Capítulo Seis
Sorrir por espinhos.
– Desejo falar com Emma Fernandez.
Eu estava usando um short de cintura alta e uma regata qualquer. Eu tive uma boa noite de sono até às três horas da manhã. Senti que deixei de fazer algo que eu deveria ter feito na noite anterior, enquanto dormia eu senti o papel da ficha que peguei da escola enquanto investigava o local. Se essa ficha estava lá, é porque tinha respostas, várias delas.
O hospital estava praticamente deserto. De fonte vital naquele estabelecimento só havia eu e a atendente do balcão, ela era bem morena com cabelo negro afro. Sua cara era de impaciência, com certeza a noite não era uma das melhores para ela.
Ela preencheu uns papéis e olhou para mim.
– Lamento informar, mas essa paciente só pode ser visitada por familiares ou pelo responsável do plano de saúde.
Ri e abaixei a cabeça mordendo os lábios e erguia minha cabeça novamente olhando em seus olhos fundos sem um pingo de vontade.
– Acho que você deveria me deixar passar e ir até o quarto de Emma. – Disse batendo as unhas na mesa.
– Sinto muito, moça. Mas essa paciente está...
Agarrei seu pescoço cortando a pele de seu pescoço com as unhas, os seguranças não iriam ouvir os gritos a muitos metros de distância. Olhei friamente para ela com um sorriso no rosto e indiquei silêncio levando os dedos aos lábios.
– Preste atenção. – Apertei ainda mais seu pescoço quase perfurando sua artéria. – Eu só preciso do número do quarto e você pode voltar para a sua vidinha patética de atendente de hospital. A escolha é sua.
– Quarto: cento e quarenta e seis. – Ela estava praticamente sem voz, acho que qualquer um ficaria com a garganta sendo amaçada e com o pescoço perfurado por unhas.
– Viu? Não foi tão difícil. – Dei um sorriso amigável e irônico com os lábios. – Pena que testemunhas não podem sobreviver. – Disse rasgando seu pescoço e arrancando sua cabeça.
As câmeras não foram desativadas, porém, usei magia para mata-la. Então os humanos que verem a fita de gravação verão uma jovem de vinte e quatro anos se enforcando e furando sua artéria com as próprias unhas. Tão trágico.
Aquele lugar fedia a morte. Pelos corredores havia pacientes em fases de câncer terminais. Os gemidos que saiam dos quartos das pessoas com dores insuportáveis de doenças incuráveis era agoniante. Peguei meu espelho e arrumei o cabelo, depois passei um batom vermelho, vermelho era uma das minhas cores prediletas. E pelo visto aqui deve ter muito dela.
Cheguei à porta do quarto cento e quarenta e seis. Não posso negar que um frio na barriga ocorreu em mim. Levantei minha mão lentamente até a maçaneta, qualquer pessoa poderia estar atrás daquela porta, eu apenas estava a uma maçaneta de distância. Notei que a porta estava trancada, não conseguia abrir apenas usando força comum.
Arrombei a porta com um chute sem muito esforço, o que eu vi a minha frente foi uma cena que eu não esperava ver com meus próprios olhos. Era a cópia idêntica de Rosalie deitada em uma cama confortável, cheia de tubos e com uma agulha enfiada no braço recebendo um soro. Sua mão fazia um movimente bem estranho.
Emma era a cópia de Rosalie, mas, apresenta as mesmas características de Rosalie. Morte celular lenta; aparência jovem; organismo em perfeita saúde sem sinais de desidratação. Mas, Rosalie está a ativa, ela não poderia estar coordenando tudo isso deitada em uma cama confortável em um hospital podre como esse.
Sentei perto de sua cama e sorri.
– Você sempre foi uma vadia manipuladora. – Disse enquanto sorria. – Mas eu sempre via algo em você que me invejava, e era sua maldade que te deixava mais forte do que nunca. Mas como todos os vilões, eles perdem. – Olhei para o chão, pensativa. – Será que sou uma vilã? Alguém como você?
Ri enquanto pensava no passado, o quanto eu era ingênua e impulsiva, não pensava nas consequências ou no que os inimigos poderiam estar tramando por trás. Só pensava em cortas cabeças, quebrar pescoços e lutar contra aqueles que duvidavam da minha palavra. Eu aprimorei algo em mim que eu não tinha tanto assim. Se chama: Inteligência.
Observei um escorpião bem pequeno no chão do quarto. Fui até ele e o agarrei, impedindo com que seu rabo me fure ou me corte de algum jeito.
– Estamos no mesmo trem, Rosalie. Mas a diferença entre nós é clara. – Furei o soro com o rabo de escorpião e deixei o veneno se misturar ao soro da qual entrava direto nas veias de Rosalie. – Eu quem escolho qual dos trilhos seguir, e você só concorda com a cabeça e obedece as ordens.
Sai do quarto com um sorriso no rosto e olhei para trás de volta.
– Por fora um sorriso brilhante, mas por dentro, um coração magoado e machucado por pessoas que juraram lealdade.
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Pétalas em meio ao caos (livro 2)
Romance( SE NÃO LEU A PRIMEIRA TEMPORADA, NÃO LEIA A SEGUNDA) (2ª TEMPORADA) Eu cheguei a pensar que minha alma era destinada a ficar entre o sofrimento, e descobri que era somente a pura verdade. Obter o perdão de uma alma que já se foi não é tão fácil a...