Capítulo 51

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Capítulo 51

- Beating Heart  - Ellie Goulding

(omg cheguei às 200.000 leituras! obrigadaa!)

O impossível

Todos nós temos algo que achamos que é impossível, como concretizar os nossos sonhos, voar, saber se há vida para além da morte. São estas pequenas questões que nos poem a pensar horas e horas, que criam discussões connosco próprios e nos fazem entender as várias perspetivas da vida. Por vezes, a coisas que nos parecem mais ridículas e absurdas, são as que mais nos surpreendem. Este mundo é uma incógnita, cada dia que passa, mais uma questão aparece para atormentar a mente humana. Eu nunca imaginei ver o mundo da maneira que vejo agora. Nada é o que parece, há sempre algo novo a cada esquina, algo que por vezes é intrigante e confuso de entender. Aprendi que nada é impossível e que o mundo é como a nossa imaginação… não tem limites.

E o impossível, comigo, tornou-se possível.

(…)
Harry P.O.V

Tinha medo de abrir os meus olhos. Tinha medo de continuar no mesmo lugar. Tinha medo por mim e por ela. Eu confiei nela, mesmo não fazendo ideia do que raio estava ela a fazer. Sei que a partir de agora nada será o mesmo, sei que um grande confronto virá. Eles mataram anjos dos nossos, têm que pagar pelo que fizeram, têm que sofrer na pele o que nos fizeram sofrer a nós. Eu vi raiva nos olhos da Lia, raiva e desespero. E se isto que ela tentou fazer resultar, ela é imparável.

Senti uma brisa, uma brisa forte. Ouvi pássaros a piar, ouvi as árvores a abanar. Um cheiro a eucalipto invadiu as minhas narinas. Quando finalmente abri os meus olhos, deparei-me com um cenário completamente diferente. Já não estava num beco sem saída, já não havia ninguém a tentar chegar até mim, era só eu, a Lia no meio de uma floresta.

A minha morena ainda continuava com os olhos fechados, estava a fazer uma incrível força sobre as minhas mãos, estava nervosa e com receio de ver onde estávamos. Nunca desejei que nada disto lhe acontecesse, viver neste lado é como ter um karma. “Lia.” Chamei o seu nome, tentando que ela reagisse, mas não. Ela permaneceu imóvel.

Coloquei os meus braços em torno dos seus ombros, apertando-a bem junto a mim. No início, ela nada fez e pensei que algo de muito errado se passava com ela, mas ela retribui o abraço, chorando fortemente no meu ombro. Passei a minha mão sobre os seus cabelos numa tentativa de a consolar, ela tinha que sentir que eu estava aqui para ela e que nunca mais me iria embora, nunca mais ninguém a irá tirar dos meus braços, nunca! Sempre ouvi dizer que só dá-mos o verdadeiro valor às coisas quando não as podemos ter, e é a mais pura das verdades. Tenho todo o meu mundo nos braços agora, tenho-a aqui.

“Calma… está tudo bem… não chores!” segredei-lhe.

No meio de soluços, ouvi a sua voz pronunciar. “Isto é tudo culpa minha. Elas morreram por minha causa.”

“Não!” exclamei, separando-a do meu ombro e olhando-a olhos nos olhos. “A culpa não é tua, nem penses em dizer uma coisa dessas!”

Os seus olhos estavam vermelhos, mas mesmo assim, nunca antes vira alguém tão belo como ela. Mesmo no seu pior momento, a sua beleza é incontestável. “A culpa é deles.”

“Mas elas estavam ali por mim, elas morreram para me ajudar.” Suspirou.

Passei os meus polegares pelas suas maças do rosto. “Não. Elas morreram porque ele as mandou matar. Tens de canalizar todos os teus sentimentos de frustração e de culpa nele. Eu prometo-te que justiça irá ser feita, sim?”

Ela intensificou o seu olhar, colocando as suas mãos sobre os meus braços. “Prometes?”

Deixei escapar um leve sorriso para a descontrair um pouco. “Prometo.” Afirmei.

