Mês Quatro
Minhas expectativas foram quebradas desde o dia em que soube que sou a mãe sortuda que teve uma gravidez onde habitam dois bebês lindos em meu útero. Tive a oportunidade sentir seus corações batendo com quatro semanas de gravidez, meus olhos encheram de lágrimas ao lembrar que também nasci de gravidez semelhante, porém, August não está mais aqui para confirmar isso com fervura. Quero dar um futuro a esses bebês, quero que cresçam e me deem netos. Falar a palavra "netos" me faz sentir velha, o bastante para que eu imagine meu futuro.
Minha barriga estava maior, minhas mãos se encontravam na barriga onde habitavam duas crianças coma a beleza imaginável. Ao olhar pela janela percebi que o tempo estava chuvoso, meu clima favorito desde sempre. Meus traços de personalidade talvez sejam automaticamente inseridos na genética de meus filhos, ou filhas. De certo modo, seria bom se cada um tivesse traços de personalidades fortes como a minha.
Meu reinado como rainha terminou há muito tempo, mas ainda posso sentir a coroa em minha cabeça, sentindo o peso do poder que ainda há em minha coroa cheia de sangue derramado com injustiça. Os vestidos, os exércitos se foram junto com o tempo. A monarquia caiu e uma nova era começou. Os humanos cresceram junto há demônios desde aquela noite em que Rosalie foi condenada por mim, e infelizmente não permanecerá assim por muito tempo.
Meus cabelos caíam por meus ombros enquanto bebia um suco olhando com meus olhos gélidos para a chuva, levando folhas e lembranças vagas de meu passado. Ainda poderia sentir o cheiro de Lavanda que cercava a noite quase perfeita. Posso ter resolvido meu problema relacionado à imortalidade, mas o tempo é algo que nem eu posso mudar.
Meu perfume dominava o quarto enquanto meus pensamentos guerreavam com meus sentimentos que habitavam em meu peito. Blair, Ian e Rachel estavam me ajudando de todas as formas possíveis pela gravidez inesperada. Algo que não consigo entender: Duzentos e setenta anos de existência e fui engravidar novamente após Três séculos. O destino não escolhe o modo como vamos receber as coisas, ou ele joga os fatos em cima de você, e como acontece com todo mundo, você afunda em meio ao chão seco.
Blair entrou no quarto, interrompendo meu momento filosófico ao olhar pela janela e fingir estar em um clipe da Adele.
– Vai ficar olhando pela janela o dia todo? Grávidas não fazem isso. – Brincou Blair ao tirar compras das sacolas.
– E o que as grávidas fazem? Organizam festas com outras grávidas enquanto conversam sobre os bebês? Não tenho tempo para isso. – Resmunguei.
– Seria algo melhor para ocupar sua mente desocupada, por falar nisso, Dylan está como substituto em uma missão com Ian.
Posso imaginar o desastre da missão, o objetivo vai ser capturar Dylan e não o demônio em questão.
Tentei levantar-me, ainda estava dolorida ocasionadas pelas dores musculares da gravidez, de acordo com o doutor Google, as dores musculares e os enjoos são algo completamente normais nos primeiros meses de uma gravidez.
Blair me ajudou a ficar de pé, mal conseguia ficar em pé.
– Eu esperava qualquer pessoa nessa situação, menos você. – Blair pegou algumas latinhas e colocou no frigobar. – Sempre tive a imagem de uma mulher poderosa e independente, é difícil te ver desse jeito.
– É difícil de aceitar também, mas sei que quando vê-los vai valer tudo a pena. As dores, os enjoos. Espero conseguir a felicidade que tanto quero. – Olhei para a janela enquanto Blair preparava minha comida.
– Me conte a sensação quando eles nascerem, ter uma família parece algo distante para mim. – Blair pareceu estar coma voz decepcionada. – Nunca vou saber como é ter filhos, netos ou descendentes... Sou a última da família Parker.
Olhei para Blair com um olhar de pena, pois aquelas palavras atingiram meu coração como uma flecha. Sei que não foram palavras bonitas ao ponto de emocionar alguém para que derrame um rio de lágrimas.
– Por que não pode ter uma família? – Perguntei com um tom diferente, não muito triste, não muito espontâneo.
– Sou incapaz de gerar filhos, Abby. Quando escolhi a imortalidade, não reconheci os riscos e me decepcionei logo depois. O feitiço é inquebrável.
– Blair, eu sinto muito. – Aproximei-me de Blair e toquei em suas mãos. – Não acredito que pode fazer uma coisa dessas com você.
– Eu não sabia dos riscos, Abby, agora o que me resta é um mundo do qual estou agora. Com o tempo eu fui percebendo que famílias não é a coisa mais importante que uma mulher pode ter, nosso papel antigamente seria gerar herdeiros para a linhagem real nunca acabar.
– E eu quebrei a norma, pois eu não era só uma Rainha, eu era a Rainha.
– Você era algo além disso Abby. – Riu Blair. – Uma ditadora talvez?
– Talvez imperadora soe melhor. – Ri junto a Blair.
Na casa onde estávamos por enquanto parecia ser bem pacífico. Até a porta bater. Blair olhou em meus olhos e o medo tomou meu coração de uma forma completamente terrível. Algo me fazia sentir um sentimento de discórdia, algo completamente ruim ao olhar aquela porta feita de madeira. As batidas começaram a ficar mais altas, eu e Blair estávamos assustadas mesmo Blair tendo capacidades o suficiente para se defender.
A porta se destrancou sem a ajuda de ninguém para virar a maçaneta. Quando aquele feche de luz foi liberado, meus olhos se encheram de lágrimas de ódio ao ver aquela cena. Blair levou a mão à boca ao ver uma mulher com um terno azul marinho e uma saia justa que iam até os joelhos. Mas a pior coisa em todos aqueles adjetivos, seria sua face.
– Por que a surpresa, meninas?
Rosalie estava à nossa frente com um sorriso tanto amigável com um lado perverso. As mãos de Blair ficaram cheias de raios com faíscas brilhantes. Seus olhos estavam focados na mulher ruiva com um gosto muito moderno para roupas.
– Rosalie. – Repeti baixo, e alto o suficiente para que ela escutasse.
– Não intendo as expressões faciais tão assustadas, trouxe até um presente.
Rosalie pegou Joseph pela gola da camisa e jogou em nossa sala. A cópia idêntica de August estava a nossa frente, um rosto que meus olhos não queria ver de modo algum.
– Deve ser difícil ver rostos familiares, não é? – Rosalie se dirigiu até mim.
Blair atirou uma esfera de raios em sua direção, com apenas um dedo Rosalie desmanchou a esfera carregada de energia elétrica.
– Querem pular a conversa? Tudo bem, posso fazer isso por vocês.
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Pétalas em meio ao caos (livro 2)
Romantizm( SE NÃO LEU A PRIMEIRA TEMPORADA, NÃO LEIA A SEGUNDA) (2ª TEMPORADA) Eu cheguei a pensar que minha alma era destinada a ficar entre o sofrimento, e descobri que era somente a pura verdade. Obter o perdão de uma alma que já se foi não é tão fácil a...