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Quando chegamos em Santa Monica meu coração quase para. As lembranças dos meus pais veem átona na minha mente e não sei se o que vai vim a seguir é bom ou ruim. Mary sabe bem como me atingir e enfraquecer cada parte de mim e tenho medo disso.

O tempo em Santa Monica é como previsto, o clima ensolarado, pessoas andando de loja em loja, nos bons restaurantes, andando de patins no calçadão da praia enfim, todos se divertindo e eu dentro de um carro com uma velha chata.

Depois que almoçamos fomos a Third Street Promenade, as variedades de lojas, livrarias e restaurantes nas três quadras me deixam quase louca. Lembro quando papai me trouxe aqui pela primeira vez, tinha onze anos, era de noite e artistas faziam apresentações de teatro, danças e músicas ao ar livre. Mary e eu fazemos compras e depois fomos ao hotel em que nos hospedamos. Quase as três da tarde vamos à praia aproveitar mais um pouco em Santa Monica.

-como estão as coisas? -Harry.

-estão indo bem até agora, quero ver onde toda essa bondade vai dar :( -alicia.

Guardo o celular no bolso da saia preta, e continuo caminhando perto da minha avó e da sua irmã. Elas conversam sobre algo desnecessário e me preocupo em ajeitar os óculos escuros que estou usando, faço um coque no meu cabelo e sento na areia, tiro minha camisa branca e fico apenas de biquíni e saia. Mary está com um vestido leve branco e dou graças a Deus por ela não ser o tipo de pessoa que se expõe ao ridículo. Casais e amigos passam na minha frente me fazendo se sentir mal pelo fato de estar sozinha com duas velhas chatas. Queria que o Harry estivesse aqui!

"Alicia, vamos!" Depois de um tempo Mary me chama indo até o carro, vamos ao hotel onde deixamos nossas compras e vamos para casa de sua irmã em São Francisco. No tempo da viagem de carro aproveito para dormir um pouco. Está anoitecendo, e a cidade fica cada vez mais linda. Eu amo a Califórnia.

• • •

Acordo com Mary me chamando para podermos sair já é dez horas e tenho pouco tempo para me arrumar. Tomo um cafe rápido e me apresso toda para sairmos apenas quando a sobrinha de Mary ficar pronta o que foi ocorrer depois do almoço. Polly é uma garota de dezenove anos que se tornou mãe a um ano atrás, ela parece sempre feliz apesar de demorar duas horas pra se arrumar é uma pessoa legal.

"Sabe Alicia você deveria se comunicar mais, desde que seu pai se foi você se fechou para o mundo!" Polly me diz enquanto caminhamos lado a lado, e sua mãe carrega seu filho.

"Eu não sei lidar bem com as pessoas!" Digo sem dá muita importância.

"Você é uma garota inteligente é linda, pode conseguir bem mais do que pensa!" Ela passa  o braço pelos meus ombros, sorrimos uma para outra.

"Eu digo isso sempre a ela, mas me escuta?" Mary se pronuncia atrás de nós e reviro os olhos. A bichinha não fica nem vermelha enquanto mente.

"Antes de ser mãe, eu era uma peste sério! Vivia fazendo coisa errada o tanto que meu filho foi gerado de um desses erros. Mas você não é assim, e nem estou falando para você começar a cometer loucuras. Apenas viva." Enquanto ela fala fica olhando para o céu o que é muito estranho. Mas não digo nada apenas aceno querendo dizer que entendi.

As pessoas devem achar que eu sou alguma tapada, bem... eu sou mas não precisam ficar me dizendo coisas encorajadora todas as vezes que me veem.

Passeamos de Cable car; que são os charmosos bondinho que percorrem pelos principais pontos turísticos da cidade. São Francisco é uma cidade jovem apesar da aparência mais velha. A voz do vovô faz soar na minha cabeça dizendo sobre o verão do amor de 1967, que suas ruas balançaram ao som de acordes psicodélicos das guitarras hippies. E contando quando as ruas foram enfeitadas com bandeiras coloridas para apoiar o movimento pelo orgulho gay nas décadas de 70 e 80. Depois de uma hora e meia estamos na Ilha de Alcatraz. O passeio dura cerca de uma hora e quando acaba estou exausta, aclamando por uma cama e fones de ouvido. Na verdade estou amando esse fim de semana mas não ligaria em estar com meus fones de ouvido escutando uma boa música para acompanhar esse dia. Mas fui trouxa e esqueci em casa.

