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Eu sei que tudo está desmoronando na minha frente e não posso fazer nada, não é como nos filmes que tudo fica mal e logo depois vem um príncipe encantado e tudo se resolve. As coisas ultimamente está indo de mal à pior, é um peso muito grande sob minhas costas pequenas para carregar. A vida não é um mar de rosas, mas para mim parece que as pétalas bonitas nunca chegam a minha pessoa, é como se eu atrair todos os espinhoso mais afiados que cortam a minha pele com força porém com lenteza para prolongar a dor.

As lágrimas queimam na minha pele, os meus olhos ardem, minha cabeça dói tanto que parece que vai explodir, contorço as minhas mãos em cima do meu colo, minha respiração está entre cortada e soluços altos escapam da minha boca. Por que ela fez isso? Da onde saiu toda aquela força? Minha pele está marcada de cinto e hematomas estão espalhados pelo meu corpo.

"Abra essa porta já!" Sua voz carregada de ódio grita através da madeira grossa. Me encolho mais. "Alicia!" Grita. Levanto lentamente para não piorar as dores do meu corpo. Abro a porta, ela entra feito um furacão. "Será que você não aprende!" Começa a gritar. "Quantas vezes eu já falei que não quero essa porta trancada!" Apenas aceno com a cabeça baixa.

Não quero piorar a minha situação, hoje foi a pior surra que eu já levei, eu só quero deitar fechar os olhos e nunca mais voltar a abri-los. A minha única pergunta para tudo isso é: Qual foi o motivo para ela ter me agredido?

Ligo a água do chuveiro e espero que aqueça, dispo o meu pijama e entro embaixo do jato quente d' água. Depois de lavar meus cabelos e pele desligo a água e enrolo uma toalha branca em volta do meu corpo e uma da mesma cor em meu cabelo, depois de seca ponho uma calça jeans clara e uma blusa listrada, coloco um tênis da adidas em meus pés e respiro fundo antes de encarar meu reflexo; meus olhos continuam vermelhos assim como minhas bochechas e nariz assumiram um tom avermelhado, apenas penteio meus cabelos e desço para tomar o café da manha. Mary está sentada com cara de poucos amigos. Sento em silêncio e beberico o chá de hortelã.

"Coma." Seu tom de voz é duro e não questiono, pego uma bolacha e mordo-a. "Depois que você sair da escola venha para casa. Hoje eu irei te levar a consulta." Aceno com a boca cheia, além de eu ter de voltar à ir na psicóloga Mary vai me acompanha.
Meu dia não poderia ficar melhor!

Termino meu chá e saio da mesa murmurando um com licença, subo de volta ao meu quarto e escovo meus dentes, pego minha mochila e vou para escola.

"Bom dia" Harry aparece do lado da minha mesa sorrindo. Que tipo de pessoa está alegre a essa hora da manhã? Ainda mais em uma sala de aula.

"Olá" Respondo cabisbaixa, seu sorriso desaparece e ele puxa uma carteira se sentando ao meu lado.

"Você está bem?" Pergunta me encarando. Odeio que fiquem me olhando.

"Sim" Respondo.

"Não parece, aconteceu alguma coisa?" Sua voz e expressão demonstram preocupação.

"Não"

"Tem certeza? Você parece mal, parece que não dormiu a noite inteira" Rio sem humor do que ele disse.

"Talvez seja só falta de sono mesmo" O professor de física entra na sala e ataca lições e trabalhos.

"O trabalho para o próximo mês será feito em grupo, cada grupo terá um tema para pesquisar, então, sejam rápidos na escolha dos grupos." O professor diz e se senta, a sala começa em burburinhos para discutirem quais serão seus parceiros.

"É... vamos fazer juntos" Harry fala descontraído.

"Vamos?" Pergunto.

"Claro!" Diz anotando nossos nomes em um papel. Depois que a sala está quieta e os grupos formados o professor passa os temas.

* * *

O sinal soa para o intervalo, eu e Harry saímos juntos.

"Alicia" Alguém me chama, ambos viramos juntos para encarar Rob. Um dos babacas que bateram em Harry.

"O que você quer?" Minha voz soa baixa e não autoritária como queria.

"Calma, só vim dizer para tomar cuidado!"

