Diario do Aluno#8 Verão

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                Próximo do campus da universidade há uma cafeteria Starbucks, e lá a maioria dos alunos e professores vão para tomar café

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      Próximo do campus da universidade há uma cafeteria Starbucks, e lá a maioria dos alunos e professores vão para tomar café. Com o dinheiro que encontrei nas caixas de Jane usei para pagar um café para mim e Dylan, e algumas coisas doces para passar o tempo.
A cafeteria era bem confortável e aconchegante, havia várias janelas largas para as ruas ao lado do campus. Eu e Dylan sentamos em uma mesa ao lado da janela com a luz do dia iluminando nossos rostos, uma garçonete nos entregou nosso pedido e como é bom o cheiro de café puro. Dylan agradeceu e ficou intrigando comigo ou com aquela situação e eu tentava manter a calma para não sair daqui gritando de nervosismo. Então  começamos a conversar em relação a Jane:
—... recentemente eu sonhei uma lembrança, o momento da morte dela, quando caiu do penhasco. Mas antes disso, achava que a morte dela foi acidental e como indicava, porém no sonho surgiu algo a mais, ela cortou a própria corda e caiu no abismo. Então eu achei que fosse falso, pois sonhos não são reais, mas parecia ser tão real, tentei me lembrar do que havia acontecido e tinha esquecido, como se estivesse branco o que aconteceu durante o momento, pois bati a cabeça e fiquei com um ruído no ouvido. Ignorei, mas não pude resistir e procurei por pistas, e advinha, encontrei a corda e tinha evidências que ela foi cortada. Não acreditei logo de cara, mas quando retornei à casa de Jane e revi a vida dela, percebi que havia comportamentos que poderiam levar a isso — conto tudo o que aconteceu enquanto ele estava paralisado.
— Entendo, e imagino o que deve estar passando, se ela realmente se matou e demostrava sinais, quer dizer que... Jane era feliz e triste, mas o pior de tudo é que achava que ela estava bem, porém com ela tudo é mais complicado — afirmou Dylan um pouco chateado
— Entendi, mas me diga, quais foram as últimas vezes que a viu antes da ida até a Islândia?
— Ah... Não sei se você sabe, como fui o primeiro namorada da vida dela... estivemos juntos por um bom tempo, foi um dos melhores momentos da minha vida. Mas aí do nada Jane desapareceu por uns dias, deixou todos preocupados e quando retornou ela terminou comigo, ela não disse o porquê ou o que houve, apenas terminou. Isso me destruiu, tentei resolver as coisas, mas como disse, com Jane tudo é mais complicado. Então um ano e meio depois ela voltou para mim, estava abalada ou chateada, mas não disse especificamente o que houve, então voltámos, mas sem compromisso, ela queria assim para não me magoar, mas já era tarde pois superei, então paramos quando comecei a namorar com outra pessoa com compromisso, eu e Jane nos tornamos amigos e ela sempre aparecia quando estava triste ou com raiva. Era o confidente dela. Então ela aparecia de vez em quando na minha janela e passava a noite na minha casa pra conversar, eu perguntava o porquê disso, mas ela não respondia, dizia; “há algumas perguntas que não precisam ser respondidas”, mas ela me contou sobre o que passou, sobre seu ex namorado que causou um alvoroço, suas amigas que a traíram, e como não conseguia criar uma amizade pois todos a conheciam apenas como a filhinha do Sr:Phillips, filhinha de papai, mas isso foi meses antes da ida dela pra Islândia. A última vez que a encontrei foi em meu quarto numa noite alguns dias antes da viagem e ela falou de você, falou que você era diferente e misterioso, queria levá-lo para a aventura — contou toda a história Dylan meio cabisbaixo.
— Como assim de mim? — pergunto esperançoso.
— Se acha que Jane achava você bonito, a resposta era não. Mas ela falava bastante do Bjorn, não sei se conhece ele, o portador de... — acrescentou ele.
— Ah sim, conheço ele...
— Então, eu não acho que ela estava com um comportamento que a levaria ao suicídio, quer dizer ela estava triste por toda a situação, mas apenas a tristeza não leva ao suicídio, principalmente para Jane, ela era a personificação da felicidade, se ela quisesse morrer teria feito mais alguma coisa, pois ele é grandiosa e deixar essa ponta solta não combina com ela. Talvez o Bjorn saiba mais, ele foi uma espécie de pai pra ela, a protegeu de entrar no mundo dele — afirmou Dylan.
— Pois é, o problema disso é que ele é um traficante e com certeza ele não deve estar em Nova Iorque, deve estar escondido do FBI ou da Interpol.
— Tem razão... É uma pena que Jane estava sofrendo de verdade e não percebemos isso. Queria ter voltado atrás e ter ajudado.
— Eu também, daria tudo pra fazer isso, mas infelizmente temos que nos contentar com nossa realidade — afirmo cabisbaixo, — também recentemente fui à casa dela em busca de respostas, encontrei um fundo falso no armário dela e várias caixas, advinha o que tinha dentro.
— Jane sendo Jane. Acho que tinha uma passagem de avião para outro lado do mundo — respondeu Dylan com seu conhecimento sobre ela
— Quase isso. Tinha uma máscara para um baile de gala, um cartão de acesso para um backstage e esse você não vai acreditar, um teste de gravidez positivo. Mas Jane realmente estava grávida? — rio por um instante.
— Se não me engano Jane esteve com um garoto, um desses jogadores de basquete, mas era de se esperar que ele não tivesse a prudência no uso de preservativo. Semanas depois, Jane sentiu os sintomas da gravidez e de imediato fez o teste. Os primeiros dois deram negativo, mas no terceiro deu positivo e claro ela pirou, foi até mim e pediu ajuda. Achei engraçado um detalhe, ela fez um grande plano para uma fuga até a Noruega com seu futuro bebê para ficar com Bjorn que seria mais cuidadoso como avô da criança, mas um mês depois nada de barriga, então Jane queria esquecer esse susto jogando no lugar mais isolado, mas achei que era brincadeira, pois não acreditava nas suas façanhas por aí.
— Até imagino sua reação, mas coitada.
— Pois é, baita aprendizado, mas você foi prudente não foi? — perguntou Dylan puxando no meu pé e me deixando com vergonha.
— Sim, quer dizer... No calor do momento, tudo aconteceu tão rápido.
— Entendi, então David Rogers recomendo que sempre esteja prevenido. Mas fique atento para não ser que nem o jogador de basquete imprudente.
Com nossa conversação concluída, paguei a conta e me despedi dele para ir até o meu dormitório, o que queria fazer era chorar e lamentar por tudo o que aconteceu e pelo o que Jane passou. Estava muito decepcionado comigo mesmo, eu nem consegui salvar minha paixão. Desolado e sem chão, voltei até o meu quarto no dormitório e recebi uma surpresa, lá estava Micheal deitado em sua cama coberto por um lençol. Ao vê-lo ao que parece, ele estava bem deprimido e triste, mas nem me incomodei com sua presença, apenas ignorei e me sentei em minha cama para absorver tudo, pois pelo seu costume seria ignorado.
Então também me deitei em minha cama para poder esfriar a cabeça, mas minha preocupação falou mais alto, pois depois do que descobri sobre Jane, sobre seu sofrimento, poderia estar ocorrendo em Micheal, então perguntei, mas assim que disse ele me interrompeu e disse:
— Nunca saía da cama, senão o mundo vai destruir você.

