DOIS ACASOS(EM REVISÃO)

CAPÍTULO 4

Escutei uma voz vindo de longe chamando o nome de Peter. Abri os olhos e já era de manhã. Me sentei no telhado e vi uma mulher na porta do quarto de Peter.

—Peter, acho que é a sua mãe. -Cochichei tentando acordá-lo.

Ele se levantou e estava tão lindo com aqueles cabelos desgrenhados e cara de quem acabou de acordar que eu não pude deixar de encará-lo.

—Bom dia! —Ele me disse dando uma piscadinha e foi aí que percebi que não dormi em casa. Me levantei depressa.

—Bom dia e tchau! Eu preciso ir, minha mãe vai ficar louca se não me ver na cama. —Corri o mais rápido que pude e quase derrubei a mãe dele. —Bom dia Sra. Hunter. Tchau Sra. Hunter. —E foi assim que eu conheci a mãe de Peter.

Saí correndo em direção a minha casa e assim que cheguei, subi pelo telhado e entrei pela janela do meu quarto. Andei pelos corredores esperando ver minha mãe furiosa me procurando mas o seu quarto ainda estava fechado. Ufa! Cheguei a tempo. Fui até a sala e os gêmeos ainda estavam do mesmo jeito que os deixei na noite passada. Eu estava indo até a cozinha quando recebi uma mensagem de Peter.

"Ótimo jeito de conhecer a minha mãe, não é mesmo? Ela também ficou super feliz em te conhecer."

Ri comigo mesma. Ela deve ter se assustado um pouco. Peguei meu celular e comecei a digitar uma resposta.

"Eu não podia ter dormido aí. Precisava chegar antes que a minha mãe acordasse, pede desculpa pra ela."

"Que tal vir se desculpar com ela no almoço?"

Um almoço? Não foi ele quem disse que não queria se envolver? Pensei bem antes de responder.

"Tudo bem, pode deixar. Eu vou pro almoço."

Eu estava super ansiosa pra esse almoço e com bastante vergonha também, é claro. Acho que a mãe dele não vai gostar de mim. Que roupa eu vou usar? Será que ele tem irmãos? Como eu vou me vestir??? Ainda não sei o que vestir...

Os gritos da briga dos meus irmãos cessaram minhas perguntas e me fez correr para a sala. 

—Que bagunça é essa? —Gritei antes mesmo de chegar na sala.

—O Max pegou as minhas batatas! —Jason gritava enquanto estava em cima de Max.

—Eu não comi as suas batatas, sai de cima de mim! —Max estava aos berros tentando tirar Jason de cima dele.

Opa, acho que eu sei bem quem comeu as batatas. Contive uma risada vendo a cena me lembrando de quão deliciosa elas estavam. —Tudo bem Max, você comeu! Não precisa ficar mentindo. É só comprar mais depois, você sabe muito bem que a mamãe odeia mentiras.

—Mas eu não... —eu o interrompi.

—Mas nada, agora vocês dois vão pro banho que vocês estão fedorentos. —Eu tapava o nariz enquanto terminava de falar.

Eu olhava eles subindo as escadas resmungando quando vi que a mamãe estava descendo.

—Que barulhada foi essa? —Ela estava com uma cara péssima, parecia ter chorado a noite toda.

Os gêmeos subiram correndo e eu expliquei pra ela o que havia acontecido. Não quis perguntar nada sobre a noite passada e muito menos pelo papai.

—Fiz omelete, come comigo. —Falei a observando se sentar. —Eu tenho um almoço hoje.

—Almoço? Na casa da Gwen? —Ela perguntou.

—Não, na casa do Peter. Você se importa?

—Não, pode ir. —Nenhuma pergunta? Ela não disse nada? Eu sabia que ela estava triste, não podia deixá-la sozinha.