"Precisamos conversar mocinha!" A voz do vovô soa grossa e autoritária me deixando estática.
"Tudo bem!" Minha voz soa baixa e todos os olhares da sala estão em mim. "Aconteceu algo?"
"Seus primos vão passar o resto da semana aqui!" Ainda não entendo o que está acontecendo mas só de saber que irei de ter de aturar Carol já me sinto exausta.
"Tudo bem!" Murmuro. Eu só quero ir pro meu quarto.
"Só que dessa vez sem festas!" A voz grossa e rouca do meu avô soa autoritária, o mesmo se levanta e vem até mim. "Vamos conversar a sós!" Ele começa a subir as escadas, fecha a porta do meu quarto e respira fundo. "Onde você estava?"
"Eu estava com o Harry, te mandei mensagem avisando que demoraria um pouco a chegar." Brinco com as minhas unhas para tentar aliviar um pico da tensão que está no meu corpo. Ele não irá me bater não é mesmo?
"Por acaso é esse o delinquente de quem ouvir falar a tarde inteira?"
"O que?" Eu sabia que minha prima aqui não poderia causar coisas boas.
"Alicia esse garoto não presta, ele só vai te iludir igual fez a sua prima. Ela me contou sobre ele!"
"Vô você vai mesmo acreditar nela? Eles não tiveram nada juntos, só está fazendo isso por que é uma invejosa!" Cruzo os braços e faço bico. Depois de convencê-lo de que Harry não é má pessoa voltamos a descer. Mary não parece feliz e assim que me sento, sua voz irritante preenche o espaço.
"Vou te dar uma chance, se escolher ficar com esse rapaz pode sair da minha casa!" Todos ficam de boca aberta inclusive eu, cadê a mulher de uma semana atrás? Eu não posso escolher entre Harry e isso. É como se eu estivesse com uma corda no pescoço pronta para me enforcar se der a resposta errada. Fico em total silêncio.
De todas as coisas que eu poderia pensar essa seria a última, ele está partindo, mais uma pessoa está me abandonando. Me sinto sozinha a dor no meu peito faz com que me sinta dormente, sem forças ou coragem para dizer qualquer palavra que for.
As lágrimas mornas que escorrem pelas minhas bochechas mostram um pouco da dor que estou sentindo psicologicamente. Tudo isso é novo pra mim. A dor no peito angustiante, a dor de estar perdendo alguém que em pouco tempo se tornou meu tudo, meu refúgio dessa vida caótica que é a minha. E eu nem falei nada, mas só o pensamento de que posso perdê-lo dói na alma.
"Alicia?" Ouço a voz de alguém ao fundo. Então me lembro de que ainda estou no centro da sala processando as palavras que me foram ditas. Eu não vou ficar longe dele. Hoje à tarde mesmo estávamos ótimos, por que não poderia acabar o dia que nem começamos.
"Você me disse que queria ser melhor para mim e agora está fazendo isso? Engraçado, isso é mesmo a sua cara!" Minha voz falha no final. Mary prende o maxilar engolindo em seco.
"Ele não é bom para você meu anjo!"
"Não me chama assim!" Acabo me exaltando e grito. "Você pelo menos o conhece? Não, aposto que não! Porque para você é muito fácil julgar as pessoas sem realmente conhecê-las."
"Ok, já basta vocês duas." Vovô interfere e fica entre nós. "Vamos conhecê-lo, amanhã no jantar tudo bem?" Pergunta cauteloso. Afirmo com a cabeça e Mary faz o mesmo, sigo em direção ao meu quarto e me tranco lá até a hora do jantar. Era só o que me faltava aquela diaba resolveu fazer um inferno na minha vida.
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Why Alicia? | H.S.
Fanfiction"O que eu quero? Eu quero ser feliz por um momento sem que me julguem, eu quero poder ser eu mesma e não levar uma surra por isso. Eu quero crescer, ser quem eu quiser ser sem limitações. Quero poder escrever histórias que mesmo não fazendo sentindo...