeita. Já o mesmo não se passou com o Harry, nem sabia se lhe deveria oferecer algo… sei lá o que aquele bipolar vá gostar! Prometi a mim mesma que não iria pensar naquela abécula hoje, mas acabo sempre por me desrespeitar a mim própria. Comprei-lhe algo simples…

"Menina, deixou cair isto! " uma voz feminina alertou-me. Virei-me, deparando-me com uma rapariga de longos cabelos pretos, uma cor de pele morena e uns grandes olhos verdes, não tão verdes como os do Harry, mas um verde mais escuro. Vestia uma saia e cabedal preta, com uma camisa branca e um casaco também ele preto. Ela era bonita, muito bonita.

" Muito obrigada, sou uma cabeça no ar." agradeci, sorrindo. A rapariga retribuiu-me o sorriso, entregando-me a minha carteira. Agradeci também mentalmente por ter sido esta menina a encontra-la e não uma pessoa com más intenções, porque se não ,nunca a mais a via.

"Também andas às compras de natal?" perguntou-me, sempre mantendo o seu fiel sorriso no rosto.

"Tem de ser! Nunca sei o que escolher, mas este ano, até foi mais fácil. "falei.

"Vi ali uns vestidos para senhora em promoção na H&M, se quiseres para ofereceres a uma tia tua, ou mesmo à tua mãe aconselho! " senti a minha expressão sorridente mudar. Não iria ser rude com ela, estava só a tentar ser simpática, e eu compreendo isso.

"Ah… eu não tenho mãe. "Soei mais baixo do que pretendia.

Os seus olhos arregalaram-se e rapidamente a sua mão tapou a sua boca.

"Eu e a minha grande boca! Desculpa, eu não sabia, não foi minha intenção magoar-te, eu…"

" Não tem mal! " ri-me para acalmar o ambiente. "Tu não sabias."

A rapariga de cabelos escuros logo se relaxou um pouco, mas ainda havia uma certa tensão presente no seu rosto.

"Sou a Charlotte, mas por favor, trata-me por Lotti."

" Tudo bem! Ah, sou a Lia."

Ambas nos rimos deste momento de ‘apresentação’ estranho. Que bom, encontrar uma rapariga simpática que impediu que eu ficasse sem carteira! Ainda estou a pensar que tive muita sorte, muita mesmo. Acabamos por ir almoçar juntas. Ela contou-me que vivia nos arredores de Nova York e era advogada. A sua família vive no Texas, onde ela nasceu, mas não viu futuro na sua terra natal, o que a trouxe a Nova York. Falou que iria receber a família aqui, e que queria tudo perfeito, pois já não os via há muito tempo.

"O meu tio Guss, deve ser a pessoa mais cómica que conheço! É o típico cidadão do Texas, com uma grande barriga, e pouco cabelo. Vou adorar ver a sua reacção quando chegar a uma cidade como esta, acho que até vou registar o momento." foi inevitável não rir da sua descrição, foi tão engraçado

Ela riu-se comigo. Parece que acabei de fazer uma amiga, depois de muito tempo…

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HEYYYYY XD desculpem se tiver erros, só revi uma vez !
O que acham da Lotti? O que será que ela comprou pro Harry?

Votem se gostaram e comentem <3

LY ALLLL 

The Key ||h.s||Onde histórias criam vida. Descubra agora