"Cuidado?" Pergunto sem entender.

"Claro, aliais você vai fazer o trabalho com a criação dê viados. Quem sabe essa doença não é contagiosa!" Ele zomba com um sorriso nos lábios. Sem que eu responda a idiotice que ele acabou de dizer, Harry dá um soco na boca dele. De primeiro fico sem reação, mas assim que vejo os colegas dele vindo trato de puxar Harry pelo braço.

"Para" Digo o puxando. Ele é magro mas é bem fortinho. "Harry para, não compensa fazer isso!" Ele cambaleia para trás bufando e se solta do meu aperto, sai andando com raiva me deixando sozinha.

"Vocês são uns babacas, deixem ele em paz!" Digo isso saio andando atrás dele. "Hey espera!" Grito, ele para e se encosta na parede. "Não liga pra eles são apenas idiotas sem nada para fazer."

"Eu sei, só me irrita!"

"É, bem pelo menos você deu um soco nele e saio ileso"

"Do jeito que eu sempre sonhei" Ele zomba, o cutuco com o cotovelo sorrindo. Passamos o intervalo na biblioteca falando de coisas aleatórias e o resto das aulas qualquer pessoa pode imaginar, foram uma chatice.

"Você vai lá hoje fazer a pesquisa?" Harry pergunta enquanto caminhamos para fora da escola.

"Não dá, tenho um compromisso" Mordo o lábio inferior e avisto o carro me esperando.

"Qual?" Pergunta como se fosse assunto dele. Garoto intrometido.

"Não é da sua conta" Olho para ele sorrindo para não parecer tão rude. "Pode ser amanhã depois do almoço?" Pergunto.

"Ok" Ele responde, nos despedimos e sigo para o carro.

Almoço e fico esperando minha avó na sala.

"Vamos!" Ela diz e se retira, a sigo e entro no carro no banco do passageiro. Nenhuma de nós diz alguma coisa durante a longa viagem até o consultório. O tempo nem o tráfego estão ao nosso favor então demoramos mais que o esperado. "Olá, tenho uma consulta marcada com a Dra. Cláudia no nome de Alicia Lylcon" Mary diz a recepcionista que digita algo no computador e logo depois libera minha entrada para a sala da doutora que me acompanha desde a morte da minha mãe. Para minha surpresa Mary me segue até a sala e entra na mesma sem bater na porta. À educação dessa pessoa realmente é admirável.

"Sra. Lylcon, é um prazer revela" Dra. Claudia cumprimenta minha avó com dois beijos e me abraça. "Como esta pequena?" Apenas aceno e retribuo o abraço.

"Claudia eu sabia que não deveria ter parado com o tratamento mas o avô dela é cabeça dura." Ela suspira e continua seu trágico discurso. "Agora a mocinha resolveu voltar a se cortar." Ela cruza os braços e ambas olham na minha direção, simplesmente abaixo minha cabeça encarando meus pés.

"Han senhora Lylcon eu gostaria de ter a consulta com a Alicia em particular se a Sra. não se importar!" Ela diz se sentando na cadeira em frente ao sofazinho. Mary não sabe onde enfiar a cara e quero rir da sua expressão quando assente e sai da sala. Me sento no sofá e encaro a minha psicóloga de longa data. Ela deve estar em seus trinta e dois anos de idade e não mudou nada. Tenho consulta com ela a dez anos e posso afirmar que ela é linda. Seu cabelo preto cacheado agora maior bate na cintura, sua pele negra e macia não entregam sua idade, uma maquiagem leve contrasta com os olhos escuros. "Então mocinha, o que te levou a fazer isso?"

Nesse momento vejo uma amiga que conhece a minha história, sabe como e o que eu sou e não me julga, mas sei que esse é o seu trabalho. Abraço meus joelhos e choro.

"Eu sinto falta deles!" Digo entre soluços enquanto desabo. Dra. Claudia vem até mim e me abraça.

"Calma pequena!" Ela passa as mãos nas minhas costas e beija o topo da minha cabeça. Um pouco de carinho, talvez seja isso que eu precisava.

*

PREPAREM OS CORAÇÕES PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO PORQUE PROMETE

Why Alicia? | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora