~~duda narrando~~
Dois meses depois.
-NÃO, NÃO VÃO DESLIGAR O APARELHO, EU PAGO A QUANTIA QUE FOR, MAS NÃO DESLIGUEM O APARELHO - berrei devido a discussão com os médicos.
Eles suspiraram vencidos
-tudo bem, senhora Bieber, não desligaremos o aparelho - agradeci, principalmente a Deus, me desculpei novamente pela grosseria, e saí dali, indo pra casa.
É, a minha casa. Depois passaria pra casa da minha mãe e faria toda a rotina que tenho feito á dois meses.
Tomei outro banho me desligando do mundo e preparei alguma coisa para comer
Eu já me alimentava melhor, mas não estava bem. Passava praticamente o dia todo no hospital.
Minha rotina, tinha sido praticamente a mesma desde aquele dia: acordar ás oito, ir pro hospital, ficar lá até as onze, ir pra casa, almoçar, voltar para o hospital, ir pra casa da minha mãe, onde eu encontrava toda galera, falar com will e rick, voltar para o hospital, dormir lá, acordar ás cinco, ir pra casa, realmente dormir e acordar ás oito.
E vocês devem se perguntar, mas Justin não melhorou em nada?
Não
Ele só piora a cada dia mais.
E uma semana depois do acidente, ele entrou em coma e estava em estado grave.
Eu conversava muito com ele. É, é estranho, porque ele não acorda. Mas o médico disse que ele podia escutar tudo que falávamos, então, eu me abria com ele. Falava sobre o que estava acontecendo ao nosso redor, que estava com medo... por aí. Teve um dia, que o bebê estava chutando minha barriga. Peguei e coloquei sua mão lá, e juro, que vi ele tentar esboçar um sorriso.
Talvez tenha sido coisa da minha cabeça.
A briga de manhã com o médico foi por que eles disseram que Justin tinha apenas 30% de chances de viver, e que eles estavam arcando com uma despesa desnecessária. E não importa, eu acredito nesses 30%. Quando contei o que haviam me dito á galera, todos apoiaram o médico. Até mesmo Pattie. Aquilo me fez ficar incrédula. Mas não demonstrei tamanha indignação, aliás, eles tem sido meu ponto de paz ultimamente. Todos tem cooperado para que eu me cuide bem, e não faça besteiras.
Quem me via, não me dava uma nota muito boa, aliás, estava com olheiras enormes, sempre com o cabelo no rosto, roupas largas e práticas... enfim, um caco.
Mas ainda sim, o que surpreendia a todos, é o fato de que eu não havia derramado uma lágrima sequer. Eu estava apavorada, e acho que se chorasse, iria me sentir fraca, mais vulnerável.
Enfim, almocei e voltei ao hospital. Por mais que eu tenha estrapolado na grosseria, o pessoal do hospital me entendia e com isso, todas visitas recentes, consegui criar um vinculo com eles. Sim, eu, Duda, a pessoa menos simpática da terra fiz amizades novas. E eles sempre me davam dicas de como agir com a criança que virá, aliás, eu não frequentava mais o curso.
Cumprimentei á todos com um ''boa tarde'' e segui á sala.
Assim que entrei comecei a conversar com ele.
(**)
Olhei no meu relógio de pulso que marcava seis meia. Se eu não fosse embora agora, teria viaturas me caçando.
-Eu tenho que ir agora... - me levantei mas antes que eu fosse continuei - E eu provavelmente não poderei vir durante esses quatro próximos dias, tenho que resolver algumas coisas. - suspirei pesado - Jus... eu não sei se você está me ouvindo... eu espero que sim, assim, vou me sentir menos retardada - ri fraco - eu não iria falar isso mas... os médicos querem desligar todos os aparelhos. E-eu não sei mais o que fazer... por favor, acorde. Estou com medo. Me sinto insegura, desprotegida e sozinha. Se eu pudesse voltar atrás agora... - me controlei para que uma certa lágrima não escorresse - eu diria, que eu te amo mais do que tudo. - suspirei. Antes de ir, depositei um beijo em seus lábios que agora eram sem vida e fui embora