CAPÍTULO 21

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LESLIE

Meu celular tocava repetidas vezes mostrando o nome de Logan, eu não iria atendê-lo. Aquele era o meu momento com Peter. Ele me pediu pra esquecer do mundo e de tudo, ele me pediu pra ficar com ele o resto do dia e eu iria fazer isso.

—Não vai atender? Pode ser importante. –a voz fraca de Peter, quase inaudível, me disse quando desliguei o celular.

—Não é importante. Eu sou só sua hoje Peter Hunter, hoje somos só eu e você. –sorri pra ele, que sorria também. Ele estava contente por estar ali.

—Que bom, Leslie Collins. –Peter respirou com dificuldade e me olhou. Seu sorriso não estava mais lá.

—O que foi? Está com dor? –eu ia parar o carro para vê-lo mas ele balançou a cabeça me pedindo para continuar.

—Precisamos chegar lá, não pare. –eu conhecia aquele caminho. Estávamos indo para o enorme monte verde onde ele havia me levado quando nos conhecemos.

—Você está me levando para o monte, não está? –eu rapidamente desviei meu olhar pra ele, foi quando pude ver seu olhar. Ele estava diferente. Seu celular estava em suas mãos, que pareciam digitar algo —Peter, o que foi?

—Não pergunte nada, só dirija. Precisamos chegar lá. –eu assenti e dirigi para o lugar.

Alguma coisa estava errada, eu não sabia o que era. Peter estava sentindo dor, isso eu tinha certeza. Com meu celular desligado, eu não iria mais pensar em Logan e muito menos naquele beijo. Eu não podia pensar naquele beijo. Aquilo foi tão... Ai droga, eu estou pensando no beijo. Minhas mãos se agarraram no volante com tanta força que eu me assustei. Respirei fundo e continuei dirigindo. Assim que chegamos, desci do carro e caminhei até o outro lado. Peter estava sorrindo enquanto me olhava.

—Que sorriso bonito! –eu disse o pegando e levantando sobre mim.

—É a única coisa boa que restou de mim. –ele conseguiu dar uma pequena gargalhada.

—Não diga isso. Espere aqui encostado no carro que eu vou pegar sua cadeira.

—Não! Eu não quero a cadeira, quero ir caminhando com você. –ele estava ficando louco? Sua respiração era quase nenhuma, ele mal conseguia andar.

—Peter, é longe.

—Não me importo, me leve até lá. –ele começou a se mover e eu segurei em seu braço magro.

Eu observava cada esforço que Peter fazia para caminhar ao meu lado, ele queria muito chegar lá. Demorou muito menos que o esperado. Estava um pouco cheio, algumas crianças corriam pela grama enquanto seus pais estavam sentados comendo alguma coisa.

—O dia está lindo, não é mesmo? –eu precisei me abaixar para entender o que ele havia dito.

—Está sim, está lindo. Vamos sentar. –segurei sua braços trêmulos e sentamos.

Tudo veio como um flash. Eu estava lembrando de tudo, o primeiro beijo. Eu o olhei e aquele sorriso ainda permanecia ali, ele ainda era meu Peter. Sua mão apertou a minha, mas seu olhar ainda estava onde a lua estava no dia em que estivemos aqui. Ele estava lembrando também.

—Você nunca me perguntou por que eu queria tanto assistir o filme. –do que ele estava falando?

—Que filme Pete?

—Do dia em que a gente... –ele parou por um segundo e respirou com força —Se conheceu.

—Ah, não fale. Isso não é importante, relaxe. –eu disse colocando minha mão sobre sua bochecha.

DOIS ACASOS(EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora