Prólogo
Eu corria o mais rápido possível. Ela me perseguia rápido de mais, colocava obstáculos, mas ela passava por todos eles em um simples piscar de olhos. Meu Jeans estava molhado de tanto pisar em poças de água acumuladas em um beco qualquer. Pulei pelas latas de lixos, e ela simplesmente as chutou e tentou atirar uma flecha de prata em mim, mas fui rápido o suficiente para desviar e tropeçar em mais uma lata de lixo.
Aqueles olhos azuis gelo estavam me amedrontando e despertando a covardia que morava em mim. Uma flecha foi atirada perto de mim, meu único objetivo era correr da minha morte ou aceitar minha captura eminente.
Virei à esquerda e parei em um beco sem saída, os apartamentos do lado estavam com as janelas trancadas e sem nenhuma luz acesa. Meu coração batia como um tambor, minhas mãos se fecharam formando um punho. Meus ouvidos aguçados ouviam os passos dos coturnos dela. O barulho dos saltos eram assustadores, era como gritos de morte para meus ouvidos.
Uma figura feminina surgiu vindo em minha direção, ela segurava um arco em suas mãos. Ela pegou uma flecha com bastante delicadeza e a atirou em mim. A flecha atingiu meu estômago, queimando-me internamente. A energia que a flecha continha me queimava literalmente por dentro e por fora. Era magia de uma bruxa... Não, era algo mais. Algo completamente diferente de tudo que eu tinha conhecimento.
A sensação de estar sendo queimado por dentro e por fora era completamente desagradável, a mulher com os olhos azuis riu com deboche.
- Você até que aguentou bastante julgando pela espécie.
- Não me mate, por favor.
A luz da lua iluminou o rosto da mulher. Revelando seus olhos azuis como o mar, sua pele pálida como a lua e seu cabelo castanho meio ondulado elegante. Suas vestes lembravam os assassinos das almas, os caçadores de demônios. Ela vestia uma camiseta rosa, uma jaqueta de couro preta, uma calça justa de couro preta e dois coturnos com saltos perfeitamente amarrados.
- Sinto muito, mas a sua cabeça vale um bom dinheiro. - Ela guardou o arco e pegou uma espada bem fina, parecia ser bem antiga. - Eles pagam até bem para matar um metamorfo, eu esperava uma recompensa bem baixa.
- Não precisa me matar, eu não fiz nada, não violei nenhuma lei de nenhum dos ciclos.
- Além de matar oito turistas se passando por um guarda de trânsito? Sua espécie pode se transformar em quem quiser e você escolhe um guarda de trânsito? Estou decepcionada.
- Eu preciso me alimentar para sobreviver. - Analisei suas roupas e não vi o emblema de copas. - Você não pode me matar, apenas assassinos do ciclo de copas tem esse direito.
A lamina fina obteve um brilho dourado, seus olhos de azuis passaram a ser um dourado bem reluzente.
- Não faço parte de nenhum dos quatro ciclos, trabalho sozinha.
- Uma mercenária. - Indaguei.
- Correto. - Disse ela passando seus dedos delicados na lamina fina. - é bem raro o ciclo de copas se interessar pelos meus serviços. Parece que seu comportamento tem andado bem frenético.
- Você não pode provar nada!
- Ah, por favor. Tenho vários vídeos de câmeras de estacionamento que mostram você devorando clientes de vários shoppings. - Ela me agarrou pela gola da camisa e olhou bem em meus olhos. - Acredite, estou sendo piedosa em não te mandar para Virgínia, onde o ciclo de Ouros fazem experiências genéticas com demônios. Os demônios de lá consideram a morte como um presente.
Um medo crescia em mim, não conseguia pensar ou ao menos raciocinar direito.
- Quem é você? Por que está fazendo isso?
Ela riu alto e depois enfiou sua lamina brilhante em meu coração.
- Sabe, tenho muitos nomes, mas nenhum deles você merece ter conhecimento. - Ela me soltou e pisou em minha cabeça com aqueles saltos pesados do coturno. - Já que está morrendo vou te dar essa dadiva. Meu nome é Abigail Grifinórie. - Ela pisou um pouco mais forte. - Nome estranho né? Você se acostuma.
Ela tirou seu coturno de minha cabeça, se abaixou e sussurrou em meu ouvido.
- Mande lembranças aos seus parentes. Eles morreram escutando meu nome.
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Pétalas em meio ao caos (livro 2)
Romantik( SE NÃO LEU A PRIMEIRA TEMPORADA, NÃO LEIA A SEGUNDA) (2ª TEMPORADA) Eu cheguei a pensar que minha alma era destinada a ficar entre o sofrimento, e descobri que era somente a pura verdade. Obter o perdão de uma alma que já se foi não é tão fácil a...