Pensamentos orbitam a cabeça
Um grito calado na garganta
Bato à porta que é de salva e cera
Entrar não há quem me garantaAsas protegem o meu corpo
A luz dilata minha retina
Desbravo mares, mapeio terras
De um coração que se definaMeus vinte e poucos não me dão
Certeza de júbilo e amor
Na vida a tiranização
Não calo, enfrento com vigorA minha mãe, cabeça branca
Diz que não devo me render
O álcool me alivia o peso
Um pequeno momento de prazerE amanhã o que eu serei
Lhe responder não posso ao certo
O certo é que eu amarei
Aquilo que se haver despertoOs que me amam eu quero amar
Afagar-lhes entre meu seio
E as más línguas decepar
E bem altivo, dar volteioAnjos neon, mãos de topázio
As tais bocas não vão assustar
Abro a minha, entre Paris e Estácio
Floresço a alma, rasgo o peito: vou cantar!Na minha necessidade de escrever
Mergulho em ondas de poesia
E vivo velejando sem rumo
Por entre versos da maresia.-Bruno Freire
Arte por Christian Schloe
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Dentro da Noite Silenciosa
PoesíaPoesias que escrevo no ímpeto, sob uma necessidade vital.