Lia voltou a abraçar-me, não me canso de a sentir. “Tive tantas, mas tantas saudades tuas.” Murmurou num tom quase inaudível. “Amo-te tanto, mas tanto Harry. Mesmo que tu não me ames, eu não me arrependo de te amar.”

O meu coração parou de bater por alguns segundos. Ela estava aqui, tão vulnerável perante mim, admitindo o quanto me ama, o quanto precisa de mim. Estava na altura de lhe dizer, de tentar expressar todo este sentimento. “Eu também te amo.” Senti o seu corpo estremecer com as minhas palavras.

Lia P.O.V

Voltei a unir o seu corpo no meu, precisava de sentir que esta ali alguém para mim, precisava de ter um apoio, um porto seguro, algo que me fizesse sentir viva. Ele não imagina o quanto preciso dele, o quão o amo… “Tive tantas, mas tantas saudades tuas.” Disse sem pensar de uma forma tão baixa que nem sei se ele ouviu. “Amo-te tanto, mas tanto Harry. Mesmo que tu não me ames, eu não me arrependo de te amar.”

Não me arrependo. Não me arrependo do dia em que o conheci, não me arrependo de todas as lágrimas que derramei por ele, não me arrependo de me ter entregado a ele, não me arrependo dos dias de tristeza e solidão que passei. Tudo isto, tudo isto foi compensando quando as tão esperadas palavras foram formadas pela sua boca. “Eu também te amo.” Estas quatros palavras fizeram-me estremecer, era tudo o que mais queria ouvir agora. Nunca tinha dado importância a um ‘amo-te’, a sociedade tem transformado esta palavra numa coisa banal, mas a verdade é que para mim, valeu-me o dia, o ano, a vida! Mesmo que as circunstâncias não sejam as melhores, não desejaria mais nada neste mundo do que estar rodeada pelos seus fortes braços, a ouvi-lo dizer que me ama. “Eu amo-te mais a ti do que a mim mesmo.” Acrescentou fazendo o meu coração bater cada vez mais rápido, parecia que a qualquer momento ia explodir.

Queria olhar para os seus olhos cor de esperança agora, queria ver a emoção no seu rosto, assim como deve estar no meu. Separei-me novamente do meu refúgio, e olhei para mim que rapidamente me segurou pela cintura. “Eu sempre soube que sentia algo por ti, mas nunca me permiti que o dissesse. Estava numa guerra comigo mesmo, mas finalmente, eu admiti. Eu admiti o quão importante és, admiti que amo a maneira como tu és bela, como todos os teus defeitos são perfeitos, como interages com o mundo. Espero que não seja demasiado tarde para te dizer isto, mas eu amo-te e creio que dizer que te amo não é suficiente para expressar tudo o que está aqui dentro.”

Cada palavra estava lentamente a ser processada, queria recordar-me deste momento para sempre, quero morrer a ouvir estas palavras. Poderia responder e explicar-lhe o quanto isto significa para mim, mas nada melhor do que lhe mostrar isso. Sem que ele contasse, aproximei o meu rosto do seu, beijando os seus lábios carnudos de uma forma intensa. Como era de esperar, ele cooperou comigo, senti a sua língua bater no meu lábio inferior numa tentativa de pedir permissão para entrar na minha boca. Deixei, e como sempre, uma guerra iniciou-se e ele deixou-me vencer. As minhas pernas entrelaçaram-se na sua cintura, e ele agarrou o meu rabo fazendo-me gemer.

Não sei onde estou, não sei como consegui vir aqui parar, não sei o que me espera… só sei que não quero que este momento acabe nunca mais.

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Admito, adorei escrever este capítulo! Adorei mesmo!!! Nem imaginam o quão significou para mim este momento, adorava mesmo que vocês me dessem a vossa opinião sobre ele, ficaria mesmo muito contente com isso! Amo ler os vossos comentários <3

Comentem e votem ! <3

Beijinhos :*

The Key ||h.s||Onde histórias criam vida. Descubra agora