Capitulo 36 - Socorro!

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~~Dois meses depois~~

Ok, eu estava MUITO buchuda.

E pra contar isso pro will e pro Rick foi um tanto... constrangedor. Eles ficaram tão... desapontados acho. Mas pior foi, quando eu pra tentar fazer graça da situação disse que grávidas podiam transar.

Ok, não foi uma boa ideia.

Mas nem assim eles deixaram de me procurar. Na verdade, tiveram uma ideia um tanto quanto tosca, dizendo que assumiriam a paternidade da criança e me ajudariam em tudo que preciso.

FOI UMA MEEEEEEEEERDA.

E agora, eu simplesmente estou intocável. As pessoas na rua me olham exalando seus ''awn'' /toscos\. Os amigos e a família fazem exatamente o que eu peço e não me deixam fazer nada.

Esses dias, eu fui jogar bola e não deixaram.

Não me deixam nem usar shorts.

E não, eu não vou ser mãe e usar aquelas jardineiras zoadas.

Eu já estava ficando entediada de tudo isso, ainda mais, na parte teórica desse cursinho de nada.

-agora, vamos para a parte prática. Você tem dois gêmeos e de quatro anos e bom, vocês tem quatro horas com eles, que comeram muito açúcare e não querem almoçar, mas vocês sabem o quão é importante o almoço, certo? - a mulher disse enquanto todos os casais, cada um iam pra um cômodo.

-Boa sorte - ouvi a secretária dizer com duas crianças. Um menino e uma menina. Os dois sorriram maleficamente para nós. Quando a secretária trancou a porta.

Vish.

-anh... eu vou fazer uma almoço pra vocês, ta? - disse tentando ser simpática como uma mãe

-EU NÃO QUERO ALMOÇAR! - o menino gritou

-Garoto, para de gritar que você não está falando com nenhum colega seu - disse séria pra ele.

-ah, eu queria ter dito isso - Justin bufou eu ri.

-Enquanto a mãe de vocês faz o almoço, que tal irmos brincar um pouco? - Justin perguntou ficando na altura deles

-NÃO! Era pra você estar trabalhando - a menininha disse marrenta

-mas eu não estou, então vamos logo - Justin disse um pouco rude

-eu quero ajudar a mamãe - o menino disse

-isso mesmo moleque, vem ajudar - sorri pra ele.


Depois de um tempo, todos ajudavam a fazer a comida.

Wow, achei que fosse ser pior.

-Mãe, posso colocar o tempero no estrogonofe? - a menina perguntou

-claro. - Peguei ela e coloquei ela na altura da panela. Ela foi colocando. Quando eu disse ''está bom'' ela me olhou, sorriu, e jogou o vidro inteiro de tempero no negocio que estava quase pronto

Justin abriu a boca incrédulo.

-sua... - o coloquei no chão desligando tudo no fogão que estava ligado.

-Justin, quanto tempo temos? - perguntei

-uma hora

-seguinte, pirralhos. O que vocês fazem, eu faço 15 vezes pior

-só parece mais uma velha barriguda - a menina me encarou

-e sabe o que você parece? - perguntei calma

-o que? - ela retucou

-uma bebê com uma marca de mão no rosto - disse. - não se esqueça que a mãe aqui sou eu. E não sou como seus outros ''papais''. Ok? - perguntei calma. Ouvi Justin rir baixinho preparando macarrão.

-agora, vocês vão ficar quietos, não é mesmo? - perguntei

-NÃO - os dois gritaram juntos.

(**)

Olhei-me no espelho do carro e bufei.

Meu cabelo estava simplesmente um tufo. Sem falar nas coisas na minha camiseta e calça.

Sim, aqueles pirralhos nos fizeram muito mal.

Justin deu partida no carro e vi que seu estado não estava muito diferente

Mas pelo menos, aqueles malditos comeram.

Justin estacionou em casa, fui tomar banho, vesti um short e uma camisa, junto á um all star e saí caminhando. Fui até a banca de jornais, precisava comprar uma revista nova do Barcelona urgente. Enquanto estava lá, um garotinho com uma bola de futebol parou ao meu lado.

-Eae tia Duda - ele disse. O olhei bem, lembrando de que ele foi um dos meus alunos

-fala e, ricardo! - fizemos nosso toque

-você está... hm... diferente - ele disse ao avaliar meu corpo. Não liguei, aliás, ele tinha seus 9 anos e sei que o ''avaliar'' não envolvia nenhuma malicia.

-to grávida - fiz um joia com a mão. ele fez uma cara tipo *o* e começou a rir.

-ei, empresta essa bola? - ele concordou e me estendeu. Comecei a fazer embaixadinha com ela, ah, que saudade!

Logo, nós dois começamos uma disputa, mas antes de ter um resultado, ouvi um grito

-DUDA! - sim, era Justin. O olhei com cara de inocente e devolvi a bola pro ricardo me despedindo

-que foi? - perguntei

-já falamos pra você dar um tempo nos esportes pesados! E para de usar esses shorts por enquanto! Eles apertam muito sua cintura, não é bom! - bufei começando a andar pisando firme, realmente, os shorts apertavam, eu já estava com os pés inchados e ainda, minha coluna me matava.

Justin veio atrás de mim tagarelando

-E precisamos ir ao médico, marquei horário pra você. - ele disse

-eu não vou, Justin! ESTOU BEM - disse

-DUDA, NÃO ESTAMOS FALANDO SÓ DE VOCÊ. - ele apontou pra minha barriga. Sim, estávamos discutindo na rua - eu só quero cuidar dos dois um pouco melhor, mas pra isso, você tem que colaborar. - ele praticamente suplicou

-Justin, eu sei me cuidar, ta legal? E para de me encher, vê se morre - eu disse no meio da rua, eu iria atravessar, mas ouvi o berro do Justin me distraindo

-DUDA, CUIDADO! - ele gritou, quando olhei vi um carro vindo em alta velocidade, eu não saí, na verdade, eu fui arremessada.

Meus olhos estavam fortemente fechados, e eu, só sentia a dor do impacto das minhas costas com o chão.

Ouvi alguém dizer desesperado

''ah meu Deus, chamem uma ambulância"

Aquilo realmente me desesperou.

Abri os olhos tentando controlar minha respiração e me levantei com certa dificuldade

-Moça, você está grávida? Não se levante, espere a ambulância! - Um cara se ajoelhou do meu lado, suplicando para que eu não me levantasse. E a cada minuto eu me aterrorizava mais. Os gritos em pedido de socorro não cessavam, então, eu me toquei que entre as vozes, não ouvia a única importante pra mim.

-ai meu Deus - sussurrei ao me virar e ver uma poça de sangue ao lado de Justin.

-moça, por favor, fique calma - senti meus olhos marejarem. Não dei muita importância ao cara e me levantei, sentindo dor em meu corpo, ainda mais em minha cabeça, que por algum motivo, começava a refletir na minha barriga. Fui até o corpo de Justin e me abaixei

-Justin? Justin? Acorda - pedi o sacolejando um pouquinho, eu não estava chorando, mas minha voz e minhas mãos estavam trêmulas e eu não conseguia pensar em nada racional, a cada minuto minha barriga doía mais.

Quando vi que aquela poça de sangue saía da cabeça dele, aí me desesperei mais ainda. Mas não deu tempo de fazer nada, logo a ambulância parou. Os caras desceram com aquela ''maca'' e colocaram justin em cima.

-você é o que dele? - o cara perguntou

-esposa - respondi tentando me levantar mas voltei ao chão sentindo minha respiração falhar e a dor ficar ainda mais intensa. Um dos caras percebeu que eu não estava muito bem e me olhou tentando avaliar a situação

-ELA ESTÁ GRÁVIDA - ouvi gritarem. Outro dos caras veio e me ajudou a levantar, me levando para dentro da ambulância.

Lá dentro, vi tentarem reanima-lo, mas sem sucesso. Eles colocavam todo tipo de coisa pra fazê-lo respirar e aquilo só me desesperava mais e mais.

-moça, por favor, você tem que se acalmar. Ou poderá perder a criança! - o cara disse, mas não fiz outra coisa além de me desesperar. Dei algumas informações a ele, até o cara gritar.

-ele está perdendo muito sangue! Não vai resistir! - O cara disse, dito isso, algumas lágrimas escorreram dos meus olhos

-SCOOT! - o cara que estava cuidando de mim o repreendeu

-apaga ela! - o tal scoot disse. Antes que eu pudesse contestar ele colocou um inalador, fazendo eu sentir meus olhos pesarem

(**)


Abri os olhos em um quarto branco.

Tinham algumas siringas em meu braço, acho que era soro. Olhei pra minha barriga e sim, eu continuava buchuda.

O que está acontecendo?

Olhei ao redor de tudo, vi algumas bolsas de carin na cadeira ao lado. Me levantei, tirando aquela agulha do meu braço, calcei os chinelinhos que estavam ali e olhei minha roupa. Tinha um baita rasgo atrás. Legal, vou sair mostrando meu traseiro.

Saí da sala andando o corredor procurando algum ser que pudesse explicar o que estava acontecendo. Mas antes que eu chegasse a recepção, olhei pela brecha da cortina de uma das salas, bastante gente, e avistei meus pais. What?

Abri a porta e entrei na sala, todos me olharam de olhos arregalados. E quando digo todos, quero dizer todos mesmo.

Meus pais, Meus sogros, Carin, Liv, Edu, Ry, Chaz, Will e Rick.

-galera? o que estamos fazendo aqui? - perguntei completamente confusa.

-anh... duda, acho melhor você ir descansar, vamos - meus pais saíram do lugar que estavam e vieram até mim acho que como um abraço, mas quando eles saíram, vi que naquela cama estava Justin todo entubado. Ignorei o abraço dos meus pais e fui até a cama correndo.

-é a brincadeira mais idiota que vocês estão fazendo - disse. Todos me olharam e depois olharam o chão, em silêncio.

-por que não me respondem? - disse já estressada.

-duda, não é uma brincadeira. Sinto muito - Edu disse cauteloso.

-mas... - eu ia falar alguma coisa quando me lembrei de tudo que aconteceu. Tudo mesmo. Meus olhos marejaram novamente e eu voltei a ficar trêmula.

-Justin! Acorda! Vai - pedi o cutucando sem parar. Parece idiota, mas eu realmente estava pedindo pra ele acordar.

-Duda, ele... - carin veio até mim me puxando pra um pouco mais longe dele. O pessoal tentava me acalmar, mas eu não conseguia nem completar uma simples frase.

Sem que ninguém mais dissesse algo, abriram a porta.

-Senhora Bieber, o que faz aqui? - o doutor perguntou me olhando surpreso. Ignorei sua pergunta e fui direto onde interessava.

-ele vai ficar bem, né? - perguntei baixinho devido ao fato de praticamente não ter mais voz. O doutor fez uma cara como um ''sinto muito''. Então, ouvimos o choro de Pattie, que foi abafado pelo abraço de Jeremy. No geral, Todos choravam. Will e Rick tinham os olhos marejados, acho que pelo meu estado, mas o resto, todos choravam, mesmo que fosse controladamente, principalmente pela parte masculina. Só que... eu não. Estava tudo entalado, eu não conseguia chorar.

-é melhor que você descanse... - não deixei ele completar a frase

-eu estou bem! Eu só quero que ele fique bem! - disse apontando pra Justin, completamente apagado.

-vamos fazer alguns exames então te darei alta - concordei. Eu queria fazer algo por Justin, mas não com essa roupa.

Segui o médico até uma sala de exames.

Fizemos uma sessão de ultrassom e blá blá, e deu tudo certo.

E aquela dor que senti, foram as contrações, que ficaram ainda mais intensas devido ao meu estado

Que a propósito, ele disse que contrações seriam frequentes.

Assim que vesti uma roupa que carin tinha levado, fui até a sala de espera onde todos estavam. A maioria com cara inchada.

Quando eles olharam em minha direção, eu abri a boca, mas sabendo que nada útil sairia, ergui os ombros e sorri sem humor algum. Eu esperava alguém falar algo, mas eles fizeram exatamente ao contrário : se levantaram e me deram um abraço. É, abraço em grupo.

-eu quero vê-lo - entortei os lábios

-não agora, duda. Você mal comeu. - minha mãe disse

-mas... - comecei.

-sem mas, duda. Você precisa recuperar suas energias.- pattie disse sorrindo fraco pra mim. A mesma dor que eu sentia, ela sentia.

-ok - me dei por vencida rindo fraco. Antes de sairmos fui a lanchonete do hospital, enquanto meus pais acertavam a papelada, junto á pattie e jer.