Com a declaração de seu sentimento, pensei também no meu sentimento, quer dizer não estou triste ou sofrendo por algo, acho que estou com uma certa crise existencial, ou de ansiedade, acho que coloquei muita expectativa no meu momento aqui, mas as...

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Com a declaração de seu sentimento, pensei também no meu sentimento, quer dizer não estou triste ou sofrendo por algo, acho que estou com uma certa crise existencial, ou de ansiedade, acho que coloquei muita expectativa no meu momento aqui, mas as coisas estão se voltando contra mim. Para aliviar minha ansiedade, ou com meu excesso de tanto passado decidi ligar para Amy, talvez com ela possa estar mais aliviado.
Deitado em minha cama bem relaxado, peguei meu celular e fiz uma chamada de vídeo para conversar. Logo esperei ela atender, e depois de alguns minutos ela atendeu. Enfim a vi, tão bela quanto antes, desta vez Amy estava maquiada e com roupas mais bonitas, talvez ela vai sair para algum lugar.
— Oi David, como vai? — perguntou Amy sorrindo enquanto andava pelo seu apartamento e segurava seu celular mostrando seu rosto.
— É... Mais ou menos, você está linda, vai sair?
— Vou sim, meus colegas me convidaram pra ir num show de uma banda daqui, se chama Daughter, é famosa dentre os britânicos — respondeu Amy se arrumando —, mas como assim você não está bem?
— Ah, mesma coisa de sempre, é que descobri algo sobre Jane que me abalou e estou pensando — comento meio cabisbaixo.
— Normal dentre as pessoas que a conhecem... — respondeu de imediato Amy.
— Não é isso, acho que Jane se suicidou... — respondo e após isso fica um silêncio por um segundo.
— Nossa, não esperava disso dela. Como assim?
— Eu descobri isso com o ex-namorado dela e ele deu algumas pistas e estou temendo que essa dúvida seja verdade, pois se for quer dizer que não a ajudei, pois estava junto com ela, era a última esperança e não fiz nada.
— Mas David, você fez o que podia, ela amou você e retribuiu, e puderam desfrutar isso. O amor talvez tenha influenciado em algo David... — tentou ajudar Amy.
— Pois é, mas às vezes isso me incomoda, devo estar passando por uma crise de ansiedade...
— Relaxa, vai passar...
— Posso confessar, sinto sua falta.
— Também, mas eu te... — disse Amy porém é interrompida por um garoto que a chamou para ir embora, então Amy continua —, tenho que ir David, depois nos falamos...
O garoto que apareceu atrás dela na chamada me deixou meio suspeito, quem será ele? Eu fiquei ciumento, Amy é a garota que amo e ela com outros me deixa intrigado. Mas sei que não devia me importar, não vai resolver nada porém estava com aquela crise chata.

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