Capítulo 03 - O retorno do sangue real

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Capítulo Três

O renascer do sangue real

– Grifinórie? Isso é algum tipo de piada? Se for, você é péssima.

– Deve ser de família – Disse Rachel me ajudando a sentar em uma cadeira.

Ao me sentar, retirei a mecha de cabelo que ficava sobre meus olhos. Minhas unhas estavam sujas por ter tirado uma boa quantidade de sujeira da parede apenas arranhando-a. Minha cabeça ainda estava um pouco dolorida pelo baque da porta que Rachel ocasionou em mim ao abri-la.

Essa garota deve estar mentindo sobre ser descendentes dos Grifinórie. Nós somos uma antiga família real, ou costumávamos a ser até o final de 1764. Lembranças tristes invadiram minha mente de forma da qual eu lembrasse apenas de momento infelizes que tive ao lado das pessoas que me cercavam durante toda a vida. O tempo até podia não me afetar, mas afetava tudo ao meu redor, e isso inclua as pessoas, os títulos, tudo.

Rachel vasculhou minha bolsa e achou um florete e duas camisinhas, por um momento arregalei os olhos e corei de vergonha. Nós duas rimos e ela guardou de volta. Também achou duas lingerie digamos que um pouco impróprias.

– Muita coisa pra um serviço apenas.

– Um serviço que pode durar semanas, ou meses. – Fechei o zíper da mala. – Nunca se sabe.

Deixei meu arco em cima da cama junto às flechas. Rachel era uma pessoa amigável, deveria ter a minha idade, não literalmente. Digo na facha de dezessete ou dezenove anos.

Ao longo dos tempos minha história foi conhecida por todos que habitam e convivem dentro dos ciclos. Eles me vêm como uma mulher man9ipuladora, egoísta e assassina. Porém, por outro lado me acham uma mulher que lutou pela própria sobrevivência, pela própria vaidade.

Não me culpo por querer continuar sendo bonita e jovem para todo o sempre. Para conseguir minha imortalidade, tive que pagar um preço, sofri muito por isso, mas, isso passou de uma forma tão natural que nem tive tempo de lamentar por mais de cinquenta anos. Agora, minhas lágrimas caem por causas mais importantes do que saudade e menos sensíveis.

Rachel parecia ser o tipo de pessoa da qual não liga para o que as pessoas falam, seu cabelo verde prova isso, pois mesmo estando horrível ela não tira essas mechas horríveis.

Ajeitei as flechas de uma forma da qual eu possa organizar com mais facilidade depois.

Uma coisa em Rachel estava me incomodando, e essa coisa seria seu sobrenome. Minha linhagem começou com meus pais e acabou comigo. Não pretendo ter filhos e muito menos deixar herdeiros para herdar meu poder, não hoje pelo menos.

– Então. Rachel Grifinórie. – Disse me sentando na cadeira de forma rebelde. – Como conseguiu esse nome tão bonito se me permite dizer.

– Minha linhagem é um pouco duvidosa. – Rachel pegou um livro com pinturas bem antigas. – Aqui. Essa foi a mulher que teve um caso com o seu pai. A mulher responsável pela minha linhagem.

Quando ela pronunciou a palavra "caso" eu quis atirar em meu crânio, que provavelmente se regeneraria e expulsaria a bala do meu organismo de algum jeito, mas, não acredito que meu pai teve a audácia de trair minha mãe em plena coroação. Pela primeira vez me senti suja pela minha própria família. Se bem que estou me sentindo bem hipócrita por falar isso, eu transava com dois homens em tempos diferentes, não culpo meu pai de nada por querer se divertir um pouco.

Uma teoria veio em mente. Se meu pai era um deus do sol que amava a deusa que cuidou de mim todo esse tempo, ele pode ter transferido um pouco de seus poderes para a criança, pois ela obteve um pouco de seu DNA. A criança pode ter passado seus poderes para aproxima linhagem e para a próxima. E isso significa que... Não estou sozinha como penso, há outros de mim, uma espécie criada por bruxas, mas eu e August éramos os originais, éramos os primeiros a herdar esse poder da qual tenho posse de 100% hoje em dia. Sou única.

Pétalas em meio ao caos (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora