Capítulo 23

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Capítulo 23

O caminho até ao nosso destino estava a ser constrangedor, tinha tantas coisas para lhe perguntar, mas mantive-me calada. Não é que eu tenha medo dele, mas queria evitar que ele mudasse de humor, vai ser uma tarefa difícil… As ruas estavam cheias de gente, se calhar a fazerem as últimas compras de Natal visto que só faltam 2 dias para a véspera. Nem dei pelo tempo passar, a minha vida tem sido como uma montanha russa… cheia com adrenalina e de altos e baixos. Pergunto-me se algum dia irei conseguir ter uma vida normal.
Estou a ser guiada por um anjo, literalmente. O seu aspeto é tudo menos angelical, é perfeito, todo ele o é. A maneira como os seus olhos mudam de cor consoante o seu humor, às vezes mais claros, outras vezes mais escuros. O Harry tem um jeito de ser… quando está nervoso mexe no seu cabelo e morde o lábio, quando está zangado fecha a sua mão em forma de punho encostada ao corpo e quando está querido sorri, sorri mostrando aquelas covinhas lindas que eu tanto gosto. Reparo em cada movimento dele, a cada traço. Paixão? Amor? Será cedo demais para pensar nisso, aliás, sei que nunca conseguirei ter nada com ele.

"Em que tanto pensas?" a sua voz incrivelmente sedutora e rouca trouxe-me de volta à realidade.

Em ti, na tua maneira de ser, no teu jeito de lidar com as coisas, na forma como és belo e tão misterioso e ao mesmo tempo tão instável…

"Na vida." menti.

" Claro…"

Chegamos finalmente. Eu conheço este sitio, eu e o meu pai costumamos vir aqui, ‘casino’. Lembro-me da última vez que aqui vim,depois de estar neste mesmo restaurante fui à galeria e conheci o Harry, não foi bem conhecer, foi mais salvar. Parece que foi ontem.

"Espero que gostes deste restaurante." os seus olhos verdes estavam atentamente a olhar para os meus, sorri.

"É um dos meus preferidos " ele sorriu de volta.

Saímos do carro e andamos em direção à entrada. Umas mãos grandes entrelaçaram-se com as minhas, o que me fez parar. O seu toque foi como uma descarga de energia em mim. Toda a minha atenção agora para as nossas mãos. Queria falar, queria dizer alguma coisa, mas limitei-me a ver como as suas mãos encachavam nas minhas como se fossem feitas à minha medida. Quando virei a minha cabeça para cima, deparei-me com dois olhos cor de esmeralda em mim. Algo estava diferente em mim, já não o olhava como o rapaz bipolar, mas como a pessoa que me apetecia beijar neste momento. Na minha cabeça apareciam imagens daqueles lábios carnudos sobre os meus, da suas mãos a percorrer cada centímetro do meu corpo…
Voltei à realidade, desviando o meu olhar do seu, e entrando no restaurante. A sua expressão ainda confusa caminhou comigo para dentro do estabelecimento, onde ele disse que tinha mesa reservada em seu nome.

Estava a ser um momento constrangedor, eu olhava para a ementa, evitando troca de olhares com o Harry. De tão focada que estava, que nem dei conta que o empregado já estava ao meu lado anotando o pedido do Harry.

"Para mim pode ser Risotto com Cogumelos Shitake , por favor."  pedi.

Agora era Harry que estava focado noutro lugar. Isto está a ficar deveras estranho e ridículo. Ridículo mesmo! Cada vez penso que ele só me convidou porque quer a porcaria da chave e nem deve querer saber de mim. Porque é que eu sempre que penso nisso sinto uma dor cá dentro, uma dor que me faz querer chorar e fugir daqui. Sinto-me um boneco nas suas mãos, e que quando ele tiver o que tanto quer, me vai deitar fora. Maldita a hora que me deixei levar por sentimentos.
A minha mente foi bloqueada por uns olhos cor de esmeralda, que estavam dirigidos aos meus lábios. A sua boca entreaberta formada um perfeito coração, o que é que ele quer de mim? Estou me a render perante ele, dou por mim a quere-lo mais que tudo e no minuto seguinte a pensar que isto tudo é por interesse da parte dele e que noutras circunstâncias nunca ponderaria sequer sair comigo.
O momento foi quebrado pela chegada da comida, obrigada! Já não sei se iria aguentar muito mais tempo a olhar para e a pensar em tudo isto sem chorar. O meu apetite não era muito, mas tenho que admitir que o prato tinha um ótimo radiante e até metia pena não o comer.
Terminei o meu prato e reparei que o Harry não tinha acabado, ele não demonstrava apetite, acabando mesmo por fechar os talheres com a comida ainda a meio. Sem me perguntar se eu queria mais alguma coisa, ele chamou o empregado para pedir a conta.

"Obrigado e tenham uma boa noite" despediu-se educadamente. Eu sorri agradecendo, a Harry caminhou para fora do restaurante. Imbecil… a noite estava a sempre um fracasso total.

A diferença de temperaturas era evidente, mal saí, senti um arrepio por todo o meu corpo. Encontrei um Harry pensativo encostado com a cabeça para trás na porta do carro, já chega, eu tenho que falar se não rebento.

" Qual é o teu problema? Convidas-me para sair, tens uma atitude de parvo perante o empregado que nos serviu e nem sequer me dirigiste a palavra." explodi. Ele rapidamente saiu da sua posição e colocou-se frente a frente a mim.

" Tu és o meu problema! " a rouquidão da sua voz estava mais forte que nunca agora, eu? Eu sou o problema dele?

"Eu?!" questionei indignada.

"Sim tu! A tua atitude de mandona, de teimosa deixa-me doido. Consegues ser tão irritante, sempre com perguntas e mais perguntas!" é isso que ele pensa de mim…?

"Imbecil! " foi mais forte que eu, rapidamente o meu corpo foi encostado bruscamente ao carro. Ele estava irritado, zangado, furioso, os seus olhos escuros demonstravam toda a raiva que ele sentia.

Ele estava a tentar meter-me medo? "Não me chamas isso outra vez estás a ouvir?" já não aguentava mais estar tão perto dele sem lhe tocar. Os meus lábios foram contra os dele, desesperados por o sentir, os meus braços rapidamente colocaram-se em torno do seu pescoço, as suas mãos estavam nas minhas pernas fazendo-me saltar para a sua cintura, onde agora ele as tinha sobre o meu rabo. O beijo estava descontrolado, ambos queríamos isto. A sua língua estava em luta com a minha, ambas queríamos o poder e nenhum de nós dava o braço a torcer. Gemidos foram deixados quando paramos o beijo e recuperamos o fôlego. A minha boca foi até à sua orelha, onde a mordeu e criou uma linha de beijos até ao seu pescoço." Lia " a maneira como ele disse o meu nome, dava a sensação do prazer e do desejo que ele estava a sentir. Paramos o beijo, saí do seu colo e senti logo um vazio quando deixei de sentir o seu toque.

Estarei a apaixonar-me?!

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Espero que tenham gostado, adorei escrever este capítulo! Não se esqueçam de votar se gostaram! AHHH E LEIAM A  MINHA NOVA FIC, 'HEARTBEAT' *-*

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LY ALLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!

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