Pedra e Água

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A meia luz lunar que vem lá de fora
E entra pelos vitrais
Ilumina esse teu olhar blasé
Que colore o ambiente em tons pastéis
E me traz uma paz nostálgica
Onde me deleito.

Deito ao teu lado e me perco em teu ser,
Me perco em cada curva do teu corpo.
O calor que dele vem, posto sobre o meu peito,
Me embriaga.

Olho o teu contorno
Refletido na parede
E me pergunto quanto caos e serenidade
Podem caber dentro de ti.
Tuas mão me tocam e me estilhaçam
Em seguida juntam cada pedaço meu
Formando algo tão abstrato
E ao mesmo tempo concreto.

Oh! Louvada seja toda essa tua malícia
Que vem de um constante pulsar
E me prende ao agora
Me congela no tempo
E faz-me escravo da tua vontade.

Oh! Benditos sejam esses teus beijos,
Que me tocam os lábios,
Me transpõe a pele
E repousam na alma.

Agarrada ao violão, teus dedos vão movendo-se
Uma música há muito fixada na memória
Aquela do Chico, dos amantes
Trafego por entre a melodia
Então, anuncias a partida.

A tua ausência me enrijece.
Viro pedra.
Sou pedra.
Objeto para outros impenetrável.
Mas tu és água
e continuas aqui,
Mesmo quando, não
E me atravessas.

-Bruno Freire

Arte por Christian Schloe

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