Sabes quando acha que está tudo bem então tudo desmorona? Minha vida tem andado assim, em um piscar de olhos tudo muda. Fazem exatamente dois meses que Harry foi embora. Não sei o que eu faço nem sei como me sinto, ele faz mais falta do que pode imaginar. Estamos quase em outubro, temos conversado pouco. Ele quase não fala ou não tem tempo mas quando nos falamos por Skype passo a noite inteira acordada. Ele me apresentou sua nova amiga, April, não vou mentir, sinto um pouco de inveja dela aliais ela está lá com ele e eu não.
"Alicia vem almoçar!" Arlete chama e me destranco do meu quarto. Ultimamente é só o que tenho feito, desço calmamente, contando degrau por degrau. Mary está trabalhando o que me dá uma dor de cabeça a menos. Harry provavelmente está ocupado pois não atende minha ligação. Como arroz, batata e carne, não tenho muita fome ultimamente. Fiz alguns planos que futuramente espero concretizar, nada demais só alguns cursos que me ajudaram a assumir a frente das empresas Lylcon. Vovó tem falado que está orgulhosa de mim mas por incrível que pareça não estou animada com o que Mary me diz.
A escola tem sido a mesma chatice de sempre um pouco pior agora sem Harry, Sophia faz piadas sem graça nenhuma para me provocar, a maioria das vezes tenho vontade de lhe mandar ir a merda, garota irritante!
Quero sair, me libertar de tudo o que me rodeia. Troco de roupa pondo uma mais quente e saio de casa. O caminho até a casa de vovô é curto como sempre, subo pelas escadas e bato na porta quando chego ao seu andar. Depois de alguns segundos ele abre, tem uma expressão cansada, os cabelos grisalhos parecem que encurtaram em sua cabeça, ele sorri e dá espaço para que eu entre.
"Você está bem?" Pergunta preocupado. Dou um beijo na sua bochecha e me estiro no sofá.
"Sim!" Pego o controle mas não ligo a televisão. Nada faz sentido.
"Dessa vez não errou de porta não é?" Seu tom é brincalhão porém não vejo nenhuma graça. Nego murmurando. A última vez que vim aqui tive que ir a porta da antiga casa de Harry. Ninguém atendeu!
Me senti mal, chorei a noite inteira e liguei para ele obviamente não lhe contei o que havia feito mais cedo.
"Tem ido às consultas com a Dra... Ãn"
"Claudia!" Digo o nome que ele não se lembra. "Sim tenho, acho que melhorei outra vez!" Dou de ombros.
"Comprei um bolo você quer?" Nego, ele se senta ao meu lado e me abraça. "Olha minha neta, eu sei que ele lhe faz falta mas, você tem que seguir em frente. Você não pode parar tudo e voltar a ser como você ficou antes. Isso não é certo Alicia." Suspiro, deito a cabeça no seu peito e durmo um pouco. É bom estar aqui.
* * *
Acordo com Mary me ligando pedindo para que eu vá para casa, assim o faço. Me despeço do meu avô e saio em passos lentos para meu lar doce lar. Mary está sossegada, tem trabalhado mais segundo a ela ninguém merece ficar em casa olhando minha cara deprimida. Não ligo!
Espero a banheira encher e tomo um banho relaxante, o que está acontecendo comigo? Não sei, só sinto muita falta das pessoas que mais preciso. Primeiro minha mãe, depois meu pai e agora meu namorado. Acho que todos estão destinados a me deixar.
Que melancolia
Quando vou me deitar estou chorando outra vez. Obrigada Harry! Penso com um pouco de raiva por ele não estar aqui. A tela de meu celular brilha com uma foto e o nome dele.
Oi -suspiro, é bom ouvir sua voz. Como você está?
Estou indo, o que tem feito? -pergunto não tão animada quanto gostaria.
Nada demais, ainda estou me acostumando com o lugar, aqui é calmo demais! -rio, Harry está parecendo um gatinho preso.
E você elétrico demais, tenta achar algo que você goste, quem sabe assim não fique tão entediado.
Sim, sim, por que você está com essa voz chorosa? -pergunta mais cedo do que eu imaginaria que podia perguntar me surpreendendo.
Nada demais, só estou cansada e com muitas saudades.
Eu também amor, espero conseguir viajar para aí o mais rápido possível! -ele se empolga e sorrio. Eu também quero que ele volte o mais rápido possível.
E April, como está? A gente tem trocado algumas mensagens -pergunto por ela, me parece ser uma pessoa legal.
Está bem, ela me contou, acho legal isso. Ela às vezes me deixa louco, me fez comprar uma caixa de chocolates e te enviar mas achei que ia estragar no caminho então Beatriz e eu comemos. Desculpa! -solto uma gargalhada, espero que eles tenham gostado.
Tudo bem amor, mas vou querer uma caixa pra mim entendeu?
Claro, vou te dar mais que uma caixa de bombons. -minhas bochechas aquecem com o seu tom de voz e mordo o lábio. Sinto falta dessa safadeza toda dele.
Passamos umas boas duas horas conversando. Ele me contou que está terminando o estudo assim como eu e que provavelmente no final de ano volta para Califórnia. Assim espero.
* * *
No sábado de manhã resolvo que é uma boa ideia ir a praia. Coloco um biquíni preto é uma saia curta. Ando pela areia sentindo minha pele quente por causa do sol. Polly anda ao meu lado contando novidades de sua vida. Não tenho nenhuma.
Ela vai comprar sorvete e me deixa sozinha, encontro uma menina sentada na areia sozinha, me sento próximo a ela. Isso é estranho.
Ela parece ter a minha idade, seus cabelos longos batem em seu quadril, o corpo pequeno e magro a pele muito branca contrastando com o cabelo e olhos escuros. Ela usa óculos de grau que a deixam ainda mais bonita.
"Olá." Ela murmura me olhando. Acho que estava a encarando por muito tempo.
"Ei" dou um pequeno sorriso, Polly chega com o sorvete quase derretido e chama a garota para ficar com a gente. Ela tem mesmo a minha idade, seu nome é Pietra e está passeando sozinha pela Califórnia.
Pelo pouco que conversamos ela me parece ser uma boa pessoa, simpática e calma. Uma amizade que não estava planejada nem mesmo pelo destino!
*
Me desculpem estar pequeno. Espero que tenham gostado. Ja já sai o próximo capítulo, ainda essa semana espero!
Bjs.
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Why Alicia? | H.S.
Fanfiction"O que eu quero? Eu quero ser feliz por um momento sem que me julguem, eu quero poder ser eu mesma e não levar uma surra por isso. Eu quero crescer, ser quem eu quiser ser sem limitações. Quero poder escrever histórias que mesmo não fazendo sentindo...