"Linda coloca uma roupa confortável que vamos para Yosemite!" Polly grita entusiasmada e rio. Coloco uma calça jeans justa e uma camiseta azul marinho que vai até meus cotovelos, faço uma trança espinha de peixe no meu cabelo e uma malinha pequena. Um converse preto nos meus pés e estou pronta.

Yosemite fica a três horas de São Francisco, nesse tempo tenho que criar coragem para falar à Mary sobre Harry e seja lá o que temos.

"Então Alicia, como vai os amores?" Polly pergunta tentando fazer uma careta de safada que falha miseravelmente.

Parece aquelas tias chatas que ficam querendo saber da nossa vida para depois fazerem fofoquinhas.

"Não tenho 'amores'" Digo sarcasticamente.

"Então é um só?" Não consigo evitar em não pensar nele, eu não sei o que sinto por ele mas sei que isso não pode ser considerável amor. "Demorou muito pra responder!" Ela praticamente grita no meu ouvido "Então quem é?" Levanta as sobrancelhas esperançosas.

"Espero que não seja aquele garoto!" Engulo em seco quando Mary diz. Esta se referindo a Harry e ao dia da festa.

"É uma pena pois é ele mesmo!" Por um ato de impulso ou burrice mesmo falo alto demais que dá para todos dentro do carro ouvirem. Um coro de awn se forma pelas mulheres do mesmo e tapo meu rosto. Tô fudida!

"Depois conversamos!" Mary diz e vira para frente no banco do passageiro. Nanci (irmã de Mary) coloca uma música para descontrair o clima que se instalou. Logo reconheço a música que está na rádio do automóvel.

Todas cantam junto a música, e gravo esse momento épico com a minha família.

"Será que podemos conversar?" Minha avó pergunta enquanto estamos vendo as vistas magníficas de Yosemite, não me surpreende a Califórnia ter sido o primeiro lugar do mundo até um parque nacional e ter uma lei de mais de 152 anos que protege o parque.

"O que foi? Se for por causa daquilo que eu disse no carro n-" já começo a me defender antes que ela fale alguma coisa mas a mesma me interrompe.

"Não, não eu quero saber de você! Quais são os seus sonhos, o que você quer?" Me engasgo e não sei o que dizer.

"O que eu quero? Eu quero ser feliz por um momento sem que me julguem, eu quero poder ser eu mesma e não levar uma surra por isso. Por quê vovó, isso é o que eu não tenho sido nos últimos tempos! Você me limitou de muita coisa, você é o tipo de pessoa que me dá medo." Suspiro.

"Eu não queria ser assim." Ela passa a mão pelo rosto e fica quieta. Então resolvo terminar de responder suas perguntas.

"Eu quero crescer, ser quem eu quiser ser sem limitações. Quero ser uma grande estilista e ser reconhecida pelo meu trabalho e não pelos meus pais terem sido grandes embaixadores da moda, eu quero continuar com o conglomerado dos meus pais e fazer crescer ainda mais, porém também quero construir algo meu. Quero poder escrever histórias que mesmo não fazendo sentindo para uma boa parte das pessoas, sejam significativas para quem está lendo. Quero poder ajudar as pessoas de alguma forma, quero fazer alguém sorrir sem esperar nada em troca. Porque foi isso que me ensinaram, dinheiro é bom, mas não é tudo na vida de uma pessoa."

*

MEU POVO E MINHA POVA EU VOLTEI.

O QUE ESTÃO ACHANDO DA HISTÓRIA?

E DO CAPÍTULO? O QUE ACHARAM?

O QUE VOCÊS TÊM A DIZER SOBRE MARY LYLCON? UMA DICA: VAI SURPREENDER MUITO DE VOCÊS

Love all.

Why Alicia? | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora