Diário do Aluno#17 Primavera

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Como no jantar em família de Amy me deixou com a barriga cheia

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Como no jantar em família de Amy me deixou com a barriga cheia. Estava até arrotando. No meio da noite eu e Amy fomos embora para casa e fiquei bem feliz naquela comunhão, mas acabei chegando tarde em casa e dormi tarde e amanhã tenho aula. Por sorte tenho Amy que me faz acordar cedo, e também ela faz ótimos ovos mexidos.
Dormindo ainda, nem tinha acordado, só dormi umas cinco horas, e é meio anormal para meus horários de dormir e isso prejudicou meu sono, mas Amy novamente me acordou. Ela se sentou ao meu lado na cama e ficou acariciando meu rosto e me remexendo até acordar, mas então acordei com muita preguiça e nem abri meus olhos mas perguntei:
— Que horas são?
— São exatamente 7:17 da manhã, fiz ovos mexidos com becon — respondeu ela tentando fazer com que eu abrisse os olhos.
— Caramba, como você consegue acordar tão cedo pra fazer isso...
— Em Oxford, o fuso horário me incomodava, então sempre acordava mais cedo — disse Amy, — às vezes era 7:45 e já estava acordada e incomodando tudo mundo, mas era porque tinha o costume de acordar as cinco da manhã. Mas afinal você está ficando preguiçoso hein...
— Sou jovem, é normal isso — afirmo fazendo-a rir comigo.
Foi neste instante, com aquela risada que me apaixonei, nunca passei por isso mas vê-la tentando cuidar de mim me fez amá-la ainda mais e pensei — eu vou casar com ela —, então finalmente abri meus olhos e assim pude ver a beleza à minha frente, Amy me olhava fixamente enquanto seus cabelos compridos loiros cobriam parte do meu rosto, mas neste instante finalmente demos mais um passo. Amy me observou por uns segundos e ela tocou meus lábios com os seus, era o beijo, nem acredito. Os seus lábios eram quentes e macios, mas nada de língua, foi doce, delicado e calmo. Apenas o beijo perfeito.
Ela se afastou após e ao mesmo tempo e ficamos nos olhando um para o outro fixamente. Eu fiquei sem reação, ou paralisado, mas ela disse
— Você vai se atrasar... agora vá tomar banho. — gaguejou ela, talvez estivesse com vergonha.
Eu sorri como resposta e foi uns dos melhores momentos que senti, mas acho que Amy ficou com vergonha, pois sua reação foi engraçada. Fui logo para tomar banho e realizar minhas tarefas matinais e com aquele beijo me deixou bem animado e inspirado apesar do cansaço, mas nunca vou esquecer este beijo e também do amor que retribuímos.

Na universidade, estava dentro da sala de aula que se assemelhava com uma sala de cinema e estava sentado a uma fileira atrás de Dylan que assentara com seus colegas, e tivemos uma aula normal no início da manhã, estava feliz e animado, algo bem a...

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Na universidade, estava dentro da sala de aula que se assemelhava com uma sala de cinema e estava sentado a uma fileira atrás de Dylan que assentara com seus colegas, e tivemos uma aula normal no início da manhã, estava feliz e animado, algo bem atípico de mim durante a manhã, isso ajudou no meu ânimo para estar em sincronia e nos estudos também, pois os professores são bem rápidos e minhas mãos doem de tanto escrever e segurar a caneta.
Mas no fim da aula, chegava a hora do almoço e então o professor conseguiu passar todas as matérias no quadro e finalizar tudo, porém antes que a aula terminasse o professor começou a discursar sobre depressão e suicídio, e comentou sobre como isso afeta cada pessoa, logo, passou um vídeo no telão da sala que a universidade fez para revelar a existência de um grupo de terapia do qual frequento. As luzes quentes da sala se desligaram e naquele clima, o vídeo começou, havia uma voz feminina de fundo dizendo algo sobre autoestima para ajudar enquanto passava uma série de vídeos com jovens tristes e solitários.
— Já dizia o jovem, eu estou bem, já dizia o garoto com uma forte depressão, vai passar. “E a menina chora, chora e chora e seu travesseiro já não suporta mais. Ela aperta a coberta com a boca para que seus gritos fiquem abafados. As lágrimas queimam, não o seu rosto mas sim seu coração. Tudo parece pegar fogo dentro dela, enquanto a sua imagem jogada ao chão quase sem vida não sai da sua cabeça. Ela solta o edredom e com força aperta as unhas em suas pernas, até não conseguir mais. E depois de lutar muito contra sua mente suicida, ela dorme. A menina faz isso todos os dias, na esperança de um dia, poder dormir para sempre. Na esperança dos machucados sumirem. Na esperança da paz” - Janaina Fischer, se você pensa ou está passando por isso saiba que as dores se cicatrizam, mas a questão é como? Jane Philips se sentia sozinha até perceber que não queria mais carregar sua dor e então fez o que mais amava fazer, se aventurar e hoje vive como uma superação. Eu digo viva a esperança, viva a sua vida.
Ao fim do vídeo, a voz não só comentou o caso de Jane mas de vários outros, além disso, foi revelado algumas fotos sequências de Jane em uma de suas aventuras em algum lugar no Canadá, e era semelhante a Islândia, solitária e vazio. E ver Jane naquelas fotos foi meio doloroso em relação a verdade da qual existe, Jane se suicidou e as pessoas acham que ela é um exemplo de superação, mas prefiro que continuem com esse pensamento, as pessoas precisam de uma imagem que possa ajudá-las a estar firmes.
Terminou a aula e todos os alunos se prepararam para sair para o almoço, e me preparo para ir também, guardei meu material na minha bolsa até ser chamado por Dylan que estava intrigado com algo, portanto ele disse:
— Oi David... você ainda não contou que ela se suicidou?
— Não, e não vou contar sobre isso, imagina a tristeza que será quando souberem disso...
— Mas é a verdade, Jane não é essa pessoa que dizem, ela é mais.
— Eu sei, e eu tentei entendê-la, mas cada vez que entrava na vida dela me sentia horrível por não perceber e eles veem ela como uma superação, precisam disso para superar Dylan — argumento.
— David, é melhor contar a verdade, Jane não gostaria de ser tornar igual ao mito de seu pai, queria que a vissem como é e não como acham... — aquilo doeu, mas acima de tudo ele estava certo e fiquei sem palavras, —  cara, eu vou nessa, tenho que almoçar.
Com o comentário de Dylan fez com que perdesse todo aquele ânimo que tinha, foi como se a dor tivesse substituído a felicidade e o amor, pois carregar essa verdade doí e principalmente de uma pessoa tão amada como Jane e percebi que Dylan falava a verdade. As pessoas viam Jane como uma garota mimada e rica e não a pessoa legal e feliz que é, que fazia de tudo para realizar seus sonhos, e agora morta eles ainda não compreendem o quão solitário ela se sentia, e veem uma outra face. Mas também pensei o que eles iriam achar ao saber que a heroína deles na verdade se suicidou. Muitos iriam perder a fé de ter a esperança dessa cicatriz se curar.
Fiquei triste ao pensar nisso e tentei imaginar como posso relevar isso, pois como fui o namorado dela é o meu dever, mas devia comentar primeiramente com a mãe de Jane, Lauren, mas agora ela está longe, no norte do estado. Após minhas aulas retornei para casa e estive desanimado em comparação ao meu ânimo hoje de manhã, mas enfim encontrei Amy comendo sorvete e sentada no sofá vendo os programas de culinária, e logo ela ficou feliz em me ver e perguntou ao se levantar do sofá para me abraçar, mas meu abraço foi bem seco demostrando o que estava sentindo. Preocupada, ela perguntou e me sentei no sofá ao seu lado:
— Caramba David, o que aconteceu com você hoje, saiu tão animado e agora...
— Só tive um dia meio ruim, estou triste sabe... — respondo em um tom melancólico.
— Triste, o que aconteceu? — perguntou Amy preocupada.
— É sobre Jane, eu não contei tudo Amy...
— Como assim tudo?
— Jane não morreu acidentalmente, eu achava isso, mas na verdade ela se matou. Ela cortou a própria corda e se jogou no abismo abaixo — revelo para ela.
— Meu deus, e por que você não me contou?
— Contou? Amy, você era a pessoa que a mais odiava, e não queria contar porque essa verdade doí, principalmente para mim, eu a amava e saber que a pessoa que amava estava sofrendo... é doloroso — digo a minha dor para ela, então Amy me abraça.
Amy deixou seu pote de sorvete e me abraçou e a abracei também, queria chorar naquele instante, queria poder extravasar aquela dor, gritar talvez, mas precisava superar, e em nosso abraço revelo como ela se matou:
— Quando estávamos descendo um penhasco para voltar pra casa, uma tempestade nos atingiu durante o caminho, Jane não queria ter um fim qualquer, ela é grandiosa e queria terminar sua vida fazendo aquilo o que mais amava. Ela pegou um pedaço de rocha enquanto estávamos fazendo rapel para descer e ela cortou sua própria corda e se jogou. Eu queria ter ajudado, mas por causa dos ventos, minha corda tinha o risco de se arrebentar, mas não consegui, eu queria ter voltado atrás para salvá-la — revelo o ocorrido ainda abraçando-a
— Mas como assim, David, mas como estavam fazendo rapel lá — perguntou ela analisando mais da situação.
— Dividíamos as cordas através uma espécie de fivela e dividindo o peso, e era mais de quarenta metros de corda até o chão..., mas por que pergunta?
— David, vocês estavam fazendo rapel, sua corda era a mesma que ela usava, se então Jane cortou a própria corda poderia levar você junto pro abismo — concluiu Amy me intrigando.
— Mas isso não faz sentido, ela sabia o que estava fazendo, tinha feito isso várias vezes e não faria isso, não me levaria junto a menos que ela tivesse encontrado um jeito... — me indago e começo a pensar naquele momento.
— Como assim David?
—  Vem cá comigo — chamo-a para ir até o quarto.
Estive pensando caso a hipótese de Amy seja verdade, haveria alguma prova sobre isso. fui até nosso quarto para buscar pela caixa com os pertences de Jane, pois lá está a corda da qual Jane cortou. Um pouco animado para descobrir, eu tirei a caixa que estava debaixo da cama e procurei pela corda. Entretanto Amy ficou curiosa e perguntou:
— Você guarda essas coisas? Bem que podia vender para ganhar alguma gana.
— Essas coisas são de Jane, eu quis ficar para guardar como lembrança ou para fazer outra aventura.
Acabo encontrando a corda e procuro as evidências, mas encontro a parte da corda com o corte que Jane fez e então desenrolo mais ainda a corda com quase cinquenta metros de comprimento. Amy me ajudou a então desenrolar até chegar a parte da minha corda quando ela caiu. Entretanto acabo encontrando pedaços da corda se rompendo, mas encontrei o pedaço mais crítico, parecia que a corda iria se romper e então percebo algo além disso é real e minha reação foi de espanto e a verdade estava debaixo do meu nariz ou devo dizer, debaixo da minha cama. Havia mais uma parte meio rompida, parecia que a corda estava arrebentando bem na parte da fivela, ou devo dizer na minha parte. A minha corda iria se arrebentar, e eu, David Rogers, iria cair se não fosse por Jane que talvez percebeu que estava correndo perigo e se agilizou numa ação bem imprudente. Nossas cordas eram as mesmas mas dividíamos em dois para cada um e a corda iria se arrebentar por causa do peso. Ela cortou a própria corda por mim, salvou a minha vida de cair, aliviando o peso e ainda me dando uma chance. Nunca imaginaria que alguém se sacrificaria assim, principalmente por mim, talvez ela fez isso por conta de seu desgosto pela vida ou que me amava tanto que queria que tivesse uma chance. Há muitas hipóteses, mas infelizmente elas não podem ser respondidas, pois estará sempre com ela.
Eu fiquei paralisado e Amy ficou curiosa para saber e perguntou enquanto estava sentado no chão observando a corda quase rompida.
— David, o que achou?
— Ela... ela não se jogou, ela queria viver e não se matou... — revelo bem espantado e sem reação, mas muito feliz, pois agora sei que a pessoa que amei um dia não estava mais sofrendo.

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