-um suco de soja, por favor - pedi apontando para a caixinha de ADES, o cara me deu, paguei e comecei a tomar tranquilamente.

-nunca imaginei que você tomasse algo saudável - ouvi a voz de will.

-é o que tem de bom por aqui - ri fraco

-duda, você... - antes que ele completasse, respondi

-eu estou bem. Não se preocupe. - sorri

-anh... tudo bem. Olha, eu preciso ir agora, vou trabalhar. E pode apostar que lá, não é a mesma coisa sem você - ele beijou o topo da minha cabeça - qualquer coisa, me liga. Eu virei correndo - ele sorriu de canto e saiu. Apenas dei um sorriso sem mostrar os dentes e voltei a tomar meu suco.

-hey - ouvi outra voz conhecida.

-olá, rick - o cumprimentei

-você está bem? - ele perguntou com a sobrancelha arqueada

-estou. Não entendo porque as pessoas acham que eu estou péssima. Quero dizer, não vou me cortar. - disse tudo rápido, ele riu.

-Olha, eu fiz faculdade de direito, mas já namorei uma psicóloga, e ela sempre dizia, que tinha pessoas que eram fechadas demais. E com isso,quando elas passavam por situações que precisavam chorar tudo que tinham pra chorar, sabe, desabafar, elas se fechavam completamente, fingindo que tudo estava bem. Não é ruim pensamentos positivos, mas quando você começa a anular a realidade, não se torna mais um ponto á seu favor - ele disse calmo, bagunçando um pouco meu cabelo.

-eu... - estava tentando dizer alguma coisa sem que minha voz falhasse, mas foi em vão.

-shhhhh... não fala nada. O que eu disse, é pra você pensar. Mas agora, descansa, meu amor - ele beijou minha bochecha e saiu.


Talvez ele tenha razão, eu estou evitando encarar a realidade.

-Duda, vamos? - liv apareceu junto á Edu. Assenti e caminhei até o carro dos meus pais, segundo eles, eu ficaria lá por um tempo.

Fomos até em casa, as meninas me ajudaram a preparar uma malinha para os prováveis dois dias que eu passaria lá, dei as chaves do meu carro pra Ry e fui no carro dos meus pais.

Assim que chegamos lá, minha mãe foi preparar o almoço, enquanto carin me ajudava arrumar minhas coisas de volta no quarto. Fui tomar um banho, vestindo uma roupa que não me incomodasse, um vestidinho de malha e uma rasteirinha.

Desci as escadas e ajudei minha mãe a colocar a mesa, almoçamos juntos em silêncio.

-eu não estou com fome - disse indo me levantar

-você tem que comer - minha mãe disse.

-mas...

-duda, você tem que entender que o que você faz, também reflete nessa criança - minha mãe disse um pouco rude. Mordi o lábio inferior me segurando para não dar uma resposta grossa aos meus próprios pais, ou então lançar um olhar mortal, comi aquela comida com uma raiva danada. Não dos meus pais.

Mas dessa criança. Se ela não existisse, Justin não estaria no hospital.

-eu vou visita-lo - disse sem encarar ninguém, subi, escovei os dentes, peguei alguns documentos, e com o meu carro até o hospital.

-não está em horário de visitas - a recepcionista

-no horário de visitas eu estava apagada, então, faça desse horário, um horário de visitas - respondi curta e grossa, a mulher ficou meia sem reação, mas o médico logo chegou

-oh, olá senhora Bieber. Ela é esposa do paciente, pode deixar. - ele disse, a mulher assentiu.

-como ele está? - perguntei ao doutor

-Olha, Eduarda... - o cortei

-me chame de Duda, por favor - disse enquanto caminhávamos a caminho do quarto. Ele suspirou abrindo a porta, o olhei. A máquina mal captava o coração dele batendo, e aquilo, fez um nó se formar em minha garganta

-Tudo bem - ele sorriu fraquinho - ele está em um estado complicado. É difícil afirmar que ele sobreviverá, mas nós daremos nosso melhor para mantê-lo vivo. - ele disse. Apenas assenti

-vou deixa-los a sós - ele completou sorrindo fraquinho e saindo de lá

Caminhei com certo receio até a maca onde Justin dormia, e entrelacei sua mão com a minha.

-vamos, jus. Você tem que sair dessa. - murmurei, me sentindo a pior pessoa do mundo.

Marry You! 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora