Mês quatro - 2

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                                                                                             Mês Quatro -2

Minha mente ficara travada ao ver a pessoa que fez de minha vida um inferno bem ali, de frente ao meu tapete vermelho. Se a tranquei de baixo da terra foi por um motivo óbvio o bastante, um motivo bom o bastante para condenar uma pessoa pelo resto da vida. Minhas condições de defesas pareciam ser bem inúteis quando tenho uma responsabilidade enorme com as duas coisinhas dentro de mim. Pensar em vê-las sofrer me dói e arrepia até o último possível fio de cabelo. Os olhos de Rosalie percorriam pela casa, pelo visto sua ameaça não foi tão séria quanto esperei.

Pela primeira vez senti-me incapaz, estar atrás das costas de alguém me fez sentir um alguém sem utilidade aparente; alguém cuja responsabilidade é ficar na sombra de alguém quem se diz respeito. Seus olhos verdes fitavam-me, mas com mais foco em minha barriga. A afeição de Rosalie ficou surpresa quando seus olhos viram a barriga um pouco maior do que sempre estaria.

— Quem diria. — Rosalie deu uma risada curta e olhou em meus olhos. — A perversa Abigail Grifinórie será mãe, ou pelo menos tentar novamente. Lembra-se da sua filha? Coitadinha, nem teve tempo de ter nenhum órgão formado.

— Fazem mais de duzentos anos, Rosalie. — minha sombra e costas eram Blair, meu escudo. — Não vou me deixar atingir por palavras fracas.

— Oh, minha querida, acha mesmo que minha intenção era vir aqui e julgar sua maternidade? É óbvio que não.

— Mas é o que parece. — Blair se atreveu a dar uma palavra para Rosalie.

— A bruxa negra descendente da família Parker. Eu realmente não esperava que vivesse tanto tempo, pode me contar como é viver com a dor de matar alguém da própria família por tanto tempo? Pelo visto você e Abigail tem muito em comum.

Senti o corpo de Blair tremer de raiva, nunca a vi deste jeito desde quando convocou a espada de fogo para matar seu próprio pai. O reflexo do espelho permitia minha visão para o rosto de Blair; seus olhos azuis mudaram para vermelho por um instante, mas logo assumiram a cor azulada que tanto estava costumada.

— Problemas para controlar a raiva, Blair? A calma é a chave do poder de toda bruxa negra, se quiser ter controle total de seu poder é melhor segurar a vermelhidão nos olhos.

Estranhei as palavras usadas em uma só frase, pois Blair parecia entender o que Rosalie queria dizer.

— Tudo bem, Blair?

— Não, Abby, não está tudo bem. A cada vivido na vida de uma bruxa negra, seus poderes aumentam cada vez mais. Quanto mais velha a bruxa estiver, mais poder e controle a bruxa terá.

Meu saber sobre as bruxas era ignorante, desconhecia qualquer relação mística relacionada aos seus poderes ou de suas capacidades e limites de poder.

— Muito inteligente, Blair. Parabéns! — disse Rosalie entusiasmada com ironia. — E sabe o porquê de eu ser a bruxa mais poderosa?

— Porque você existiu antes de tudo ser criado. — Falou Rosalie descontente.

— Exatamente. Abigail teve sorte de ter me derrotado a mais duzentos anos atrás, embora a força que possuía fosse tão forte quanto a de Lisbeth. — Rosalie se aproximou, Blair canalizou energia em suas mãos e se afastou de Rosalie. — Mas não estou aqui para falar sobre o passado, e sim o presente. Para ser mais exata; o futuro destas crianças.

Peguei a espada colocada diante a lareira e apontei para o seu pescoço com magia canalizada na lamina. Seus olhos verdes brilhavam de nunca mais ver minha afeição novamente. Sentia os bebês ficando agitados somente com um pequeno movimento.

— Se encostar um dedo se quer nos meus filhos, eu acabo com o resto de imortalidade que ainda resta em você. — Encostei a espada queimando a pele de seu pescoço, parece que queimaduras não fazem efeito em Rosalie. — Posso estar grávida, mas ainda garanto minha vitória quando se trata de vencer alguém, você especificamente.

Rosalie jogou Blair na parede com um movimento extremamente rápido, tirou a espada de minha mão apenas com o poder da mente, suas mãos estavam em meu pescoço do qual ela apertava. Canalizei magia por todo o corpo causando a queimadura na mão de Rosalie.

Tentei correr, mas Rosalie me puxou-me pelo braço paralisando meu corpo com um dedo em minha testa. Meus braços, minhas pernas não moviam, apenas meus olhos.

— Nunca foi uma intenção matar essas crianças, a situação que as compromete é completamente diferente. Elas fazem parte de mais uma profecia chata que sempre decepciona nossos destinos. Não concorda? — Rosalie fez uma breve pausa. — Oh, é mesmo, não pode falar.

Rosalie colocou as suas mãos em minha barriga. Ela olhou em meus olhos profundos e disse as seguintes palavras:

— Seu primogênito será meu.

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Pétalas em meio ao caos (livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora