Entre Sonhos & Doces

CAPÍTULO 3

É hoje o grande dia! Nem acredito que vamos inaugurar a loja de doces finos. A loja se chama "Perola's Doces", dei a sugestão e a Luci adorou. Nunca pensei que quase com trinta anos eu teria meu próprio negócio. Não consigo parar de sorrir. Pareço criança quando ganha presente novo e não quer largar mais. A loja ficou linda está bem cheia, mas meu sorriso morre quando Caio chega acompanhado de outro homem que é tão lindo quanto ele, sempre achei Caio bonito e forma um casal lindo com minha amiga. Mas o amigo dele é lindo, que eu poderia muito bem brincar naquele play sem nunca me cansar.

Sempre ouvi falar que pessoas bonitas andam com pessoas feias, mas acho que não se aplica a Caio e o "amiguinho" dele. Agora entendo o desespero da minha amiga. Mas que homem é esse Brasel?! Com certeza ele é mais alto do que eu e até do que Caio e olha que o namorado da minha amiga, tem nada menos do que 1,85 de altura. Puta merda! E aquela boca! Feita pra ser beijada e os olhos, meu deus! Que olhos são aqueles?! Preciso sair daqui, se não é capaz da Luci dizer que virei casaca. Mas quando me viro dou de cara com ela.

— Acho que alguém estava fugindo. Você prometeu Ester Laura! — diz Luci quase choramingando.

— Você não disse que o Caio tinha amigos tão bonitos assim Luci. Eu não vou puxar assunto com ele. Tá maluca?! — falo num fio de voz.

— Qualquer um que não seja o Caio é menos bonito em minha opinião. — Ela diz num tom apaixonado., que não é o momento.

— A máxima de que "o amor é cego, surdo e mudo" acaba de se concretizar para mim. Puts grilla! Vai dizer que você não acha aquele amigo do Caio só um pouco gostoso, e aquela boca, os olhos, e aquele corpo? Minha nossa! \acho que vou precisar de 2 semanas de folga para me recuperar daquela avalanche de beleza!

Sabe quando você tem a sensação de que não deveria ter dito certas coisas? Pois é, esse é o momento e Luci está com aquela cara de quem viu fantasma, queria que o chão se abrisse neste exato momento, pois sabia que tinha alguém atrás de mim e foi quando ele falou com aquela voz grossa.

— Minha mãe sempre diz tudo isso, mas ouvir outra pessoa falando e ainda mais uma mulher é muito melhor! - ele solta uma gargalhada gostoso, que me faz arrepiar todinha.

Pensei na mesma hora "que convencido" o que tinha de bonito tinha de esnobe e convencido. Virei com tudo, armada até os dentes. Estava bom demais para ser verdade.

— Pena não poder dizer o mesmo do seu balão de ego que está nas alturas. — disse já saindo.

— Mas prefiro a primeira opinião, é melhor e tem mais a ver comigo. Confesso que ninguém nunca prestou atenção nesses detalhes que você disse. _ ele dá um sorriso meio de lado e fico vidrada naquela boca — Mas até que você tem razão! — me viro para Luci.

— Sabe aquilo que me pediu? Esquece, pois não farei de forma alguma. E Caio, por favor, mantenha seu amigo longe de mim e da minha amiga! Preciso verificar algumas coisas, com licença. — saio em disparada para a cozinha.

Minha lealdade a Luci é grande, mas tenho o meu limite. Fora que ele me intimidou e eu fiquei sem palavras, meu cérebro parecia que tinha bugado, fora o calor que senti sem explicação. Mas o pior é a vergonha do que eu havia dito, ainda bem que não tenho o costume de sair com eles. No máximo cinema e mesmo assim faz séculos que não fazemos isso. Cansei de segurar vela deles. Prefiro fazer meus programas sozinha.

— Vai ficar aqui escondida de mim? — E quando penso que não pode piorar...

— Mas você se acha mesmo o último biscoito do pacote, não é? Quem deu permissão para você entrar aqui? Convidado é lá fora! — ele me olha nos meus olhos e mais parece uma eternidade.

— Eu me perdi! Desculpe! — Ele fala com um sorriso sínico na boca — que boca meu deus, minha mente viaja com o que ele poderia fazer com ela em outras partes do meu corpo, Affmaria! Olha eu viajando! Concentra garota, concentra.

— Então como eu estava dizendo antes de você ficar me imaginando sem roupa...

— Eu disse em voz alta! — Coloco a mão na boca e ele ri e percebo que ele jogou verde e colheu maduro.

— Você não disse nada, mas é que eu pensei a mesma coisa! — sério isso? affmaria! — Acho realmente que não tivemos um bom começo. Prazer sou o... — o interrompo.

— Eu sei quem você é! Dispenso as apresentações, você pode se retirar, por favor? Aqui é somente para funcionários e ao que me consta você não é um. Então por favor, volte por aonde veio.

Viro—me para pegar alguns doces para servir e ainda sinto a presença dele e do seu perfume por uns segundos, mas depois ele vai embora. E Luci entra em seguida.

— O que vocês conversaram que deixou o Hugo puto da vida? Acho que ele foi até embora. Obrigada amiga! Fico te devendo essa!

— Luci, eu adoro você mais do que tudo nesse mundo, e você sabe disso. Mas de agora em diante não quero mais ser envolvida nos seus rolos com o Caio e seus amigos. Você vai resolver sozinha, ouviu bem?! — ela me olha com cara de espanto.

— Você nunca falou assim comigo. Nunca deu uma opinião sobre meu namoro com o Caio. E nunca te vi ficar tão alterada por causa de homem nenhum Esla. — Ela me olha um pouco receosa e com razão.

— Estou cansada dessas suas implicâncias com os amigos do Caio, você só reclama, nunca vi você aceitar qualquer convite dele para realmente socializar. Só sabe falar mal. E agora eu tenho raiva do cara mais lindo e arrogante que eu já conheci e nem sei realmente por que Luci. Eu vou ver como estão as coisas lá fora. Falamos disso outra hora.

Deixo Luci na cozinha, sem saber o que dizer e vou para a recepção da loja que está a todo vapor.
Quando chego não vejo mais Hugo, melhor assim. Evito a Luci o resto do tempo. A inauguração foi muito boa, com várias degustações e muitas pessoas comprando nossos doces, se vendermos pelo menos metade do que vendemos hoje, ficaremos sempre no azul. Termino de colocar a última cadeira para cima quando vejo Caio se aproximando.

— Esla! Estamos indo, quer carona? — Caio quem vem dizer que Luci está indo embora.

— Obrigada, mas ainda tenho algumas coisas para ajeitar para amanhã. E depois eu peço um carro pelo App no celular.

— Olha eu não gosto de ver vocês duas brigando e ainda mais quando eu sou o causador de tudo. Eu admito que trouxe o Hugo em partes para implicar com a Luci, mas também foi porque ele insistiu muito depois que ele viu o convite lá em casa. Não sei por que ele insistiu tanto juro! — olho pra ele e me dou por vencida e vou fazer as pazes com Luci.

— Hey! Desculpa por explodir com você Luci. Acho que a inauguração e o medo das coisas saírem erradas me deixou pilhada, e nem sei por que fiquei tão nervosa assim?

— Tudo bem Esla! Você realmente tem razão em algumas coisas. Eu não deveria ter envolvido você nas minhas confusões com o Caio. — e nos abraçamos

— Que bom! Aceita nossa carona agora?

Caio pergunta e eu nego de novo, realmente tenho coisas a organizar. E queria ficar sozinha com os meus pensamentos na cozinha. É nesses momentos que crio os meus doces.

— Não Caio! Realmente tenho algumas coisas para fazer ainda. Aviso assim que chegar em casa, ok?! — ele me olha e depois para Luci e desiste — Eu vou ficar bem, podem ir tranquilos.

— Então liga mesmo Esla, se não vamos até a sua casa para ver se chegou bem. — Caio é sempre um amor.

— Ok! Vou ligar quando sair daqui, quando pegar o carro e quando entrar em casa. Está bem assim?! — Caio e Luci riem e responde em uníssono.

— Sim! Está ótimo! — e todos rimos.

Deixo muita coisa preparada para o dia seguinte e quando vejo está tarde, fecho tudo e saio à procura de um táxi para me deixar no terminal de ônibus pelo menos. Poderia pedir um Uber, mas meu cartão de credito está cheio. E do nada sinto que alguém me segue e quando viro grito de susto e quase caio no chão...